Nossa Senhora do Ros\u00e1rio<\/em> que lhe causou grande admira\u00e7\u00e3o. Aprendeu com os dois pintores que era preciso ter coragem para ousar, at\u00e9 mesmo ao transgredir os preceitos tidos como irrefut\u00e1veis da pintura cl\u00e1ssica. Foi baseando-se nessa concep\u00e7\u00e3o que Hals foi evoluindo como artista, embrenhando-se no universo do ser humano. A princ\u00edpio trabalhou com o movimento, a energia e as formas do corpo humano. Depois passou a captar suas caracter\u00edsticas psicol\u00f3gicas, seus mist\u00e9rios e o refinamento de seu esp\u00edrito. Acompanhando sua trajet\u00f3ria, fortes contrastes entre luz e sombra, presentes em alguns quadros, viriam a conviver com outros com tons mais suaves e com uma distribui\u00e7\u00e3o equilibrada da luz.<\/p>\nA calvinista sociedade holandesa da \u00e9poca escandalizava-se com o modo de viver do artista, embora admirasse o seu talento e n\u00e3o deixasse de fazer-lhe encomendas de retratos. Dentre seus amigos estavam importantes funcion\u00e1rios do governo de sua cidade, homens cultos e fil\u00f3sofos, sendo Descartes um deles. Assim como preconizava o fil\u00f3sofo, f\u00edsico e matem\u00e1tico franc\u00eas, Hals passou a buscar o homem al\u00e9m de suas apar\u00eancias, ou seja, desenvolvendo um grande interesse pela observa\u00e7\u00e3o psicol\u00f3gica. Contudo, as mudan\u00e7as na pintura do artista passaram a n\u00e3o agradar os burgueses da \u00e9poca, pois esses preferiam retratos convencionais com a finalidade de ornamentar os sal\u00f5es de suas resid\u00eancias luxuosas.<\/p>\n
Uma vez que os burgueses eram os respons\u00e1veis por fazer encomendas aos pintores, sendo, portanto, quem os sustentava materialmente, isso se constituiu num problema para Hals que preferiu enfrentar a mis\u00e9ria a seguir o gosto deles, o que acabou deixando suas d\u00edvidas num patamar elevado, n\u00e3o tendo ele nenhuma possibilidade de sald\u00e1-las, o que terminou na penhora de seus bens e por lev\u00e1-lo \u00e0 pris\u00e3o, quando j\u00e1 era quase um septuagen\u00e1rio.<\/p>\n
Al\u00e9m da vergonha da cadeia, ao se ver livre teve o pintor que contar com a boa vontade do governo da cidade para sustent\u00e1-lo com uma pens\u00e3o oficial. O sofrimento do artista fez com que ele se aprofundasse ainda mais na indaga\u00e7\u00e3o psicol\u00f3gica de seus retratados. Seu olhar tamb\u00e9m se tornaria mais perspicaz e ressentido. Veio ele depois a pintar os regentes do asilo de velhos, recebendo uma boa soma por esse trabalho, o que melhorou sua situa\u00e7\u00e3o. Morreu Hals com cerca de 85 anos.<\/p>\n
A obra realista de Frans Hals em que evidenciam a sua capacidade de observa\u00e7\u00e3o e o seu forte poder de express\u00e3o foi, sem d\u00favida, o primeiro ponto alto da pintura holandesa, al\u00e9m de ser vista como o despertar de um estilo nacional independente, n\u00e3o mais atrelado aos elementos italianos. Estudos mais recentes comprovaram que a ideia passada sobre a vida libertina e o v\u00edcio pelo \u00e1lcool do pintor n\u00e3o correspondia \u00e0 verdade. Hals pertenceu \u00e0 Associa\u00e7\u00e3o de Orat\u00f3ria de Wijngaertranken e \u00e0 mil\u00edcia c\u00edvica de S\u00e3o Jorge. Foi tamb\u00e9m membro da c\u00e2mara de reitores e presidente do gr\u00eamio de pintores de Haarlem.<\/p>\n
Fontes de pesquisa
\n<\/u>G\u00eanios da pintura\/ Abril Cultural
\n1000 obras-primas da pintura europeia\/ K\u00f6nemann
\nhttps:\/\/operamundi.uol.com.br\/historia\/30475\/hoje-na-historia-1666-morre-<\/p>\n
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Autoria de LuDiasBH O artista deve aproximar-se menos da coisa retratada, a fim de representa-la com maior clareza. (Descartes) O pintor Frans Hals (c. 1583 \u2013 1666) nasceu provavelmente na Antu\u00e9rpia, quando as prov\u00edncias holandesas e Flandres (atual B\u00e9lgica) ainda pertenciam \u00e0 Casa Real espanhola. Seu pai Franchoys era um mestre tecel\u00e3o. Sua fam\u00edlia mudou-se […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[11],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/36698"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=36698"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/36698\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":36794,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/36698\/revisions\/36794"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=36698"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=36698"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=36698"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}