O Beijo<\/em> diz respeito ao apogeu do pintor em sua fase dourada que vai de 1903 a 1909, quando o artista fazia uso do ouro em suas obras. Trata-se de uma composi\u00e7\u00e3o muito rica, onde se destacam a presen\u00e7a de folhas de ouro e de prata opacas e brilhantes e de fio de ouro (encontrados no vestido da mulher). Al\u00e9m disso, p\u00f3 de ouro cobre o fundo marrom avermelhado da tela. A obra \u00e9 tamb\u00e9m vista como um trabalho da “Art Nouveau”, estilo que veremos \u00e0 frente.<\/p>\nUm casal encontra-se no centro da composi\u00e7\u00e3o, ajoelhado sobre um tapete floral, numa intensa manifesta\u00e7\u00e3o de amor, num local indeterminado, como se s\u00f3 existissem os dois amantes. N\u00e3o se trata de um mero gesto de carinho, mas de um momento intensamente \u00edntimo em que os sentidos est\u00e3o todos direcionados para o beijo. Vemos muito pouco do corpo do casal.<\/p>\n
O homem veste um imenso quimono que cobre todo o seu corpo, excetuando a cabe\u00e7a cingida por uma coroa de hera. O pesco\u00e7o e as m\u00e3os envolvem o rosto da mulher, puxando-o em sua dire\u00e7\u00e3o, com o objetivo de beij\u00e1-la na boca. O homem encontra-se de frente, mas a posi\u00e7\u00e3o da cabe\u00e7a impossibilita a vis\u00e3o de seu rosto. Ele inclina o rosto da amada para beij\u00e1-lo, deixando-a ruborizada, mas seus olhos fechados denotam total entrega, submiss\u00e3o.<\/p>\n
A mulher ajoelhada, com a cabe\u00e7a apoiada nos ombros, tem o corpo de perfil e tamb\u00e9m usa flores nos cabelos. Ela mostra apenas o rosto, o bra\u00e7o direito, m\u00e3os e p\u00e9s. Seu rosto, com os olhos e l\u00e1bios fechados, est\u00e1 voltado para o observador. Seus p\u00e9s est\u00e3o descal\u00e7os, deixando vis\u00edveis parte das pernas. Com a m\u00e3o direita, ela cinge o pesco\u00e7o do amante e com a esquerda afaga sua m\u00e3o.<\/p>\n
Pela decora\u00e7\u00e3o das t\u00fanicas \u00e9 poss\u00edvel divisar a roupa de um e de outro. O homem veste um gigantesco quimono amarelo, cheio de ret\u00e2ngulos e quadrados em tamanhos diversos, nas cores preta, prata e branca. A mulher usa um delicado vestido que se encaixa nos talhes de seu corpo, com c\u00edrculos de v\u00e1rios tamanhos, representando as infloresc\u00eancias. A pele dele \u00e9 mais escura e a dela mais alva.<\/p>\n
Ao contr\u00e1rio de outras obras, nesta Klimt d\u00e1 ao homem um papel ativo, enquanto a mulher n\u00e3o se mostra como uma “femme fatale”, mas passiva, ajoelhada, numa entrega total ao amor, bem diferente de outras obras do artista. H\u00e1 mais ternura do que erotismo na cena. As duas figuras encontram-se ricamente vestidas num espa\u00e7o pict\u00f3rico decorado com v\u00e1rios motivos de padr\u00f5es geom\u00e9tricos e cores.<\/p>\n
A posi\u00e7\u00e3o das figuras \u00e9 muito controversa. Alguns veem atr\u00e1s das duas figuras uma poltrona de espaldar alto, outros dizem que o casal est\u00e1 dentro de um sino dourado, e outros que s\u00f3 est\u00e3o presos ao espa\u00e7o pelo tapete de flores, e mais outros que se trata de um halo dourado a cair em forma de cascata. Eu fico com a primeira explica\u00e7\u00e3o em raz\u00e3o da mudan\u00e7a da decora\u00e7\u00e3o que passa atr\u00e1s da cabe\u00e7a de ambos, descendo pelas costas da mulher, at\u00e9 suas pernas e p\u00e9s. E voc\u00ea?<\/p>\n
Ficha t\u00e9cnica<\/u>
Ano: 1907-1908
T\u00e9cnica: \u00f3leo e folha de ouro e prata sobre tela
Dimens\u00f5es: 180 x 180 cm
Localiza\u00e7\u00e3o: \u00d6sterrichische Galerie Belvedere, Viena, \u00c1ustria<\/p>\n
Fonte de pesquisa<\/u>
Gustav Klimt\/ Cole\u00e7\u00e3o Folha
Arte\/ Publifolha
Arte do s\u00e9culo XX\/ Taschen<\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho O Beijo \u00e9 tido como a composi\u00e7\u00e3o mais extraordin\u00e1ria de Gustav Klimt, sua obra-prima, vista como um \u00edcone da arte do s\u00e9culo XX, ao representar com tanto ardor o amor sensual. Ao lado de \u201cRetrato de Adele Bloch-Bauer I\u201d (presente neste site), O Beijo diz respeito ao apogeu do pintor […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[50],"tags":[],"class_list":["post-44701","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-historia-da-arte"],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/44701","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=44701"}],"version-history":[{"count":4,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/44701\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":48628,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/44701\/revisions\/48628"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=44701"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=44701"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=44701"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}