{"id":44163,"date":"2021-12-07T00:02:00","date_gmt":"2021-12-07T03:02:00","guid":{"rendered":"https:\/\/virusdaarte.net\/?p=44163"},"modified":"2022-09-14T19:24:11","modified_gmt":"2022-09-14T22:24:11","slug":"os-quebradores-de-pedra-aula-no-80-a","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/os-quebradores-de-pedra-aula-no-80-a\/","title":{"rendered":"OS QUEBRADORES DE PEDRA (Aula n\u00ba 80 A)"},"content":{"rendered":"\n

Autoria de Lu Dias Carvalho
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\"\"<\/a> \u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 (Clique na imagem para ampli\u00e1-la.)<\/span><\/strong><\/p>\n

Coubert n\u00e3o queria formosura, queria realidade. (E.H. Gombrich)<\/em><\/strong><\/p>\n

Espero sempre ganhar a vida com minha arte, sem me desviar um mil\u00edmetro de meus princ\u00edpios, sem ter mentido \u00e0 minha consci\u00eancia nem por um \u00fanico momento, sem pintar sequer o que pode ser coberto pela palma de minha m\u00e3o para agradar a algu\u00e9m, ou para vender mais facilmente. Sejamos verdadeiros mesmo que feios! \u00a0(Gustave Courbet)<\/em><\/strong><\/p>\n

O pintor franc\u00eas Gustave Courbet<\/em> (1819-1877) nasceu em meio a uma bem-sucedida fam\u00edlia de agricultores. Estudou com Flajoulat, que fora aluno do famoso pintor Jacques-Louis David. Aos 20 anos de idade foi para Paris, onde estudou com o pintor Steuben, e tamb\u00e9m fez c\u00f3pias no Louvre. A primeira pintura de Courbet<\/em>, aceita pelo famoso Sal\u00e3o de Paris, foi Autorretrato com C\u00e3o Preto<\/em>, feita em 1844, aos 25 anos de idade. Quatro anos depois o artista exp\u00f4s 10 telas no Sal\u00e3o, chamando para si a aten\u00e7\u00e3o de um cr\u00edtico de arte. No ano seguinte um j\u00fari, composto por artistas, escolheu onze quadros do pintor.<\/p>\n

A composi\u00e7\u00e3o Os Quebradores de Pedra<\/em> \u00e9 uma das obras mais pol\u00eamicas e aclamadas de Courbet em que ele exp\u00f5e o empobrecimento e a vida miser\u00e1vel dos camponeses de seu pa\u00eds \u00e0 \u00e9poca, sem nenhuma esperan\u00e7a de melhoria de vida.<\/p>\n

A composi\u00e7\u00e3o apresenta duas figuras masculinas: uma bem mais jovem e outra mais velha, ambas subjugadas pelo intermin\u00e1vel trabalho bra\u00e7al \u2014 quebrar pedras para a constru\u00e7\u00e3o de uma estrada. A presen\u00e7a do garoto e do homem mais velho deixa claro o ciclo infind\u00e1vel em que se come\u00e7a a trabalhar ainda muito mo\u00e7o e se envelhece fazendo a mesma coisa nas classes pobres. Ambos vestem roupas velhas e rasgadas, atestando a pobreza em que vivem.<\/p>\n

O garoto est\u00e1 de costas para o observador, segurando uma vasilha com pedras, enquanto o homem mais velho \u2014 possivelmente seu pai \u2014 est\u00e1 de perfil, ajoelhado numa perna, tendo a outra dobrada. Ele traz as duas m\u00e3os na marreta erguida para quebrar as pedras no monte espalhado \u00e0 sua frente. O chap\u00e9u encobre grande parte do rosto, deixando apenas o queixo vis\u00edvel. Ao fundo v\u00ea-se um velho caldeir\u00e3o e um recipiente, possivelmente com \u00e1gua. Uma picareta descansa \u00e0 frente do garoto, enquanto ele carrega pedras, numa alus\u00e3o de que assim ser\u00e1 sua vida, at\u00e9 se tornar velho como o homem que acompanha no \u00e1rduo trabalho.<\/p>\n

O quadro Os Quebradores de Pedra<\/em> trata-se de um manifesto nu e cruento sobre o trabalho bra\u00e7al a que estavam submetidos os camponeses franceses \u00e0 \u00e9poca, mas que poderia, ainda hoje, simbolizar a vida de muitos trabalhadores espalhados pelo mundo, inclusive em nosso pa\u00eds, onde os servi\u00e7os pesados cabem sempre aos pobres.<\/p>\n

Infelizmente esta pintura, conhecida em todo o mundo, e uma das mais procuradas deste site, foi perdida no bombardeio de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. Ainda bem que podemos apreciar a sua c\u00f3pia.<\/p>\n

Ficha t\u00e9cnica
<\/u>Ano: 1849
T\u00e9cnica: \u00f3leo sobre tela
Dimens\u00f5es: 159 x 259 cm
Estilo: realismo
Localiza\u00e7\u00e3o:\u00a0 Dresden, Alemanha (antes de ser destru\u00edda)<\/p>\n

Fontes de pesquisa
<\/u>Courbet\/ Abril Cole\u00e7\u00f5es
Courbet\/ Cole\u00e7\u00e3o Folha
Courbet\/ Taschen<\/p>\n

Views: 15<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho \u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 (Clique na imagem para ampli\u00e1-la.) Coubert n\u00e3o queria formosura, queria realidade. (E.H. Gombrich) Espero sempre ganhar a vida com minha arte, sem me desviar um mil\u00edmetro de meus princ\u00edpios, sem ter mentido \u00e0 minha consci\u00eancia nem por um \u00fanico momento, sem pintar sequer o que pode ser coberto pela […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[50],"tags":[],"class_list":["post-44163","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-historia-da-arte"],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/44163","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=44163"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/44163\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":48595,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/44163\/revisions\/48595"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=44163"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=44163"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=44163"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}