{"id":38075,"date":"2019-09-30T00:02:06","date_gmt":"2019-09-30T03:02:06","guid":{"rendered":"https:\/\/virusdaarte.net\/?p=38075"},"modified":"2019-09-29T18:44:15","modified_gmt":"2019-09-29T21:44:15","slug":"o-antigo-amor-aos-animais","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/o-antigo-amor-aos-animais\/","title":{"rendered":"O ANTIGO AMOR AOS ANIMAIS"},"content":{"rendered":"\n

Autoria de Marguerite Yourcenar<\/strong><\/p>\n

\"\"<\/a><\/p>\n

Durante mil\u00eanios o homem tem considerado o animal como propriedade sua, s\u00f3 que subsistia um estreito contato entre ambos.<\/p>\n

E dizer que o amor aos animais \u00e9 t\u00e3o antigo quanto a ra\u00e7a humana. Milhares de testemunhos escritos ou falados, de obras de arte e de gestos vis\u00edveis d\u00e3o prova disso. O campo\u00adn\u00eas marroquino, que acaba de saber seu asno condenado \u00e0 morte, certamente amava sua alim\u00e1ria, pois havia, durante semanas inteiras, derramado \u00f3leo de autom\u00f3vel em suas longas orelhas cobertas de chagas, por julg\u00e1-lo mais eficaz, porquanto mais caro, que o \u00f3leo de oliva existente em abund\u00e2ncia em sua pequena propriedade. A horr\u00edvel necrose das orelhas apo\u00addrecera aos poucos todo o pobre animal, que j\u00e1 n\u00e3o tinha muito tempo de vida, mas que continuaria sua tarefa at\u00e9 o fim, pois o homem era pobre demais para admitir sacrific\u00e1-lo.<\/p>\n

Tamb\u00e9m amava seu cavalo aquele rico avarento que levava a uma consulta gr\u00e1tis com famoso veterin\u00e1rio europeu o belo corcel de pelo grisalho, orgulho de seus dias de fausto, cujo mal se resumia enfim a uma alimenta\u00e7\u00e3o inadequada. Amava seu c\u00e3o o r\u00fastico portugu\u00eas que levava nos bra\u00e7os todas as manh\u00e3s seu pastor alem\u00e3o que partira a anca, para fazer-lhe companhia durante seu longo dia de jardinagem e que ele alimentava com restos de comida.<\/p>\n

Amam os p\u00e1ssaros os ve\u00adlhos que vemos nos parques parisienses, alimentando pombos, e a quem criticamos sem raz\u00e3o, pois \u00e9 gra\u00e7as a esse farfalhar de asas ao seu redor q amava os animais o autor do Eclesiastes, ao perguntar para onde ia a alma dos bichos; 1 Leonardo, libertando os p\u00e1ssaros prisioneiros num mercado de Floren\u00e7a, ou ainda a chinesa que h\u00e1 mil anos, encontrando num canto do p\u00e1tio uma gaiola enor\u00adme com centenas de pardais (seu m\u00e9dico recomendara comer todos os dias miolos da ave ainda mornos), abre as grandes portas do viveiro, dizendo: “Quem sou eu para me preferir a esses bichinhos?” As op\u00e7\u00f5es que temos de tomar a cada ins\u00adtante, outros j\u00e1 tomaram antes de n\u00f3s.<\/p>\n

Nota:<\/u> texto extra\u00eddo do livro \u201cO Tempo, Esse Grande Escultor\u201d\/ Edit. Nova Fronteira<\/p>\n

Imagem copiada de http:\/\/renatomanasses.com.br\/<\/p>\n

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