<\/a><\/strong><\/p>\nNenhuma experi\u00eancia \u00e9, em si mesma, a causa de nosso sucesso ou fracasso. N\u00f3s n\u00e3o sofremos do choque de experi\u00eancias \u2013 o chamado trauma \u2013, mas o transformamos em algo que atende aos nossos prop\u00f3sitos. N\u00e3o somos determinados por nossas experi\u00eancias, mas o sentido que damos a elas \u00e9 autodeterminante. (Alfred Adler)<\/em><\/strong><\/p>\nSomos n\u00f3s que determinamos nossa vida de acordo com o sentido que damos \u00e0s experi\u00eancias passadas. Sua vida n\u00e3o \u00e9 algo que algu\u00e9m d\u00e1 a voc\u00ea, mas algo que voc\u00ea pr\u00f3prio escolhe, e \u00e9 voc\u00ea quem decide como viver. (Ichiro Kishimi e Fumitake Koga) <\/em><\/strong><\/p>\nNo in\u00edcio do s\u00e9culo XX, o psic\u00f3logo Alfred Adler, visto hoje ao lado de Freud e Jung como um dos tr\u00eas grandes pilares no campo da psicologia, traz-nos uma vis\u00e3o bem interessante sobre determinados temas, contrariando a linha dos outros dois. Dentre esses ele destaca o \u201ctrauma\u201d, chegando mesmo a neg\u00e1-lo. Foi tendo por base o pensamento de Alfred Adler que os escritores japoneses Ichiro Kishimi e Fumitake Koga escreveram o livro \u201cA Coragem de N\u00e3o Agradar\u201d que acabo de ler. Tomando como fonte esse instigante livro, repasso aos meus leitores sua ideia central.<\/p>\n
A Ci\u00eancia comprova que para todo efeito<\/em> existe uma causa<\/em>. Baseando-se em tal conceito, muitas pessoas julgam que s\u00e3o hoje o efeito<\/em> de determinadas causas<\/em> que lhes ocorreram no passado, como se os fatos do ontem determinassem o presente. Se a rela\u00e7\u00e3o entre causa<\/em> e efeito<\/em> \u00e9 assim t\u00e3o preponderante, somos levados a acreditar na teoria do \u201cdeterminismo\u201d (parte da premissa de que os fatos e a\u00e7\u00f5es humanas est\u00e3o conectados ou s\u00e3o determinados por fatos e a\u00e7\u00f5es anteriores, sendo, portanto, consequ\u00eancias dos que os antecederam).<\/p>\nA psicologia adleriana refuta tal pensamento. Ao inv\u00e9s de trabalhar com as \u201ccausas\u201d do passado, ela leva em conta as \u201cmetas\u201d do presente, ou seja, a nossa mente \u00e9 capaz de criar desvios que nos favore\u00e7am, ainda que inconscientemente, para dar firmeza \u00e0s nossas \u201cmetas\u201d. Por isso ela prefere estudar a teleologia (o estudo do prop\u00f3sito de determinado fen\u00f4meno em vez de suas causas), ao passo que a etiologia estuda apenas as causas. Para os seguidores da psicologia adleriana, muitos psic\u00f3logos e psiquiatras continuam a tratar seus pacientes seguindo a linha etiol\u00f3gica.<\/p>\n
Ao contr\u00e1rio de Freud, para quem os traumas deixam grandes feridas, levando \u00e0 infelicidade, Adler nega a exist\u00eancia do trauma, afirmando que \u201co \u2018eu\u2019 n\u00e3o \u00e9 determinado por nossas experi\u00eancias, mas pelo sentido que damos a elas\u201d. \u00a0Explica que a vida de uma pessoa n\u00e3o \u00e9 determinada por um incidente terr\u00edvel pelo qual passou na inf\u00e2ncia, por exemplo, mas pelo modo como seguiu em frente.<\/p>\n
Segundo os dois escritores seguidores de Adler (Ichiro Kishimi e Fumitake Koga), o medo e a ansiedade, por exemplo, poderiam ser uma \u201cmeta\u201d criada pela pessoa para n\u00e3o sair de casa ou para chamar a aten\u00e7\u00e3o dos familiares que lhes proporcionar\u00e3o cuidados especiais. Outro exemplo \u00e9 a raiva incontida. A pessoa passa por uma explos\u00e3o de raiva, mas, se o seu chefe lhe liga em meio ao acesso, ela \u00e9 capaz de mudar o tom e falar com refinada educa\u00e7\u00e3o, dando continuidade \u00e0 raiva s\u00f3 ap\u00f3s desligar o celular. Trocando em mi\u00fados, qualquer um pode muito bem fazer uso de sua raiva como bem quer. Assim sendo, a raiva \u00e9 tamb\u00e9m um meio de alcan\u00e7ar uma meta, segundo a teleologia.<\/p>\n
A psicologia adleriana n\u00e3o nega a exist\u00eancia das emo\u00e7\u00f5es, totalmente oposta ao niilismo<\/em> (ponto de vista que afirma serem as cren\u00e7as, as verdades e os valores tradicionais desprovidos de fundamento, de sentido e de utilidade), mas contesta o fato de que as pessoas n\u00e3o possam dom\u00e1-las, resistir a elas. Em raz\u00e3o disso, afirma que \u201cse n\u00e3o somos controlados pelas emo\u00e7\u00f5es, tamb\u00e9m n\u00e3o somos controlados pelo passado\u201d.<\/p>\n\u00a0<\/p>\n
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Autoria de LuDiasBH Nenhuma experi\u00eancia \u00e9, em si mesma, a causa de nosso sucesso ou fracasso. N\u00f3s n\u00e3o sofremos do choque de experi\u00eancias \u2013 o chamado trauma \u2013, mas o transformamos em algo que atende aos nossos prop\u00f3sitos. N\u00e3o somos determinados por nossas experi\u00eancias, mas o sentido que damos a elas \u00e9 autodeterminante. (Alfred Adler) […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[46],"tags":[],"class_list":["post-39023","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-corpo-e-mente"],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/39023","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=39023"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/39023\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":49751,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/39023\/revisions\/49751"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=39023"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=39023"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=39023"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}