{"id":37496,"date":"2019-04-29T00:04:28","date_gmt":"2019-04-29T03:04:28","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=37496"},"modified":"2020-04-18T10:55:47","modified_gmt":"2020-04-18T13:55:47","slug":"lei-do-carma-tudo-o-que-voce-faz","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/lei-do-carma-tudo-o-que-voce-faz\/","title":{"rendered":"LEI DO CARMA \u2013 TUDO O QUE VOC\u00ca FAZ…"},"content":{"rendered":"

Autoria de Luis Pellegrini<\/strong><\/p>\n

\"\"<\/a>Segundo uma afirma\u00e7\u00e3o budista, \u201cse voc\u00ea quiser entender as causas do passado, observe os resultados que se manifestam no presente\u201d. \u00c9 uma boa apresenta\u00e7\u00e3o, embora algo simplista, de um conceito complexo chamado de \u201clei do carma\u201d.<\/em><\/strong><\/p>\n

Diz a “Lei do Carma” que tudo que voc\u00ea faz, um dia volta para voc\u00ea.<\/em><\/strong><\/p>\n

Como as outras pessoas te tratam \u00e9 carma delas; como voc\u00ea responde \u00e9 carma teu.<\/em><\/strong><\/p>\n

O Carma \u00e9 uma lei que depende inteiramente de n\u00f3s mesmos e das nossas escolhas, podendo mudar ao longo do tempo, se seguirmos o \u201cdharma\u201d \u2013 caminho e regras que permitem \u00e0s pessoas livrar-se da tirania dos seus egos e da massa dos desejos acumulados. Carma<\/span>, em s\u00e2nscrito, significa a\u00e7\u00e3o<\/span>. Seria o equivalente, na metaf\u00edsica indiana, \u00e0 terceira lei de Newton, que diz: \u201cA toda a\u00e7\u00e3o corresponde uma rea\u00e7\u00e3o de igual intensidade, que atua no sentido oposto\u201d<\/em>. A for\u00e7a \u00e9 resultado da intera\u00e7\u00e3o entre os corpos, ou seja, um corpo produz a for\u00e7a e outro corpo a recebe.<\/p>\n

O carma n\u00e3o \u00e9 unicamente individual. Esse \u00e9 o mais comum, mas h\u00e1 tamb\u00e9m o carma familiar, o coletivo, o nacional e o mundial. O tipo familiar<\/u>, por exemplo, diz respeito a toda a fam\u00edlia: significa o \u201cd\u00e9bito\u201d espiritual (n\u00e3o entendido necessariamente como culpa) que recai sobre o n\u00facleo familiar inteiro. J\u00e1 o carma coletivo<\/u> \u00e9 o das pessoas que moram em um mesmo bairro, cidade ou pa\u00eds, e o mundial significa o \u201cd\u00e9bito\u201d internacional. Em todos os casos, deve-se observar que o papel de cada indiv\u00edduo permanece sempre ativo: nunca somos simples v\u00edtimas, mas de algum modo colaboramos para decidir nosso presente e futuro. Portanto, de algum modo somos sempre respons\u00e1veis por ambos.<\/p>\n

Por volta de 1974, quando eu era um jovem rep\u00f3rter no jornal \u201c\u00daltima Hora\u201d do Rio de Janeiro, entrevistei o ingl\u00eas John Coats, ent\u00e3o presidente da Sociedade Teos\u00f3fica Internacional que divulgava no Ocidente os conhecimentos filos\u00f3ficos e esot\u00e9ricos das tradi\u00e7\u00f5es orientais. Coats viera ao Rio para uma s\u00e9rie de confer\u00eancias. Uma das minhas perguntas se referia \u00e0 falada \u201clei do carma\u201d. Ap\u00f3s uma breve explana\u00e7\u00e3o da ideia, Coats deu um exemplo concreto.<\/p>\n

\u201cTudo aquilo que existe tem carma, est\u00e1 submetido \u00e0 lei da a\u00e7\u00e3o e da rea\u00e7\u00e3o. N\u00e3o apenas as pessoas, mas tamb\u00e9m as sociedades e os pa\u00edses. Meu pa\u00eds, a Inglaterra, enriqueceu e se tornou poderoso porque, durante s\u00e9culos, colonizou e explorou dezenas de na\u00e7\u00f5es mais fr\u00e1geis. Fomos l\u00e1 com nossos soldados e nossas armas, n\u00f3s nos instalamos na casa dos outros sem convite e tiramos proveito de tudo o que l\u00e1 encontramos. Ao faz\u00ea-lo, criamos carma. Pois bem: passado o ciclo colonialista, o movimento da for\u00e7a se inverteu, como \u00e9 natural e justo que aconte\u00e7a. Agora s\u00e3o nossos ex-colonizados que migram em massa para a Inglaterra em busca de trabalho e de uma vida mais segura e confort\u00e1vel. E n\u00f3s, ingleses, reclamamos que estamos sendo \u2018invadidos\u2019, que nosso territ\u00f3rio est\u00e1 sendo ocupado por \u2018estrangeiros\u2019\u2026 Sabe o que \u00e9 isso? \u00c9 a lei do retorno, a lei do carma em a\u00e7\u00e3o.\u201d.<\/p>\n

Ao tecer tais reflex\u00f5es, Coats tamb\u00e9m profetizava algo que, nas d\u00e9cadas seguintes, envolveria todas as na\u00e7\u00f5es colonialistas europeias: a \u201cinvas\u00e3o\u201d de desvalidos dos pa\u00edses do Terceiro Mundo colonizados pelos europeus. Desvalidos que buscam na Europa ref\u00fagio, abrigo e prote\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Quando pensamos, falamos ou agimos, desencadeamos uma for\u00e7a que gerar\u00e1 uma rea\u00e7\u00e3o na forma de outra for\u00e7a que tender\u00e1 a voltar \u00e0 sua origem. Durante a longa cadeia da nossa exist\u00eancia como seres conscientes e sencientes (que percebem as coisas pelos sentidos), homens e mulheres tentaram modificar, transformar ou suspender o poder da for\u00e7a que retorna. Talvez alguns tenham, em alguma medida, conseguido faz\u00ea-lo, mas a imensa maioria das pessoas n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de erradicar ou desviar os efeitos das a\u00e7\u00f5es f\u00edsicas, emocionais, mentais e espirituais que desencadeou. O que isso significa na pr\u00e1tica? \u00c9 simples: todos somos, em maior ou menor medida, escravos das nossas a\u00e7\u00f5es. Uma pessoa, portanto, n\u00e3o escapa das consequ\u00eancias dos seus atos. Mas ela s\u00f3 sofrer\u00e1 esses efeitos quando, por sua iniciativa, tiver constru\u00eddo as condi\u00e7\u00f5es que a deixam vulner\u00e1vel a esse retorno que muitas vezes se traduz em sofrimento. A ignor\u00e2ncia quanto \u00e0 \u201clei do carma\u201d n\u00e3o isenta a pessoa de sofrer as consequ\u00eancias de seus atos. Lei universal, o carma \u00e9 posto automaticamente em movimento todas as vezes em que uma a\u00e7\u00e3o \u00e9 desencadeada.<\/p>\n

No Ocidente, o conceito de \u201clei do carma\u201d surge quase sempre ligado \u00e0 causalidade (ou seja, \u00e0 causa e ao efeito das a\u00e7\u00f5es desencadeadas). Mas uma an\u00e1lise mais atenta dessa ideia mostra que o carma \u00e9 regulado tamb\u00e9m por outros fatores. O principal deles \u00e9 a intencionalidade. Exemplo: uma pessoa, quando crian\u00e7a, experimenta emo\u00e7\u00f5es fortes e positivas no alto de uma montanha coberta de neve. Se ela, j\u00e1 adulta, vive uma situa\u00e7\u00e3o an\u00e1loga, suas emo\u00e7\u00f5es ressurgem. Seu corpo e sua mente respondem ao est\u00edmulo com base na mem\u00f3ria do vivido ou em princ\u00edpios educativos. Essa \u00e9 a causalidade, uma resposta destitu\u00edda de livre-arb\u00edtrio que leva em conta o que foi vivido, as emo\u00e7\u00f5es e o pr\u00f3prio modo de pensar. J\u00e1 na vis\u00e3o oriental, atrav\u00e9s da intencionalidade o carma age num n\u00edvel mais profundo e sutil. No caso, ele n\u00e3o \u00e9 apenas uma lei fria e mec\u00e2nica, que responde de forma autom\u00e1tica aos est\u00edmulos. A inten\u00e7\u00e3o subjacente aos nossos atos \u00e9 entendida como uma for\u00e7a viva que pode, de v\u00e1rios modos, condicionar os efeitos que esses atos produzem. Portanto, n\u00e3o podemos desvincular lei do carma dos conceitos de consci\u00eancia e moralidade.<\/p>\n

Nestes tempos turbulentos que vivemos, em que tantos (inclusive nas mais altas esferas da socie\u00addade) parecem ter perdido a no\u00e7\u00e3o de conse\u00adqu\u00eancia e de responsabilidade, \u00e9 importante refletir sobre a sabedoria contida na no\u00e7\u00e3o de \u201clei do carma\u201d. Sobretudo porque ela n\u00e3o se assenta apenas em uma vis\u00e3o\u00ad espiritual do mundo e da nossa presen\u00e7a nele. A \u201clei do carma\u201d nos fala de uma fenomenologia pr\u00e1\u00adtica, objetiva, t\u00e3o conectada \u00e0s leis do esp\u00edrito quanto \u00e0s da mat\u00e9ria.<\/p>\n

\u00a0Nota:<\/u> texto retirado de https:\/\/www.brasil247.com\/pt\/247\/revista_oasis\/391668\/Lei-do-carmaTudo-que-voc%C3%AA-faz-um-dia-volta-pra-voc%C3%AA.htm<\/p>\n

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