{"id":37276,"date":"2019-04-03T00:05:31","date_gmt":"2019-04-03T03:05:31","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=37276"},"modified":"2022-09-07T19:58:07","modified_gmt":"2022-09-07T22:58:07","slug":"turner-anibal-e-seu-exercito","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/turner-anibal-e-seu-exercito\/","title":{"rendered":"Turner \u2013 AN\u00cdBAL E SEU EX\u00c9RCITO…"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho<\/strong>
\n \"\"<\/a><\/strong><\/p>\n

Turner se empenhava para que seus quadros ficassem na parede na altura correta. Ele desejava que este fosse pendurado baixo, para que o observador pudesse ser atra\u00eddo visual e emocionalmente para o centro da imagem. (Robert Cumming)<\/em><\/strong><\/p>\n

O Sol \u00e9 Deus! (\u00daltimas palavras de Turner)<\/em><\/strong><\/p>\n

O ingl\u00eas Joseph Mallord William Turner (1775 \u2013 1851) nasceu em Londres. Aos 14 anos de idade passou a trabalhar com o desenhista arquitet\u00f4nico Thomas Malton que chegou a concluir que o garoto jamais seria um artista, mas ele foi no mesmo ano aceito na Escola da Academia Real de Artes, em Londres, onde ganhou a admira\u00e7\u00e3o de seus colegas. Aos 15 anos, Turner exp\u00f4s suas primeiras aquarelas na referida academia. Aos 25 anos j\u00e1 era membro associado, per\u00edodo em que visitou, pela primeira vez, outros pa\u00edses do continente europeu, estudando em Paris \u2013 no Louvre \u2013 os Antigos Mestres, dando destaque \u00e0s paisagens holandesas e composi\u00e7\u00f5es de Claude Lorrain. A visita de Turner a outros pa\u00edses, inclusive \u00e0 It\u00e1lia, mudou radicalmente seu estilo, quando passou para as cria\u00e7\u00f5es vision\u00e1rias.<\/p>\n

A composi\u00e7\u00e3o intitulada An\u00edbal e seu Ex\u00e9rcito Cruzando os Alpes<\/em> \u00e9 uma obra do artista, tendo sido exibida numa \u00e9poca muito conturbada da hist\u00f3ria, quando Napole\u00e3o batia \u00e0s portas de Moscou, dando a impress\u00e3o de que toda a Europa cairia sob a tutela francesa, coisa que o rigoroso inverso russo n\u00e3o permitiu.<\/p>\n

O quadro trata da invas\u00e3o da It\u00e1lia \u2013 atrav\u00e9s dos Alpes \u2013 pelo ex\u00e9rcito cartagin\u00eas liderado por seu l\u00edder An\u00edbal. Contudo, Turner n\u00e3o se at\u00e9m \u00e0 fa\u00e7anha b\u00e9lica do l\u00edder cartagin\u00eas, transformando a ferocidade da natureza no verdadeiro tema de sua obra, ao retratar o ex\u00e9rcito de An\u00edbal enfrentando uma impetuosa nevasca e posteriormente sendo derrotado. Para muitos, o quadro de Turner foi o pren\u00fancio do que viria a acontecer com Napole\u00e3o.<\/p>\n

A maior parte da composi\u00e7\u00e3o \u00e9 tomada pela natureza bravia. Uma avalanche de neve desce pela extrema direita sobre o ex\u00e9rcito cartagin\u00eas que eleva seus escudos, estandartes e lan\u00e7as num gesto de conten\u00e7\u00e3o da nevasca. \u00c9 poss\u00edvel ver uma figura com os bra\u00e7os abertos, amedrontada com o que v\u00ea. Mais ao longe \u2013 na parte inferior central da composi\u00e7\u00e3o \u2013 est\u00e3o os famosos elefantes do l\u00edder que, diante das for\u00e7as da natureza, tornam-se impercept\u00edveis em sua grandeza. As montanhas tamb\u00e9m se mostram amedrontadoras, assim como as nuvens e a luz formada por enormes cones.<\/p>\n

As figuras que se encontram atr\u00e1s da rocha, em primeiro plano, s\u00e3o pouco notadas, pois a preocupa\u00e7\u00e3o do artista n\u00e3o era com o emocional ao retratar um fato, mas com o efeito dram\u00e1tico da cena, privilegiando as for\u00e7as da natureza, por isso, ele elimina os detalhes, deixando o resto por conta do observador. Mais ao centro, na base da composi\u00e7\u00e3o, um grupo de salassos (habitantes de tribos locais) busca levantar uma pesada rocha para jog\u00e1-la abaixo, provocando um deslocamento de pedras sobre o inimigo. J\u00e1 \u00e0 esquerda, guerreiros salassos s\u00e3o vistos despojando suas v\u00edtimas de seus bens.<\/p>\n

Em sua obra o artista usou uma forte paleta de cores, com a predomin\u00e2ncia de tons escuros (azuis, marrons e verdes) que, apesar do brilho da luz solar, cria ainda mais um clima de dramaticidade. Turner, um apaixonado pelo impacto visual do sol e de sua simbologia, \u00e9 tido como um dos poucos artistas que o pintaram, ao inv\u00e9s dos efeitos provocados por sua luz. Na composi\u00e7\u00e3o, o astro-rei parece lutar para vencer as nuvens tempestuosas e trazer vida em vez de desespero.<\/p>\n

Ficha t\u00e9cnica<\/span>
\nAno: 1812
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre tela
\nDimens\u00f5es: 146 x 237 cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Tate Gallery, Londres, Gr\u00e1-Bretanha<\/p>\n

Fontes de pesquisa<\/span>
\nA arte em detalhes\/ Robert Cumming
\n1000 obras-primas da pintura europeia\/ K\u00f6neman<\/p>\n

Views: 0<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho Turner se empenhava para que seus quadros ficassem na parede na altura correta. Ele desejava que este fosse pendurado baixo, para que o observador pudesse ser atra\u00eddo visual e emocionalmente para o centro da imagem. (Robert Cumming) O Sol \u00e9 Deus! (\u00daltimas palavras de Turner) O ingl\u00eas Joseph Mallord William […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[11],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/37276"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=37276"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/37276\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":48073,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/37276\/revisions\/48073"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=37276"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=37276"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=37276"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}