{"id":38137,"date":"2019-10-15T12:29:35","date_gmt":"2019-10-15T15:29:35","guid":{"rendered":"https:\/\/virusdaarte.net\/?p=38137"},"modified":"2022-09-09T19:32:45","modified_gmt":"2022-09-09T22:32:45","slug":"a-beleza-esta-nos-olhos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/a-beleza-esta-nos-olhos\/","title":{"rendered":"A BELEZA EST\u00c1 NOS OLHOS…"},"content":{"rendered":"\n

Autoria de Lu Dias Carvalho
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\"\"<\/a><\/strong> D<\/strong>urante muitos anos, sem pensar em custos \/ percorri muitos pa\u00edses \/ vi as mais altas montanhas e oceanos. \/ A \u00fanica coisa que n\u00e3o soube ver \/ foi o brilho do orvalho \/ na grama diante da porta de minha casa. (Rabindranath Tagore)<\/strong><\/p>\n

Diz um prov\u00e9rbio grego que \u201ca beleza est\u00e1 nos olhos de quem a v\u00ea\u201d, o que \u00e9 uma grande verdade, pois \u00e9 preciso ter sensibilidade para apreciar o belo. Entretanto, insaci\u00e1veis que somos pelo inabitual, costumamos ficar cegos \u00e0s coisas belas \u2013 quando simples \u2013 situadas em nosso entorno, como bem explica o poeta bengal\u00eas Rabindranath Tagore em seus versos acima. Por sua vez o biof\u00edsico Stefan Klein aconselha: \u201cPrecisamos treinar os sentidos para descobrir a novidade naquilo que j\u00e1 conhecemos\u201d. E o cientista Robert Zajonc complementa: \u201cQuanto maior a frequ\u00eancia e a intensidade com que percebemos determinado est\u00edmulo, melhor reagimos a ele\u201d.<\/p>\n

O consumismo doentio e a busca exacerbada pelo diferente t\u00eam privado os nossos sentidos de encontrar beleza nas coisas comuns que fazem parte de nosso dia a dia. Estamos condicionando os nossos sentidos a achar beleza apenas naquilo que \u00e9 caro ou est\u00e1 distante, muitas vezes, de nossas possibilidades. Experi\u00eancias mostram que a maioria de n\u00f3s s\u00f3 enxerga aquilo que \u00e9 de seu estrito interesse. E, como crian\u00e7as birrentas, mal consegue algo pelo qual tanto anseia, j\u00e1 se mostra insatisfeita de novo. Vivendo num mundo de excessos e desequil\u00edbrios em que a m\u00eddia passa a ser a grande mestra, n\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil mudar a din\u00e2mica de tal comportamento, contudo, para o nosso pr\u00f3prio bem, isso se faz necess\u00e1rio, antes que a busca insaci\u00e1vel pelo diferente transforme-se numa brutal ansiedade ou depress\u00e3o.<\/p>\n

N\u00e3o resta d\u00favida de que os desejos por coisas novas foram, s\u00e3o e ser\u00e3o sempre de grande import\u00e2ncia para o desenvolvimento humano, contudo, quando sem freio, interferem cruelmente na nossa sa\u00fade f\u00edsica e emocional e, neste caso, a palavrinha m\u00e1gica leva o nome de \u201cequil\u00edbrio\u201d ou sensatez. \u00c9 poss\u00edvel buscar coisas diferentes e tamb\u00e9m valorizar aquilo que \u00e9 comum. A moda \u00e9 um bom exemplo de como se pode mudar uma roupa usada, modificando-a ligeiramente de modo a torn\u00e1-la diferente. Os artes\u00e3os s\u00e3o tamb\u00e9m trabalhadores dedicados na arte da reciclagem, produzindo coisas bel\u00edssimas com o material j\u00e1 usado.<\/p>\n

Se a beleza est\u00e1 nos olhos de quem v\u00ea, faz-se necess\u00e1rio aprender a olhar a vida com mais sensibilidade. H\u00e1 pessoas que cortam as \u00e1rvores do quintal \u2013 optando por ciment\u00e1-lo \u2013 para n\u00e3o ter que varrer as folhas que caem, ainda que essas amainem o calor do ver\u00e3o. Outras, no entanto, al\u00e9m do prazer com os frutos colhidos, encantam-se com o sussurrar das folhas dan\u00e7ando ao vento \u2013 ou mesmo caindo \u2013, com o gorjeio dos p\u00e1ssaros em seus galhos e, at\u00e9 mesmo com o manto de folhagem que cobre o ch\u00e3o, produzindo um farfalhar agrad\u00e1vel quando \u00e9 pisado.<\/p>\n

E, por falar em \u00e1rvores, \u00e9 lament\u00e1vel como as prefeituras de quase todas as cidades \u2013 incluindo as das capitais \u2013 andam desleixadas com o replantio das \u00e1rvores que s\u00e3o cortadas por motivo de velhice ou doen\u00e7as. Deixam grandes buracos nas cal\u00e7adas que, depois de certo tempo, s\u00e3o cobertos por cimento pelos moradores insens\u00edveis. Como \u00e9 poss\u00edvel apreciar a natureza num pa\u00eds em que as autoridades d\u00e3o o mau exemplo? H\u00e1 locais em que \u00e9 poss\u00edvel encontrar dois a tr\u00eas buracos num s\u00f3 lado do quarteir\u00e3o, sem falar nas ruas desumanizadas, totalmente despidas de \u00e1rvores.<\/p>\n

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