{"id":4711,"date":"2013-06-02T23:22:55","date_gmt":"2013-06-03T02:22:55","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=4711"},"modified":"2022-07-26T18:15:02","modified_gmt":"2022-07-26T21:15:02","slug":"vermeer-a-leiteira","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/vermeer-a-leiteira\/","title":{"rendered":"Vermeer \u2013 A LEITEIRA"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho<\/strong>
\n<\/b><\/p>\n

\"jv1\"<\/a><\/b><\/i><\/p>\n

A Leiteira<\/em>, obra do pintor holand\u00eas Jan Vermeer, \u00e9 tida como uma das mais importantes obras-primas de todos os tempos. A personagem vista na composi\u00e7\u00e3o \u00e9 uma jovem e vigorosa camponesa, extremamente concentrada em seus afazeres. O ambiente em torno dela \u00e9 muito simples: paredes pintadas, mas j\u00e1 descoradas e descascadas pelo tempo, janela com o vidro quebrado e v\u00e1rios objetos comuns, mas que de forma alguma tiram a concep\u00e7\u00e3o de ordem, tendo por objetivo mostrar a ampla gama de cores, texturas e contrastes da composi\u00e7\u00e3o. A pintura j\u00e1 ousada por retratar uma empregada dom\u00e9stica \u00e0 \u00e9poca, ainda apresenta muito detalhamento.<\/p>\n

A janela r\u00fastica deixa entrar um pequeno foco direto de luz, atrav\u00e9s de um dos pequenos pain\u00e9is de vidro que se encontra quebrado. A luz incide sobre o caixilho \u00e0 direita. A claridade que entra atrav\u00e9s dela \u00e9 a \u00fanica fonte de luz a iluminar o ambiente. Na mesma parede, onde a janela encontra-se, podem ser vistos um quadro negro de \u00e9bano, uma cesta de vime para guardar p\u00e3o e um balde de bronze com uma longa al\u00e7a. Tais objetos encaminham o olhar do observador para o centro tem\u00e1tico da pintura, representado pelo leite que \u00e9 derramado no recipiente de barro. O leite \u00e9 o ponto focal da composi\u00e7\u00e3o, assim como \u00e9 o ponto de concentra\u00e7\u00e3o da mulher.<\/p>\n

Na mesa coberta com uma simples toalha verde est\u00e3o o p\u00e3o, o jarro e a bacia que tamb\u00e9m chamam a aten\u00e7\u00e3o para o foco da pintura. O p\u00e3o que se encontra na cesta parece bem real, se visto de longe. Ali, pequenos pontos na pintura d\u00e3o a sensa\u00e7\u00e3o de que h\u00e1 centelhas de luz no p\u00e3o e na borda do jarro. De perto podemos ver com clareza os \u201cpointill\u00e9s\u201d (pequenos pontos feitos com tinta opaca grossa) do pintor. O pano azul que se encontra sobre a mesa \u00e9 parte do avental azul-escuro da camponesa.<\/p>\n

A mulher \u2014 com o rosto virado para baixo e antebra\u00e7os expostos \u2014 veste in\u00fameras camadas de roupa para proteger-se do rigor do inverno. Usa uma touca branca que cai at\u00e9 os ombros; um colete de couro camur\u00e7a amarelo, tran\u00e7ado na frente; mangas azuis e verdes que parecem compor o colete, mas que na verdade n\u00e3o fazem parte dele, pois s\u00e3o usadas separadamente; uma pesada saia vermelha feita de l\u00e3; um avental azul que desce da cintura, sendo que parte dele descansa sobre a mesa. Sua figura, esculpida por meio de sombreamento, repassa a impress\u00e3o de que ela \u00e9 quase tridimensional.<\/p>\n

Acima da cabe\u00e7a da leiteira \u2014 na parede atr\u00e1s dela \u2014 v\u00ea-se um prego fincado onde, possivelmente, deveria haver algo dependurado, mais uma prova da meticulosidade do pintor. Uma fileira de azulejos decorados d\u00e1 termina\u00e7\u00e3o \u00e0 parede na sua parte inferior, a fim de proteger o rodap\u00e9. Bem pr\u00f3ximo, v\u00ea-se um escalda-p\u00e9s, t\u00e3o comum \u00e0 \u00e9poca, cuja finalidade era esquentar as partes inferiores do corpo durante o inverno rigoroso, sendo visto como um s\u00edmbolo do amor e da gentileza.<\/p>\n

A serenidade vista no rosto da mulher, ao executar seu trabalho, traz a impress\u00e3o de que ele \u00e9 costumeiro. A extrema simplicidade do lugar e a calma que nele se encontra d\u00e3o vida a tudo que ali est\u00e1 representado. Infelizmente nem tudo pode ser captado atrav\u00e9s da reprodu\u00e7\u00e3o do quadro, como o brilho e a profundidade do avental azul, pintado com uma camada transparente de ultramar (pigmento extra\u00eddo do l\u00e1pis-laz\u00fali).<\/p>\n

Vermeer gostava de retratar mulheres em interiores, ficando conhecido pela maestria na observa\u00e7\u00e3o do cotidiano. Nenhum detalhe escapava-lhe. O prego visto na parede faz jus \u00e0 observa\u00e7\u00e3o feita ao artista, pois de t\u00e3o detalhista a obra A Leiteira<\/em> traz a impress\u00e3o de que a cena foi retratada com fidelidade, atrav\u00e9s da observa\u00e7\u00e3o direta do pintor.<\/p>\n

Ficha t\u00e9cnica:<\/span>
\nAno: 1658
\nT\u00e9cnica: \u00d3leo sobre tela
\nTamanho: 45,5cm x 41cm
\nLocaliza\u00e7\u00e3o: Rijksmuseum, Amsterd\u00e3, Holanda<\/p>\n

Fontes de pesquisa:<\/span>
\nA hist\u00f3ria da arte\/ E.H. Gombrich
\n1000 obras-primas\/ K\u00f6nemann
\nHist\u00f3ria da arte ocidental\/ Edit. Redeel
\nhttp:\/\/www.essentialvermeer.com\/catalogue\/milkmaid.html<\/p>\n

Views: 22<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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