{"id":4686,"date":"2013-06-04T23:42:58","date_gmt":"2013-06-05T02:42:58","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=4686"},"modified":"2020-06-05T17:47:12","modified_gmt":"2020-06-05T20:47:12","slug":"apocalipse-o-fim-do-imperio-romano","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/apocalipse-o-fim-do-imperio-romano\/","title":{"rendered":"APOCALIPSE \u2013 O FIM DO IMP\u00c9RIO ROMANO"},"content":{"rendered":"

Autoria do Prof. Pierre Santos
\n<\/b><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 \"apo2\"<\/a><\/p>\n

E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babil\u00f4nia, aquela grande cidade, que a todas as na\u00e7\u00f5es deu a beber do vinho da ira de sua prostitui\u00e7\u00e3o <\/i><\/b>(S\u00e3o Jo\u00e3o, Apocalipse<\/i>, 14:8)<\/b><\/p>\n

A propalada cat\u00e1strofe do Apocalipse<\/i> j\u00e1 aconteceu. Sen\u00e3o, vejamos. S\u00e3o Jo\u00e3o nutria uma verdadeira ojeriza, \u00f3dio mesmo, do Imp\u00e9rio Romano, que tantas atrocidades fazia contra os crist\u00e3os. Em tudo quanto escreveu, sempre denominando, simbolicamente, Roma de Babil\u00f4nia, profetizava a catastr\u00f3fica derrocada daquele Imp\u00e9rio, algo, ali\u00e1s, previs\u00edvel, embora naquele tempo ele fosse extenso e firme; mas nada h\u00e1 que dure para sempre, mormente um sistema pol\u00edtico. Hoje em dia \u00e9 quase un\u00e2nime a concord\u00e2ncia dos especialistas, considerando que a queda do Imp\u00e9rio Romano, o maior de todos os tempos, significou o cumprimento das profecias do ap\u00f3stolo.<\/p>\n

Todavia, a este respeito, h\u00e1 algumas observa\u00e7\u00f5es a serem postas. Considere-se, antes de tudo, a vis\u00e3o de mundo que o ap\u00f3stolo tinha, do qual apenas um quarto era conhecido e, dessa parte, Jo\u00e3o conheceu t\u00e3o somente pequena parcela circunscrita num per\u00edmetro de mil quil\u00f4metros, se tanto, estendido do Oriente M\u00e9dio \u00e0 \u00c1sia Menor (fora desse arco, apenas chegou at\u00e9 o leste do Egeu, na Ilha de Patmos), percurso esse que se fazia a p\u00e9 ou em lombo de burro, por caminhos mal constru\u00eddos, na maioria das vezes meras trilhas. Assim, para ele, previs\u00e3o a surtir efeitos quase dois mil anos depois seria algo temer\u00e1rio, vago e in\u00f3cuo, al\u00e9m do que era impens\u00e1vel.<\/p>\n

Embora tenhamos v\u00e1rias refer\u00eancias de como era o mundo naquele tempo, \u00e9-nos quase imposs\u00edvel imaginarmos como teria sido ent\u00e3o a vida do homem comum. No m\u00ednimo, bastante ins\u00edpida. O indiv\u00edduo n\u00e3o tinha absolutamente nada \u00e0 sua disposi\u00e7\u00e3o. N\u00e3o tinha r\u00e1dio, jornal, televis\u00e3o, celular, caneta ou l\u00e1pis e papel para escrever (S\u00e3o Jo\u00e3o, como foi referido, escrevia seus textos em pergaminho, com materiais pr\u00f3prios, hoje fora de uso, o que lhe impunha a necessidade da s\u00edntese, como severamente sint\u00e9ticos s\u00e3o eles). Divers\u00f5es s\u00f3 havia para os abastados, assim mesmo bastante prim\u00e1rias. As moradias eram toscas, de m\u00f3veis toscos e de toscas instala\u00e7\u00f5es, como eram as fossas mal cheirosas em \u2018casinhas\u2019 no quintal. N\u00e3o havia eletricidade: o escurecer do princ\u00edpio da noite era iluminado por velas ou l\u00e2mpadas de azeite, pois nem lampi\u00e3o de camisa de vidro existia ainda, pois este s\u00f3 seria inventado muitos s\u00e9culos depois.<\/p>\n

Para melhor compreendermos o que \u00e9 o nosso tempo, em mat\u00e9ria de evolu\u00e7\u00e3o, permito-me citar aqui um trecho do livro Arte e Comunica\u00e7\u00e3o<\/i>, publicado em 1973, autoria de Jacob Klintowitz<\/i>, um dos mais importantes cr\u00edticos de arte das Am\u00e9ricas, atuante em S\u00e3o Paulo, sendo este o seu livro de estreia. Diz ele \u00e0 p\u00e1g. 21: \u201cSe os \u00faltimos 50 mil anos da exist\u00eancia do homem fossem divididos em per\u00edodos de vida de 65 anos cada, haveria 800 per\u00edodos. Desses, 650 foram passados nas cavernas. Somente nos \u00faltimos 70 per\u00edodos foi poss\u00edvel haver uma efetiva comunica\u00e7\u00e3o entre um per\u00edodo e outro, com o surgimento da escrita. Apenas nos \u00faltimos seis per\u00edodos viu o homem sua palavra impressa. S\u00f3 nos \u00faltimos quatro pode-se medir o tempo com precis\u00e3o. Nos dois \u00faltimos, algu\u00e9m usou um motor el\u00e9trico pela primeira vez. E a maioria dos bens materiais, usados na rotina di\u00e1ria, foi desenvolvida no \u00faltimo per\u00edodo. Neste, alterou-se a rela\u00e7\u00e3o dos homens com os recursos. No campo econ\u00f4mico isso pode ser verificado com facilidade. Nos \u00faltimos 65 anos a agricultura, base original de todas as civiliza\u00e7\u00f5es, perdeu seu dom\u00ednio em todas as na\u00e7\u00f5es desenvolvidas; nas outras, o esfor\u00e7o \u00e9 no mesmo sentido. E mesmo a sociedade industrial que substituiu a agr\u00edcola, come\u00e7a a perder-se no tempo. Num \u00fanico per\u00edodo\u201d. <\/i><\/p>\n

Se naquele momento, quando Klintowitz<\/i> escreveu o texto acima transcrito, a sua conclus\u00e3o (quanto ao \u00faltimo per\u00edodo dentre os 800 nos quais dividiu os \u00faltimos 50 mil anos da exist\u00eancia humana) j\u00e1 era impactante, deixando-nos boquiabertos \u2013 que esp\u00e9cie de impacto causa em n\u00f3s hoje o fato de que, s\u00f3 nos quase 40 anos passados desde a publica\u00e7\u00e3o de seu not\u00e1vel livro, portanto um tempo menor do que um per\u00edodo de 65 anos, o homem j\u00e1 fez muito mais, mas muito mais mesmo, do que p\u00f4de fazer da pr\u00e9-hist\u00f3ria at\u00e9 o ano de 1973?! A\u00ed, fico pensando o seguinte: se os grandes inventores desde o s\u00e9culo XVIII \u2013 Samuel Morse, do tel\u00e9grafo, em 1837; Graham Bell, do telefone, em 1876; Thomas Edison, da l\u00e2mpada el\u00e9trica, em 1879; os irm\u00e3os Lumi\u00e8re, do cinemat\u00f3grafo, em 1895; Gugliermo Marconi, do r\u00e1dio, em 1901; e Santos Dumont, do aeroplano, em 1906, entre outros, como os ligados \u00e0 computa\u00e7\u00e3o \u2013 levantassem da sepultura e viessem ver em que resultaram suas inven\u00e7\u00f5es, iriam ficar estupefatos, talvez chocados, com o que veriam.<\/p>\n

Voltemos agora ao nosso S\u00e3o Jo\u00e3o<\/i>. O mundo em seu tempo de vida era t\u00e3o atrasado com rela\u00e7\u00e3o ao nosso, que ele nem de longe poderia intuir, sequer fazer uma vaga ideia do que \u00e9 nossa realidade \u2013 e nem estava preocupado com isto, pois o total de suas preocupa\u00e7\u00f5es centrava-se no Imp\u00e9rio Romano e todas as suas previs\u00f5es a ele se dirigiam e n\u00e3o demoraria o seu cumprimento. S\u00e3o Jo\u00e3o<\/i> tinha plena consci\u00eancia de suas limita\u00e7\u00f5es temporais, pois v\u00e1rias vezes frisou que tudo, quanto previa, n\u00e3o demoraria a acontecer.<\/p>\n

Nota:<\/span> Os Cavaleiros do Apocalipse<\/i>, det. do mural Guerra e Paz<\/i>, de C\u00e2ndido Portinari, exposto na Onu, USA.<\/p>\n

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Autoria do Prof. Pierre Santos \u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babil\u00f4nia, aquela grande cidade, que a todas as na\u00e7\u00f5es deu a beber do vinho da ira de sua prostitui\u00e7\u00e3o (S\u00e3o Jo\u00e3o, Apocalipse, 14:8) A propalada cat\u00e1strofe do Apocalipse j\u00e1 aconteceu. Sen\u00e3o, vejamos. S\u00e3o Jo\u00e3o nutria uma verdadeira ojeriza, \u00f3dio mesmo, do Imp\u00e9rio […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[13],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4686"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=4686"}],"version-history":[{"count":5,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4686\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":39360,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4686\/revisions\/39360"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=4686"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=4686"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=4686"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}