![\"pp11\"](\"http:\/\/virusdaarte.net\/wp-content\/uploads\/2013\/04\/pp11.jpg\")
<\/a>\u00a0 \u00a0 ![\"sanse\"](\"http:\/\/virusdaarte.net\/wp-content\/uploads\/2013\/04\/sanse.jpg\")
<\/a><\/p>\nQuando fiz a an\u00e1lise da \u201cSanta Ceia<\/i>\u201d de Leonardo, citei o fato de o pintor ter posto no olho direito de Cristo o \u2018ponto de fuga\u2019 do que estava em sua mira representar; e disse mais: que, se fiz\u00e9ssemos a proje\u00e7\u00e3o de todas as linhas arquitet\u00f4nicas, todas elas, sem exce\u00e7\u00e3o, iriam morrer no olho direito citado. Uma s\u00f3 delas que n\u00e3o fizesse corretamente este percurso, comprometeria composicionalmente todo o conjunto. Para facilitar a visualiza\u00e7\u00e3o deste efeito t\u00e9cnico, tirei uma c\u00f3pia da obra que inclui no meu texto, fiz a proje\u00e7\u00e3o em vermelho das linhas da arquitetura, \u201cescaneei\u201d o quadro assim preparado \u00a0para ilustrar este texto.<\/p>\n
S\u00f3 para se compreender melhor ainda, inclui tamb\u00e9m o afresco \u201cSant\u00edssima Trindade com os doadores<\/i>\u201d de Tomaso Masaccio, feito na Igreja de Santa Maria Novella, de Floren\u00e7a, It\u00e1lia (na qual j\u00e1 estive ajudando quando da restaura\u00e7\u00e3o das pinturas da abside), exatamente a obra em que se usou pela primeira vez na hist\u00f3ria a perspectiva cient\u00edfica. O \u2018ponto de fuga\u2019 foi posto no p\u00e9 da cruz e para ali, como pode se ver na reprodu\u00e7\u00e3o anexada, todas as linhas da cobertura do altar convergem, conforme marquei tamb\u00e9m em vermelho. Tanto aqui, como na obra de Da Vinci, o que se quis atingir foi o trompe l\u2019oeil<\/i>, literalmente o engana olho<\/i>, ou seja, a ilus\u00e3o de \u00f3tica<\/i>, pois o espectador vai ver ali uma profundidade que n\u00e3o existe, a n\u00e3o ser virtualmente. Observe o leitor, que no afresco de Masaccio marquei tamb\u00e9m, em azul, dois tri\u00e2ngulos, que s\u00e3o o ponto de partida para toda a composi\u00e7\u00e3o que se desenvolveu para delas, um englobando apenas os componentes da Trindade, o outro englobando tamb\u00e9m Nossa Senhora e S\u00e3o Jo\u00e3o, deixando de fora o casal dos patrocinadores da obra, ajoelhados nas laterais.<\/p>\n
O leitor vai observar tamb\u00e9m que Masaccio p\u00f4s o \u2018ponto de fuga\u2019, como disse, na base da cruz, pelo seguinte: tratando-se de um grande afresco feito em parede, o ponto de vista do espectador est\u00e1 abaixo da imita\u00e7\u00e3o de altar, em cujo bojo s\u00f3 h\u00e1 o esqueleto de algu\u00e9m que ali foi inumado, com a legenda: \u201cJ\u00e1 fui o que tu \u00e9s; ora sou o que tu ser\u00e1s<\/i>\u201d. Este ponto de vista obriga quem olha o afresco de frente a erguer bem os olhos para ver direito, o que amplia a profundidade da composi\u00e7\u00e3o num efeito de est\u00e9reo-perspectiva, como se pud\u00e9ssemos subir at\u00e9 ali e, passando por tr\u00e1s da cruz e ir encostar-se \u00e0 parede de fundo. \u00c9 uma coisa m\u00e1gica, n\u00e3o \u00e9 mesmo? Mais para frente, quando estiver tratando, no momento oportuno, do vest\u00edbulo renascentista, analisarei mais detalhadamente esta obra de Masaccio, pois um mont\u00e3o de coisas ainda h\u00e1 a se falar dela, inclusive de sua teatral inaugura\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
1.Leonardo da Vinci, Santa Ceia<\/i>, Convento della Gracia, Mil\u00e3o, It\u00e1lia (com as linhas de sua perspectiva)
\n2.Tomaso Masaccio, Sant\u00edssima Trinidade<\/i>, 1425, Igreja de Santa Maria Novella, Floren\u00e7a.<\/p>\n
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Autoria do Prof. Pierre Santos \u00a0 \u00a0 \u00a0 Quando fiz a an\u00e1lise da \u201cSanta Ceia\u201d de Leonardo, citei o fato de o pintor ter posto no olho direito de Cristo o \u2018ponto de fuga\u2019 do que estava em sua mira representar; e disse mais: que, se fiz\u00e9ssemos a proje\u00e7\u00e3o de todas as linhas arquitet\u00f4nicas, todas […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[13],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3765"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=3765"}],"version-history":[{"count":14,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3765\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":23510,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3765\/revisions\/23510"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=3765"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=3765"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=3765"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}