{"id":40611,"date":"2020-09-02T11:50:26","date_gmt":"2020-09-02T14:50:26","guid":{"rendered":"https:\/\/virusdaarte.net\/?p=40611"},"modified":"2022-09-11T18:11:05","modified_gmt":"2022-09-11T21:11:05","slug":"povos-primitivos-e-sua-arte-aula-no-8","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/povos-primitivos-e-sua-arte-aula-no-8\/","title":{"rendered":"POVOS PRIMITIVOS E SUA ARTE (Aula n\u00ba 8)"},"content":{"rendered":"\n
Autoria de Lu Dias Carvalho \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 <\/a> \u00a0 \u00a0 \u00a0\u00a0 <\/a> \u00a0 \u00a0\u00a0 \u00a0 <\/a>\u00a0<\/p>\n Como j\u00e1 vimos anteriormente e n\u00e3o custa nada repetir, pois se trata de uma vis\u00e3o equivocada que muitas pessoas ainda carregam consigo e que precisam modificar, a denomina\u00e7\u00e3o povos \u201cprimitivos\u201d n\u00e3o significa que eles sejam desprovidos de intelig\u00eancia, inferiores a quaisquer outros. Nada disso! A alcunha de \u201cprimitivos\u201d relacionada a eles diz respeito apenas ao fato de que se encontram mais pr\u00f3ximos do estado<\/span> em que, num determinado momento da hist\u00f3ria, a humanidade surgiu. Mesmo nos dias de hoje ainda encontramos muitos povos cuja arte \u00e9 bem primitiva, a exemplo dos maoris da Nova Zel\u00e2ndia.<\/p>\n Ainda que a arte primitiva<\/span> obede\u00e7a certas conven\u00e7\u00f5es de modo a atender as expectativas desse ou daquele povo, ao artista \u00e9 permitido mostrar sua criatividade e dom\u00ednio t\u00e9cnico, sendo ele capaz de criar uma arte fascinante em obras de talha e cestaria, assim como no trabalho com couro ou metais. Desse modo n\u00e3o cabe a avalia\u00e7\u00e3o de que um artista tribal tenha apenas um conhecimento tosco. Basta ver, por exemplo, as obras de talha dos maoris<\/em>. Devemos ter sempre em mente que n\u00e3o \u00e9 a habilidade art\u00edstica desses povos que se diferenciam das nossas, mas t\u00e3o somente suas ideias, ou seja, a maneira como compreendem o mundo.<\/p>\n O Prof. E. H. Gombrich afirma em seu livro \u201cA Hist\u00f3ria da Arte\u201d algo que jamais poder\u00e1 ser esquecido por um amante da arte: \u201cA hist\u00f3ria da arte em seu todo n\u00e3o \u00e9 uma hist\u00f3ria de progresso na compet\u00eancia t\u00e9cnica, mas uma hist\u00f3ria de ideias, conceitos e necessidades em permanente evolu\u00e7\u00e3o\u201d<\/em>. Um artista tribal, por exemplo, pode criar uma obra que represente t\u00e3o bem a natureza, quanto um ex\u00edmio mestre ocidental. A descoberta de uma s\u00e9rie de cabe\u00e7as de bronze (primeira ilustra\u00e7\u00e3o \u00e0 esquerda)\u00a0 na Nig\u00e9ria mostra o qu\u00e3o s\u00e3o bem feitas e persuasivas, considerando-se a \u00e9poca e os meios dispon\u00edveis ao artista (ou artistas) no que diz respeito \u00e0 \u00e9poca em que foram feitas.<\/p>\n Ao compreendermos que s\u00e3o as ideias, os conceitos e as necessidades em constante evolu\u00e7\u00e3o que impulsionam a arte, estaremos livres de quaisquer formas de preconceito direcionado a ela. Artistas nativos da Am\u00e9rica do Norte, por exemplo, ainda que possuam um conhecimento aprimorado das formas naturais, n\u00e3o se at\u00eam \u00e0quilo que achamos ser a apar\u00eancia natural disso ou daquilo. Muitas vezes apenas uma das caracter\u00edsticas de um animal j\u00e1 \u00e9 o suficiente para que\u00a0 possam demonstr\u00e1-lo, ou seja, apenas isso lhes basta. Eles podem achar, por exemplo, que ao criar uma m\u00e1scara apenas com o bico de uma \u00e1guia estar\u00e3o representando toda a ave, o que n\u00e3o quer dizer que n\u00e3o saibam represent\u00e1-la por inteiro. Podemos ver isso principalmente nos mastros tot\u00eamicos de tribos ou cl\u00e3s, lembrando que o totem<\/em> pode ser um animal, planta ou objeto que serve como s\u00edmbolo sagrado de um grupo social e \u00e9 considerado como seus ancestrais ou divindade protetora (terceira ilustra\u00e7\u00e3o \u00e0 direita).<\/p>\n Ao analisarmos a ilustra\u00e7\u00e3o central, representando uma est\u00e1tua origin\u00e1ria do M\u00e9xico, possivelmente pertencente ao per\u00edodo asteca \u2014 o \u00faltimo antes de esse povo ser derrotado pelos espanh\u00f3is \u2014, conhecida como Tlaloc, temos a prova de que a arte primitiva respondia a uma finalidade. Para os estudiosos do assunto, Tlaloc representava o todo poderoso deus da chuva para aquele povo, uma vez que essa era fundamental para a vida daquela gente, ao garantir-lhe as colheitas que a impedia de morrer de fome. E, se esse deus t\u00e3o en\u00e9rgico e eficiente era capaz de dominar chuvas e trovoadas, n\u00e3o poderia ser um fracote qualquer, da\u00ed sua forma de dem\u00f4nio.<\/p>\n O deus Tlaloc tem a boca formada por duas cabe\u00e7as de cascavel, uma de frente para a outra. De suas mand\u00edbulas saem seis venenosas presas. Tanto o nariz quanto os olhos assemelham-se a corpos retorcidos de r\u00e9pteis. Est\u00e1 claro o porqu\u00ea de terem formado a cabe\u00e7a de Tlaloc, tomando por base o corpo das serpentes sagradas, capazes de unirem-se \u00e0 for\u00e7a do raio. Na imagina\u00e7\u00e3o daquele povo o raio era uma gigantesca e perigosa serpente. Como podemos perceber, a cria\u00e7\u00e3o de imagens nessas remotas civiliza\u00e7\u00f5es tinha como finalidade servir \u00e0 magia e \u00e0 religi\u00e3o, assim como era tamb\u00e9m a primeira forma de escrita. E, para finalizar, n\u00e3o nos esque\u00e7amos de que \u201cimagens e letras s\u00e3o parentes consangu\u00edneos\u201d, como ensinava o Prof. E. H. Gombrich.<\/p>\n Exerc\u00edcio: Ilustra\u00e7\u00e3o:<\/u> 1. Oni, Nig\u00e9ria <\/em>(bronze), s\u00e9c. XII-XIV \/ 2. Tlaloc, o Deus da Chuva <\/em>(pedra), s\u00e9c. XIV-XV\/ 3. Exemplos de totem.<\/p>\n Fonte de pesquisa: Views: 19<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Autoria de Lu Dias Carvalho \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0\u00a0 \u00a0 \u00a0\u00a0 \u00a0 \u00a0 Como j\u00e1 vimos anteriormente e n\u00e3o custa nada repetir, pois se trata de uma vis\u00e3o equivocada que muitas pessoas ainda carregam consigo e que precisam modificar, a denomina\u00e7\u00e3o povos \u201cprimitivos\u201d n\u00e3o significa […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[50],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/40611"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=40611"}],"version-history":[{"count":8,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/40611\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":48349,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/40611\/revisions\/48349"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=40611"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=40611"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=40611"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
<\/strong><\/p>\n
<\/u>Para o enriquecimento deste texto\/aula os participantes dever\u00e3o responder \u00e0s quest\u00f5es abaixo:<\/p>\n\n
<\/u>A Hist\u00f3ria da Arte\/ E. H. Gombrich<\/p>\n