{"id":40898,"date":"2020-10-30T00:01:31","date_gmt":"2020-10-30T03:01:31","guid":{"rendered":"https:\/\/virusdaarte.net\/?p=40898"},"modified":"2022-09-12T20:37:13","modified_gmt":"2022-09-12T23:37:13","slug":"os-retratos-na-idade-media-aula-no-27","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/os-retratos-na-idade-media-aula-no-27\/","title":{"rendered":"OS RETRATOS NA IDADE M\u00c9DIA (Aula n\u00ba 27)"},"content":{"rendered":"\n
Autoria de <\/strong>Lu Dias Carvalho<\/strong><\/p>\n \u00a0 <\/a> \u00a0\u00a0 \u00a0<\/a> (Clique nas figuras para ampli\u00e1-las.)<\/span><\/strong><\/p>\n A arte deu um grande passo no s\u00e9culo XIII, quando os artistas, vez ou outra, deixavam de lado seus cadernos de modelos com o objetivo de criar algo que dissesse respeito \u00e0 sua pr\u00f3pria vontade, sem levar em conta as exig\u00eancias \u00e0s quais deviam obedecer e que, de certa forma, tolhia-lhes a liberdade criativa. Para a \u00e9poca tal iniciativa teve um grande significado para a arte, uma vez que o artista da Idade M\u00e9dia tinham sempre um modelo convencional que lhe servia de par\u00e2metro.<\/p>\n O treinamento e a forma\u00e7\u00e3o do artista medieval diferem muito daquilo que conhecemos hoje. O primeiro passo era tornar-se aprendiz de um mestre, a quem o aluno ajudava em seus trabalhos, de acordo com as suas orienta\u00e7\u00f5es. Ao aprendiz cabia as partes menos importantes de uma pintura. Gradualmente ia aprendendo a representar um ap\u00f3stolo, a desenhar a Virgem Maria, a copiar e a reagrupar cenas de velhos livros e a inseri-las em diversos contextos e, finalmente, quando j\u00e1 tinha bastante traquejo, era-lhe permitido ilustrar uma cena da qual n\u00e3o tinha nenhum modelo. Contudo, em sua carreira de artista ele jamais necessitaria pegar um livro de esbo\u00e7o e criar algo a partir da vida real. Isso estava fora de cogita\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Ao encomendar um retrato, a pessoa j\u00e1 sabia que n\u00e3o receberia uma obra fiel, com as suas devidas caracter\u00edsticas. Desenhava-se uma figura convencional, acrescentando a ela as ins\u00edgnias do cargo que ocupava (coroa e cetro para o rei, mitra e b\u00e1culo para o bispo, etc.). Algumas vezes escrevia-se embaixo o nome do sujeito representado, quando esse n\u00e3o era muito conhecido, a fim de que n\u00e3o houvesse equ\u00edvoco quanto \u00e0 sua pessoa. Ser\u00e1 que esses artistas medievais n\u00e3o tinham capacidade para criar um retrato que fosse fiel \u00e0 encomenda? Claro que tinham, mas n\u00e3o se tratava disso! Naquela \u00e9poca ainda n\u00e3o se cogitava se sentar diante de uma pessoa ou objeto e fazer uma c\u00f3pia do que se via, durante horas a fio. Para tudo j\u00e1 havia um modelo convencional, ao qual se aplicava alguns detalhes a mais.<\/p>\n Como foi dito anteriormente, o artista do s\u00e9culo XIII ocasionalmente ousava representar aquilo que lhe interessava pessoalmente, sem se ater aos ensinamentos did\u00e1ticos, ou seja, sem levar em conta um modelo convencional. O retrato do elefante que ilustra este texto \u00e9 um exemplo disso. Foi desenhado por Matthew Paris \u2014 monge beneditino e historiador ingl\u00eas \u2014 em meados do s\u00e9culo XIII. \u00c9 claro que o animal n\u00e3o saiu muito bem feito, apesar de o artista demonstrar sua preocupa\u00e7\u00e3o com suas propor\u00e7\u00f5es. Entre as patas do paquiderme h\u00e1 uma inscri\u00e7\u00e3o latina que diz: \u201cPelo tamanho do homem neste retrato podeis imaginar o tamanho do animal aqui representado\u201d. Ainda que o elefante possa se mostrar meio desajeitado, fica claro que os artistas medievais tinham consci\u00eancia de pontos como propor\u00e7\u00f5es, ainda que n\u00e3o os usassem em suas obras. Mas por que deles n\u00e3o faziam uso? Simplesmente n\u00e3o\u00a0 achavam necess\u00e1rios, ou seja, para eles tais incrementos\u00a0 n\u00e3o faziam diferen\u00e7a nenhuma no conjunto da obra. E assim seguia a corrente…<\/p>\n Exerc\u00edcio
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<\/u>Para o enriquecimento deste texto\/aula os participantes dever\u00e3o responder as quest\u00f5es abaixo e acessar o link\u00a0 para complementar a aula:<\/p>\n