Dada\u00edsmo<\/em> n\u00e3o era um motivo \u2018pr\u00e9-fabricado\u2019, mas produto org\u00e2nico nascido da rea\u00e7\u00e3o contra a tend\u00eancia distra\u00edda da chamada arte sagrada, cujos disc\u00edpulos meditavam sobre cubos e a arte g\u00f3tica, enquanto os generais faziam pinturas com sangue O tiroteio continuava, o mercantilismo continuava, a fome continuava. Qual o sentido de toda essa arte? Acaso a fal\u00e1cia de que a arte criava valores espirituais n\u00e3o era o auge da fraude?\u201d<\/p>\nOs artistas dada\u00edstas acreditavam que a arte tinha tra\u00eddo a humanidade e, por isso, adotaram uma atitude essencialmente antiart\u00edstica. Atacavam v\u00e1rios alvos que acreditavam ser respons\u00e1veis por inibir e corromper o mundo art\u00edstico. Os principais eram: 1. os burgueses que viam na arte o bom gosto e a decora\u00e7\u00e3o admir\u00e1vel; 2. os que se achavam muito entendidos, carregando em sua bagagem os preconceitos acad\u00eamicos; 3. os marchands e colecionadores com sua gan\u00e2ncia costumeira, preocupados apenas com os valores do mercado. A tudo isso os dada\u00edstas reagiram, criando obras que ironizavam deliberadamente os modelos definidos de beleza e que se mostravam nem um pouco comerciais, tanto no que dizia respeito ao tema e estilo ou pelas t\u00e9cnicas e materiais utilizados.<\/p>\n
O poeta romeno Samuel Rosenstock que se autodenominou Tristan Tzara \u2014 em protesto contra o tratamento dados aos judeus na Rom\u00eania, passando a viver na Fran\u00e7a \u2014 escreveu no Manifesto Dada\u00edsta de 1918: \u201cQue a arte seja ent\u00e3o uma monstruosidade que assuste as mentes a servi\u00e7o e n\u00e3o um ado\u00e7ante para decorar os refeit\u00f3rios de animais vestidos com roupas romanas\u201d.<\/p>\n
Os artistas dada\u00edstas refutaram o c\u00f3digo r\u00edgido de moralidade, introduzido \u00e0 for\u00e7a no indiv\u00edduo, o qual atribu\u00edram \u00e0s for\u00e7as mancomunadas da fam\u00edlia, da Igreja e do Estado. Para eles o indiv\u00edduo deveria ser senhor absoluto de sua pessoa e, consequentemente, dono de sua liberdade total, de seu pr\u00f3prio nariz. Tamb\u00e9m nutriam repulsa pela raz\u00e3o e pela l\u00f3gica, enquanto louvavam a superioridade das for\u00e7as antirracionais. Para os dada\u00edstas fazia-se necess\u00e1rio transformar tudo numa folha de papel em branco, ou seja, fazer t\u00e1bula rasa, antes de dar in\u00edcio \u00e0 tarefa de reconstru\u00e7\u00e3o do mundo da arte.<\/p>\n
O Dada\u00edsmo<\/em> ofertou muitos elementos ao Surrealismo – estilo que viria a seguir – que foram de grande import\u00e2ncia para a sua estrutura po\u00e9tica. Podem ser citados: 1. a rejei\u00e7\u00e3o \u00e0 tradi\u00e7\u00e3o da cultura ocidental e sua postura no que diz respeito \u00e0 arte; 2. o modelo de agita\u00e7\u00e3o pol\u00edtica e a posi\u00e7\u00e3o comprometida com os temas da \u00e9poca; 3. e a defesa dos direitos do inconsciente e das for\u00e7as irracionais. Al\u00e9m disso, o Surrealismo usou t\u00e9cnicas do movimento dada\u00edsta, tais como: automatismo, colagem, fabrica\u00e7\u00e3o de objetos e tamb\u00e9m toda a maquinaria publicit\u00e1ria.<\/p>\nNota:<\/u> Fonte<\/em> (1917), obra de Marcel Duchamp, um urinol colocado sobre um pedestal com a assinatura \u201cR. Mutt\u201d, tributo ir\u00f4nico ao fabricante. O original foi perdido.<\/p>\nFontes de pesquisa
<\/u>Tudo sobre arte\/ Editora Sextante
Manual compacto de arte\/ Editora Rideel
A hist\u00f3ria da arte\/ E. H. Gombrich
Hist\u00f3ria da arte\/ Folio
Arte\/ Publifolha<\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho O Dada\u00edsmo foi um fen\u00f4meno cultural, originado entre os anos de 1915 e 1922. Surgiu como um movimento contr\u00e1rio \u00e0 Primeira Guerra Mundial e tinha como objetivo destruir todos os valores em vig\u00eancia tanto no dia a dia da sociedade quanto na arte. N\u00e3o se tem uma explica\u00e7\u00e3o exata para […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[50],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/45200"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=45200"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/45200\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":48713,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/45200\/revisions\/48713"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=45200"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=45200"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=45200"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}