O Mart\u00edrio dos Dez Mil<\/em> \u00e9 uma obra do artista, encomendada por Frederico, o S\u00e1bio, possuidor de rel\u00edquias do massacre e tamb\u00e9m patrono de D\u00fcrer. Foi inspirada na chacina de dez mil crist\u00e3os (pode ter sido uma lenda), ordenada por Saporat I, rei da P\u00e9rsia, no ano de 343, que mandou executar o bispo de Sel\u00eaucia, Ctesifonte, Primaz da Igreja Persa, juntamente com cem outros bispos e muitos crist\u00e3os seus seguidores, no Monte Ararat, obedecendo ordens de Adriano e Ant\u00f4nio, imperadores romanos.<\/p>\nS\u00e3o muitas as figuras vistas num espa\u00e7o t\u00e3o pequeno. \u00c9 admir\u00e1vel o modo como o pintor organizou as in\u00fameras cenas ali presentes. Ele diminuiu todos os elementos do quadro, como se fossem miniaturas. O uso da cor \u00e9 vibrante, embora limitado. A cor usada nas \u00e1rvores demonstra a grande sensibilidade do artista.<\/p>\n
\u00c0 esquerda, em primeiro plano, Cristo crucificado e coroado com espinhos acompanha toda a carnificina. \u00c0 esquerda, mais centralizado, encontra-se o bispo de Sel\u00eaucia, acorrentado, vestido de branco, usando sua imponente mitra. \u00c0 direita, o velho e barbudo rei, retratado como um sult\u00e3o otomano, usa roupas vermelhas com dourado e um enorme turbante branco. Ele segura o cetro na m\u00e3o direita e encontra-se montado num cavalo escuro, ricamente arreado, acompanhando a cena da matan\u00e7a. Os comandantes da chacina tamb\u00e9m usam vistosas roupas otomanas.<\/p>\n
Comum \u00e0 \u00e9poca era o fato de o artista se retratar na sua obra. Albrecht D\u00fcrer retratou a si mesmo no centro da pintura, ao lado de seu amigo humanista Conrad Celtes, ambos vestindo roupas escuras, como se tivessem alheios aos acontecimentos. Ele carrega uma bandeira amarela com a inscri\u00e7\u00e3o em latim que indica o seu nome e a data em que a obra foi criada.<\/p>\n
Esta composi\u00e7\u00e3o havia sido usada pelo artista numa xilogravura, cerca de dez anos antes, mas ao pint\u00e1-la, retirou cenas muito fortes, como a tortura a que foi submetido o bispo, tendo os olhos arrancados por uma broca. No lugar, ele pintou a crucifica\u00e7\u00e3o e o bispo acorrentado. Mesmo assim o quadro \u00e9 muito chocante.<\/p>\n
O artista retratou a cena dentro de uma floresta com clareira e penhascos. Ali s\u00e3o vistos, em primeiro plano, decapita\u00e7\u00f5es, esmagamento do cr\u00e2nio com um martelo e crucifica\u00e7\u00f5es. At\u00e9 mesmo uma crian\u00e7a\u00a0\u2013 presente no canto inferior direito da tela\u00a0\u2013 presencia as atrocidades. Ao fundo, os prisioneiros s\u00e3o atirados de um penhasco em meio a rochas e arbustos espinhosos. S\u00e3o vistas tamb\u00e9m cenas de lutas, apedrejamentos e esmagamentos com paus.<\/p>\n
Ficha t\u00e9cnica
\n<\/u>Ano: entre 1508
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre tela (transferido de madeira)
\nDimens\u00f5es: 99 x 87 cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Museu de Hist\u00f3ria da Arte, Viena, \u00c1ustria<\/p>\n
Fontes de pesquisa
\n<\/u>Enciclop\u00e9dia dos Museus\/ Mirador
\nhttps:\/\/www.wikiart.org\/en\/albrecht-durer\/virgin-and-child-holding-a-half-eaten-pear-
\nhttps:\/\/artsandculture.google.com\/asset\/portrait-of-a-young-venetian-woman\/
\nhttps:\/\/www.wga.hu\/html_m\/d\/durer\/1\/06\/6martyr.html<\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho O pintor Albrecht D\u00fcrer (1471 \u2013 1528) foi o primeiro artista alem\u00e3o a preocupar-se com o real, ou seja, com o homem e a natureza, usando o m\u00e9todo cient\u00edfico que tinha por base a observa\u00e7\u00e3o e a pesquisa. Foi gravador, ilustrador, cientista, desenhista e pintor, respons\u00e1vel por trazer o Renascimento […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[11,42],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/36282"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=36282"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/36282\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":47710,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/36282\/revisions\/47710"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=36282"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=36282"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=36282"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}