{"id":3862,"date":"2015-04-22T22:30:11","date_gmt":"2015-04-23T01:30:11","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=3862"},"modified":"2022-08-11T20:12:39","modified_gmt":"2022-08-11T23:12:39","slug":"o-mimoso-sagui-anao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/o-mimoso-sagui-anao\/","title":{"rendered":"O MIMOSO SAGUI-AN\u00c3O"},"content":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho<\/strong> \u00a0 \u00a0 \u00a0 <\/strong><\/a><\/i>\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 <\/a> A Amaz\u00f4nia com seus peixes el\u00e9tricos, aranhas gigantescas, mam\u00edferos que vivem submersos nos rios, sapos azuis, etc, foi sempre um lugar ex\u00f3tico para os pesquisadores estrangeiros. A primeira expedi\u00e7\u00e3o cient\u00edfica realizada \u00e0quela regi\u00e3o aconteceu em 1638, chefiada pelo naturalista alem\u00e3o George Marcgrave. Os interesses dos estrangeiros variaram de acordo com a \u00e9poca:<\/p>\n Como podemos ver, somente h\u00e1 pouco tempo o governo brasileiro conscientizou-se de que precisava assumir a dianteira da pesquisa cient\u00edfica na Amaz\u00f4nia, ao inv\u00e9s de deixa-la nas m\u00e3os de estrangeiros. Antes disso, muitas das riquezas da regi\u00e3o foram levadas a bel-prazer dos interesses estrangeiros, fato comum aos pa\u00edses subdesenvolvidos, e o nosso n\u00e3o estaria imune a isso. A vis\u00e3o brasileira era a de desfrutar das riquezas que ali existiam em abund\u00e2ncia, sem nenhuma preocupa\u00e7\u00e3o em preservar.<\/p>\n Temos v\u00e1rios estrangeiros radicados na Amaz\u00f4nia, muitos deles s\u00e3o naturalistas preocupados em conhecer, estudar e preservar a flora e a fauna. Um deles \u00e9 o holand\u00eas Marc van Roosmalen<\/i>, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amaz\u00f4nia que vive em Manaus h\u00e1 quase duas d\u00e9cadas.<\/p>\n Foi Marc<\/i> quem recebeu da m\u00e3o de um caboclo uma lata de leite em p\u00f3, toda furada, com uma miniatura de macaco dentro. Ficou surpreso e encantado. O animal era totalmente desconhecido da Ci\u00eancia. Seria preciso descobrir seu habitat. E assim se p\u00f4s a navegar com seu barco, em busca da regi\u00e3o do Rio Madeira. Levava uma foto do macaquinho que era mostrada aos ribeirinhos. A maioria dizia nunca t\u00ea-lo visto, enquanto outros diziam conhece-lo, mas na verdade estavam confundindo-o com outro tipo de sagui.<\/p>\n A estrelinha da busca era um pequenino macaco, pesando cerca de 170 gramas e medindo 15 cent\u00edmetros em idade adulta, possivelmente um parente do sagui-le\u00e3ozinho. Conhecedor de que os rios s\u00e3o barreiras naturais para os macacos, pois esses n\u00e3o sabem nadar, Marc <\/i>sabia que a distribui\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica dos macacos era bem delimitada, por isso, acreditava que o pequenino ser possivelmente estaria na margem esquerda do Rio Aripuan\u00e3, afluente do Madeira, local onde se encontram os saguis-le\u00f5ezinhos. O mateiro que o acompanhava, Valquemar Souza Aguiar, tinha a intui\u00e7\u00e3o de que deveriam subir o rio Aripuan\u00e3. E assim fizeram.<\/p>\n Em Nova Olinda, vilarejo \u00e0 beira do rio Aripuan\u00e3, onde viviam poucas fam\u00edlias, um rapaz que ali vivia, Dami\u00e3o Lisboa Pereira, contou que animaizinhos iguais ao da foto estavam sempre numa \u00e1rvore em seu quintal. Que al\u00edvio! Nova esp\u00e9cie descoberta.<\/p>\n O sagui-an\u00e3o<\/i> (Callibella humilis<\/i>) foi descoberto em 1998. Habita principalmente as florestas de terras baixas, end\u00eamico da Amaz\u00f4nia brasileira, restrito \u00e0 margem oeste do rio Aripuan\u00e3, \u00e9 abundante pr\u00f3ximo a assentamentos humanos, sendo um pouco maior do que o sagui-le\u00e3ozinho. Esse novo g\u00eanero descoberto tem sido considerado como um poss\u00edvel elo entre saguis e saguis-le\u00f5ezinhos, os menores primatas do mundo.<\/p>\n
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