{"id":36631,"date":"2019-04-18T13:19:25","date_gmt":"2019-04-18T16:19:25","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=36631"},"modified":"2022-09-08T18:26:55","modified_gmt":"2022-09-08T21:26:55","slug":"prieter-bruegel-o-velho-a-procissao-do-calvario","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/prieter-bruegel-o-velho-a-procissao-do-calvario\/","title":{"rendered":"Pieter Bruegel, o Velho \u2013 A PROCISS\u00c3O DO CALV\u00c1RIO"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho<\/strong>\"\"<\/a><\/strong><\/p>\n

\u00a0\u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0\u00a0 (Clique na figura para aument\u00e1-la)<\/p>\n

O desenhista e pintor maneirista Pieter Bruegel (1525\/30 – 1569) teve em sua fam\u00edlia in\u00fameros artistas, sendo ele o primeiro deles, da\u00ed o anexo a seu nome de \u201co Velho\u201d. Fez parte da Guilda dos Pintores de S\u00e3o Lucas, em Antu\u00e9rpia, tendo se tornando um grande mestre. Viajou pela It\u00e1lia, Fran\u00e7a e Su\u00ed\u00e7a, vindo a fixar resid\u00eancia em Bruxelas, onde se tornou um conhecido humanista, fazendo parte do grupo do poeta Dirk Volckertsen.<\/p>\n

A composi\u00e7\u00e3o religiosa intitulada A Prociss\u00e3o do Calv\u00e1rio \u2013 <\/em>tida como a segunda maior pintura do artista conhecida \u2013<\/em> est\u00e1 enquadrada entre uma \u00e1rvore, \u00e0 esquerda, e um poste de madeira encimado por uma roda, onde pousa uma ave. A cena acontece num extenso terreno montanhoso, sob a luz do sol. S\u00e3o incont\u00e1veis as figuras humanas ali presentes incluindo crian\u00e7as. Algumas est\u00e3o a p\u00e9 e outras montadas, dirigindo-se ao local onde se dar\u00e1 a execu\u00e7\u00e3o, no alto da montanha, \u00e0 direita. Pode-se ver um grande c\u00edrculo formado pelas pessoas que ali j\u00e1 se encontram. Os homens de vermelho, montados a cavalo, conduzindo imensas lan\u00e7as, s\u00e3o os soldados, presentes em diversos pontos da pintura.<\/p>\n

A figura de Cristo carregando a cruz, ca\u00eddo no ch\u00e3o \u2013<\/em> quase invis\u00edvel no meio da multid\u00e3o \u2013<\/em> marca o centro da tela. \u00c9 exatamente neste ponto que as duas diagonais da composi\u00e7\u00e3o encontram-se. O pintor n\u00e3o destaca Jesus das outras pessoas, mas apresenta-o em sua humanidade, sendo totalmente ignorado pelos que o rodeiam e que veem o acontecimento apenas como um espet\u00e1culo. Um homem e uma mulher tentam ampar\u00e1-lo na caminhada. O homem \u00e9 Sim\u00e3o de Cirene, a quem os algozes pediram para ajudar Cristo a levar a cruz.<\/p>\n

Os dois ladr\u00f5es v\u00e3o \u00e0 frente numa carro\u00e7a, ao lado de dois religiosos que tomam sua confiss\u00e3o. Um deles volta os olhos para os c\u00e9us. O cocheiro desce do cavalo e senta-se nos paus da carro\u00e7a com um ar de zombaria. Um soldado montado segue \u00e0 frente carregando um estandarte branco. \u00c0 esquerda da carro\u00e7a in\u00fameras pessoas voltam o olhar para os ladr\u00f5es, todos em trajes contempor\u00e2neos, pois Pieter Bruegel transferiu o acontecimento para sua \u00e9poca. As execu\u00e7\u00f5es p\u00fablicas eram comuns no seu tempo, tidas como ocasi\u00e3o de grande entretenimento, onde tamb\u00e9m se encontravam crian\u00e7as brincando, vendedores ambulantes e batedores de carteira, como vistos aqui.<\/p>\n

Em primeiro plano, \u00e0 direita, isoladas dos demais num plat\u00f4 rochoso, est\u00e3o as figuras de Maria, Jo\u00e3o Evangelista e as tr\u00eas mulheres santas. A Virgem est\u00e1 sentada, desfalecida, amparada por Jo\u00e3o. As tr\u00eas mulheres est\u00e3o arqueadas sob o peso do sofrimento. Elas divergem do restante da multid\u00e3o tanto pelas roupas \u201cantigas\u201d (em rela\u00e7\u00e3o aos demais) como pelos corpos curvados pela dor e por serem apresentadas num tamanho maior.<\/p>\n

No Monte do G\u00f3lgota (significa lugar dos cr\u00e2nios), dentro do c\u00edrculo feito pela turba, s\u00e3o vistas as duas cruzes onde ser\u00e3o crucificados os dois ladr\u00f5es. Entre elas est\u00e1 sendo cavado um buraco para fincar a cruz conduzida por Cristo. In\u00fameras forcas s\u00e3o vistas na paisagem, algumas com cad\u00e1veres e outras com rodas onde s\u00e3o vistos fragmentos de pano e resto de corpos quebrados, sendo comidos pelos corvos. O c\u00e9u, \u00e0 esquerda, mostra-se calmo, enquanto \u00e0 direita, sobre o G\u00f3lgota, mostra-se escuro e tempestuoso, com corvos esvoa\u00e7ando.<\/p>\n

Bruegel gostava de trabalhar com in\u00fameras personagens, todas elas fazendo alguma coisa. O moinho de vento, \u00e0 esquerda, no topo de um rochedo, traz diferentes an\u00e1lises. Al\u00e9m de caracterizar a tradi\u00e7\u00e3o paisag\u00edstica da Escola de Antu\u00e9rpia tamb\u00e9m pode significar o movimento da longa jornada de Cristo at\u00e9 sua morte. O observador, ao embrenhar-se na pintura mostrando in\u00fameras cenas, sente-se como se dela fizesse parte.<\/p>\n

Ficha t\u00e9cnica
\n<\/u>Ano: 1564
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre madeira
\nDimens\u00f5es: 124 x 170 cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Museu de Hist\u00f3ria da Arte, Viena, \u00c1ustria<\/p>\n

Fonte de pesquisa
\n<\/u>Enciclop\u00e9dia dos Museus\/ Mirador
\nhttps:\/\/mydailyartdisplay.wordpress.com\/2011\/03\/07\/the-procession-to-calvary-by-pieter-bruegel-the-elder\/<\/p>\n

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