Vermeer<\/em> (1632 \u2013 1675), embora tenha apenas 35 obras conhecidas, \u00e9 tido como um dos grandes nomes da pintura holandesa, tendo sido apelidado de “a Esfinge de Delft”. Apesar de ter pertencido ao s\u00e9culo 17, s\u00f3 se tornou realmente reconhecido como um grande pintor em meados do s\u00e9culo 19. \u00c9 visto hoje como o segundo pintor holand\u00eas mais importante do s\u00e9culo 17 (per\u00edodo conhecido por Idade de Ouro Holandesa<\/i>, devido \u00e0s importantes conquistas culturais e art\u00edsticas do pa\u00eds nessa \u00e9poca), ficando aqu\u00e9m apenas de Rembrandt. Alguns dizem que ele nunca usou a pintura profissionalmente, pintando apenas por prazer.<\/p>\nEntre as poucas coisas que se conhece sobre sua vida est\u00e1 o fato de que vivia com parcos rendimentos, como comerciante de arte, e n\u00e3o pela venda dos seus quadros, sendo algumas vezes obrigado a pagar com quadros as d\u00edvidas contra\u00eddas nas lojas de comida locais. Muitas vezes os quadros de Vermeer<\/i> foram vendidos com a assinatura de outro artista para que pudessem alcan\u00e7ar um melhor valor.<\/p>\n
Vermeer<\/i> nasceu em Delft \u2014 cidade importante pela cer\u00e2mica produzida \u2014 numa fam\u00edlia protestante, mas acabou convertendo-se ao catolicismo, religi\u00e3o de sua noiva Catharina Bolnes que era de fam\u00edlia rica. O casal teve 11 filhos (alguns dizem que foram 15) tendo que lidar com muitos problemas financeiros. Ele tamb\u00e9m foi comerciante e estalajadeiro. Ap\u00f3s morrer muito pobre, aos 43 anos de idade, a situa\u00e7\u00e3o da fam\u00edlia ficou t\u00e3o desesperadora que Catharina, atolada em d\u00edvidas, foi obrigada a pedir fal\u00eancia. E o pintor acabou sendo esquecido por um longo tempo.<\/p>\n
O artista holand\u00eas iniciou sua carreira com pinturas hist\u00f3ricas, retratando temas b\u00edblicos, passando depois para cenas da vida cotidiana \u2014 normalmente uma mulher no interior de uma casa \u2014 com as quais se tornou reconhecido. Sua obra destaca-se principalmente pela harmonia das cores, luz, textura, perspectiva e transpar\u00eancia, al\u00e9m de apresentar grande precis\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o e na representa\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o. Vermeer <\/i>gostava de pintar cenas simples do dia a dia, atestando que na pintura o tema \u00e9 de import\u00e2ncia secund\u00e1ria. \u00c0 medida que foi amadurecendo, seu estilo foi se tornando mais suave e sutil. Possu\u00eda uma incr\u00edvel capacidade de criar formas e texturas em suas composi\u00e7\u00f5es, atrav\u00e9s do uso de camadas e misturas de tintas e seus conhecidos pontos luminosos.<\/p>\n
O pintor trabalhava com esmero os efeitos da luz, a ponto de tornar-se muito abstrato em seus \u00faltimos anos de vida. Tanto \u00e9 que, o modo como trabalhava a luz e a sombra, acabou influenciando os pintores impressionistas. Vermeer<\/i> retratava a luz natural com extrema beleza, de modo que suas composi\u00e7\u00f5es pareciam refletir luz pr\u00f3pria.<\/p>\n
O artista usava os famosos \u201cpontill\u00e9s\u201d (pontinhos de tinta clara). Quanto mais distante estivesse o observador, mais persuasiva era a luz que eles pareciam emanar. Quando pr\u00f3ximos, eram vistos como pontos espa\u00e7ados. O artista tinha grande maestria no uso da luz e da sombra, utilizando poucas cores claras e brilhantes. Era um mestre na cria\u00e7\u00e3o das cores que usava. O massicote, feito com chumbo e estanho, era respons\u00e1vel por seu amarelo radiante; os ocres crus e queimados forneciam seus marrons e vermelhos; e o ultramar, cor preferida do pintor, era obtido a partir de uma pedra chamada l\u00e1pis-laz\u00fali.<\/p>\n
O historiador de arte Th\u00e9ophile Thor\u00e9 (pseud\u00f4nimo de W. B\u00fcrger), franc\u00eas respons\u00e1vel pela \u201cdescoberta\u201d de Vermeer<\/em> em 1866, fez um ensaio sobre o artista, atribuindo-lhe 66 pinturas, n\u00famero que acabou sendo reduzido por outros estudiosos para 35 a 40 obras, pois existem opini\u00f5es diversas quanto \u00e0 autenticidade de alguns quadros. Mas, no in\u00edcio do s\u00e9culo XX, apareceram rumores de que ainda existiriam quadros do pintor a serem descobertos.<\/p>\nA cronologia da obra de Vermeer<\/i> \u00e9 complicada pelo fato de que apenas tr\u00eas pinturas s\u00e3o datadas: A Alcoviteira<\/i> (1656, Dresden, Gem\u00e4ldegalerie), O Astr\u00f4nomo<\/em><\/i> (1668, cole\u00e7\u00e3o particular) e O Ge\u00f3grafo<\/i> (1669, Frankfurt, St\u00e4delsches). Sendo que muitas de suas obras foram atribu\u00eddas a pintores mais famosos, para elevar o valor da obra no mercado. A Alegoria da Pintura<\/em>, por exemplo, foi atribu\u00edda a Pieter Hooch e Mulher Lendo uma Carta,<\/em> a Rembrandt.<\/p>\nAp\u00f3s\u00a0 descoberta de Vermeer<\/em> no s\u00e9culo XIX, ele se<\/i> manteve sempre em alta, tendo sua vida e obra exercido grande influ\u00eancia sobre poetas, cineastas, escritores, pintores, etc. Apesar de pequena, sua obra ganhou a admira\u00e7\u00e3o dos artistas do passado e do presente, tais como Jean-Fran\u00e7ois Millet, Gustave Coubert, Vincent van Gogh, Georges Seurat, Paul C\u00e9zanne, Edward Hopper, Piet Mondrian, Ren\u00e9 Magritte, Salvador Dali, Tom Hunter, etc. Os pintores surrealistas Salvador Dali e Ren\u00e9 Magritte ficaram fascinados pelos temas trabalhados por Vermeer<\/em>, pelo modo meticuloso com que manuseava as tintas, pela claridade atmosf\u00e9rica e pela tranquilidade vistas nos seus interiores, al\u00e9m de sua pintura po\u00e9tica.<\/p>\nNo seu tempo, Vermeer<\/em> n\u00e3o foi levado a s\u00e9rio por seus compatriotas que n\u00e3o lhe deram nenhum destaque, apenas tardiamente, ainda que relutantes, foram obrigados a reconhecer sua genialidade.<\/p>\n\u00a0Nota:<\/span> A Alegoria da Pintura<\/i> ou A Arte da Pintura <\/i>(acima) chegou a fazer parte da cole\u00e7\u00e3o particular de Adolf Hitler, tornando-se, em 1946, propriedade do Estado austr\u00edaco.<\/p>\nFicha t\u00e9cnica:
\n<\/span>T\u00edtulo: Alegoria da Pintura
\nData: 1666 \u2013 1667
\nT\u00e9cnica: \u00f3leo sobre tela
\nDimens\u00f5es: 120 \u00d7 100 cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Kunsthistorisches Museum, Viena, \u00c1ustria<\/p>\nFontes de pesquisa:
\n<\/span>A hist\u00f3ria da arte\/ E.H. Gombrich
\n1000 obras-primas\/ K\u00f6nemann
\nGrandes Pinturas\/ Publifolha
\nEu fui Vermeer\/ Frank Wynne<\/p>\nViews: 5<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Autoria de Lu Dias Carvalho A caracter\u00edstica mais not\u00e1vel de Vermeer \u00e9 a qualidade da luz. (Th\u00e9ophile Thor\u00e9) O pintor holand\u00eas Johannes van der Meer, tamb\u00e9m conhecido como\u00a0 Jan Vermeer ou apenas Vermeer (1632 \u2013 1675), embora tenha apenas 35 obras conhecidas, \u00e9 tido como um dos grandes nomes da pintura holandesa, tendo sido apelidado […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[11],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4553"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=4553"}],"version-history":[{"count":10,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4553\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":45708,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4553\/revisions\/45708"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=4553"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=4553"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=4553"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}