<\/a><\/i><\/b><\/p>\nMonet n\u00e3o \u00e9 nada mais do que um olho\u2026 mas que olho! (C\u00e9zanne)<\/i><\/b><\/p>\n
Monet foi um g\u00eanio inventivo da vis\u00e3o, soube ver no jogo de luzes e cores aquilo que nenhum outro antes dele havia visto. (Lionello Venturi)<\/i><\/b><\/p>\n
O tema \u00e9 insignificante para mim; o que quero reproduzir \u00e9 o que h\u00e1 entre mim e o tema. (Monet)<\/i><\/b><\/p>\n
Claude-Oscar Monet<\/i> (1840 \u2013 1926) nasceu em Paris, mas viveu a sua inf\u00e2ncia e adolesc\u00eancia em Le Havre, cidade portu\u00e1ria francesa, para onde seus pais se mudaram, crescendo num ambiente burgu\u00eas. Na sua casa, apenas a m\u00e3e, Louise, mostrava interesse pela pintura. O pai, Adolphe, n\u00e3o aceitava as inclina\u00e7\u00f5es do filho por tal arte, de modo que o relacionamento entre os dois come\u00e7ou a gerar conflitos. E piorou ainda mais, quando o filho deixou a escola, pouco tempo antes de concluir os estudos.<\/p>\n
Ap\u00f3s perder a m\u00e3e, quando tinha apenas 17 anos, Monet<\/i> ficou sob os cuidados de sua tia Marie-Jeanne, pintora criativa e ligada ao meio art\u00edstico, que compreendia suas inclina\u00e7\u00f5es art\u00edsticas e passou a supervisionar a educa\u00e7\u00e3o do sobrinho.<\/p>\n
Na \u00e9poca em que estudava em Le Havre, Monet<\/i> gostava de fazer desenhos c\u00f4micos e caricaturas, na maioria das vezes representando seus professores. Aos 15 anos, a sua fama de caricaturista j\u00e1 estava espalhada pela cidade. Cobrava pelos retratos feitos e, com o dinheiro economizado, retornou mais tarde a Paris, onde seguiu a carreira art\u00edstica.<\/p>\n
Ainda em La Havre, Monet <\/i>conheceu o pintor normando de paisagens marinhas, Eug\u00e8ne Boudin que, percebendo o talento do jovem, convidou-o a acompanh\u00e1-lo em seus trabalhos de pintura ao ar livre, tornando-se o seu primeiro mentor. Boundin convenceu-o de que tudo que era pintado no contato direto com a natureza, era muito mais vivo do que aquilo que nascia no ateli\u00ea. Tal encontro foi de fundamental import\u00e2ncia para Monet<\/i>, pois Boudin pintava baseando-se na reprodu\u00e7\u00e3o dos efeitos da luz na natureza, principalmente do c\u00e9u. O jovem pintor acabou se transformando num apaixonado pela pintura de paisagens. Sobre Boudin ele afirmou:<\/p>\n
– Se me tornei pintor foi gra\u00e7as a Boudin, que na sua bondade infinita, ocupou-se de minha instru\u00e7\u00e3o. Os meus olhos abriram-se lentamente; compreendia a Natureza e ao mesmo tempo comecei a am\u00e1-la. Analisava as suas formas, estudava as suas cores. Seis meses mais tarde, disse a meu pai que queria ser pintor e que ia estudar em Paris.<\/i><\/p>\n
Em Paris, o jovem Monet<\/i> foi convocado para o servi\u00e7o militar, sendo posteriormente enviado para a Arg\u00e9lia. Ap\u00f3s um ano ali, foi vitimado pela febre tifoide, que o obrigou a retornar a Le Havre, onde encontrou o paisagista holand\u00eas Johnan Barthold Jongkind, que pintava, sobretudo, quadros do mar e da praia, procurando, atrav\u00e9s das cores apropriadas, fixar fen\u00f4menos atmosf\u00e9ricos sutis. As suas paisagens carregadas de luz e ar, pintadas apenas com poucas pinceladas, fizeram de Jongkind o precursor da pintura impressionista. Sobre o pintor, Monet <\/i>disse:<\/p>\n
– Jonkind foi o meu verdadeiro professor e lhe devo a forma\u00e7\u00e3o definitiva do meu olhar.<\/i><\/p>\n
Tempos depois, Monet<\/i> teve como professor independente o su\u00ed\u00e7o Charles Gleyre, que encorajava seus alunos a ter o seu pr\u00f3prio estilo, com estudos ao ar livre e com a natureza como modelo, mas sem se esquecer de que a natureza servia apenas para estudo. O que deixava Monet<\/i> furioso, pois para ele, o essencial estava na realidade, ou seja, em tudo que os seus olhos viam. Ali, o jovem pintor fez tr\u00eas grandes amigos: Renoir, Sisley e Bazille.<\/p>\n
Monet<\/i> sentiu dificuldades para expor suas obras no Sal\u00e3o de Paris. Os jurados eram intransigentes e fechados ao novo, recusavam-se a aceitar novas t\u00e9cnicas, sendo hostis ao realismo. Cultivavam a vis\u00e3o de que o quadro hist\u00f3rico era muito mais valioso do que o de g\u00eanero ou paisagem. De modo que as obras do jovem pintor eram sempre reprovadas. Ele desabafou:<\/p>\n
– Ainda que sejamos bons, ficamos preocupados demais com o que se v\u00ea e se ouve em Paris. Em compensa\u00e7\u00e3o, acredito que o que farei aqui tem o m\u00e9rito de n\u00e3o se parecer com o de ningu\u00e9m.<\/i><\/p>\n
Monet <\/i>era um pintor apaixonado e incans\u00e1vel no seu trabalho e um grande aglutinador. Reunia em torno de si v\u00e1rios outros artistas, sendo reconhecido entre os mais jovens pintores como um exemplo a ser seguido. Foi tido como o l\u00edder do movimento impressionista. Renoir chegou a afirmar que:<\/p>\n
– Sem Monet, que nos encorajava a todos, ter\u00edamos desistido.<\/i><\/p>\n
O jovem pintor era tamb\u00e9m um amante da boa vida. Gastava bem mais do que podia. Foram muitas as dificuldades financeiras pelas quais passou em grande parte de sua vida, vivendo \u00e0s voltas com os credores, embora suas obras tivessem uma boa sa\u00edda. Teve muitos de seus quadros apreendidos para pagar d\u00edvidas. O seu grande amigo Bazille ajudou-o in\u00fameras vezes, chegando a dividir com ele e fam\u00edlia o pr\u00f3prio ateli\u00ea.<\/p>\n
Com o passar dos anos, o trabalho de Monet<\/i> foi se tornando cada vez mais reconhecido e sua situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica melhorando. Ao se lan\u00e7ar no mercado norte-americano, o pintor foi muito bem recebido. Come\u00e7ava a sua ascens\u00e3o em outras terras.<\/p>\n
Monet<\/i> estabeleceu-se definitivamente em Giverny, onde se entregou de corpo e alma \u00e0s duas paix\u00f5es: a pintura e a horticultura. Viajava muito em busca de inspira\u00e7\u00e3o e de novos temas, muitas vezes pintando em meio ao inverno rigoroso. Amava pintar ao ar livre, qualquer que fosse a condi\u00e7\u00e3o. Por isso, expressou-se com tristeza, quando n\u00e3o podia mais faz\u00ea-lo:<\/p>\n
– Encontro-me estupidamente atacado por um reumatismo (\u2026). O que me aflige \u00e9 pensar que tenha que renunciar a desafiar qualquer clima e n\u00e3o trabalhar, salvo com bom tempo. Que estupidez \u00e9 a vida!<\/i><\/p>\n
\u00c0 medida em que envelhecia, a jardinagem passou a ocupar um lugar cada vez maior na vida de Monet, em especial o seu jardim aqu\u00e1tico. No final de sua vida, o pintor da luz passou a se queixar de problemas nos olhos. Chegou a fazer duas opera\u00e7\u00f5es de catarata, recuperando parcialmente a vis\u00e3o. Muitas vezes sentia-se t\u00e3o deprimido, a ponto de destruir ou queimar v\u00e1rios trabalhos, pois n\u00e3o atendiam \u00e0s suas exig\u00eancias. Sobre a vis\u00e3o, assim se exprimiu:<\/p>\n
– Minha pouca vis\u00e3o faz com que eu veja tudo numa bruma completa. De qualquer modo, \u00e9 muito bonito e \u00e9 isto que eu gostaria de ter sido capaz de exprimir.<\/i><\/p>\n
Claude-Oscar Monet<\/i>, com os pulm\u00f5es carcomidos por um c\u00e2ncer, morreu aos 86 anos, completamente cego, em sua casa de Giverny. E, de acordo com sua vontade, foi enterrado sem pompa alguma.<\/p>\n
A vida de Monet<\/i> passou por constantes mudan\u00e7as, que variavam entre momentos de calmaria e momentos de profunda depress\u00e3o. Muitas vezes, chegou a duvidar de seu talento art\u00edstico a ponto de destruir in\u00fameros quadros. Assim s\u00e3o os g\u00eanios, de outra forma seriam pessoas comuns. E n\u00f3s somos os escolhidos, pois podemos apreciar o legado excepcional que nos deixaram. Bendito seja Claude-Oscar Monet!<\/p>\n
Nota:<\/span>\u00a0<\/strong> Autorretrato do pintor<\/i><\/p>\nFonte de Pesquisa:
\n<\/span>Claude Monet\/ Cole\u00e7\u00e3o Folha
\nGrandes Mestres da Pintura\/ Editora Abril
\nMonet\/ Editora Taschen<\/p>\nViews: 4<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho Monet n\u00e3o \u00e9 nada mais do que um olho\u2026 mas que olho! (C\u00e9zanne) Monet foi um g\u00eanio inventivo da vis\u00e3o, soube ver no jogo de luzes e cores aquilo que nenhum outro antes dele havia visto. (Lionello Venturi) O tema \u00e9 insignificante para mim; o que quero reproduzir \u00e9 o […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[11],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3792"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=3792"}],"version-history":[{"count":8,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3792\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":45649,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3792\/revisions\/45649"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=3792"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=3792"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=3792"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}