A aceita\u00e7\u00e3o acr\u00edtica do misticismo e da supersti\u00e7\u00e3o contribui para que se trapaceie, humilhe e \u00e0s vezes at\u00e9 mate. […] Muitos s\u00e3o os charlat\u00f5es conscientes vistos nas igrejas dos mais variados credos. (Carl Sagan)<\/em><\/strong><\/p>\nTodo estudioso das cren\u00e7as antigas sabe que a Gr\u00e9cia e a Roma antigas possu\u00edam deuses para quase todos os fins. Segundo a mitologia oriunda desses povos, seus deuses podiam assumir as mais diferentes formas (touros, chuvas de ouro, cisne, etc.) para fecundar as mulheres pelas quais se apaixonavam, o que nos legou inumer\u00e1veis lendas. E n\u00e3o \u00e9 que a B\u00edblia (G\u00eanesis) tamb\u00e9m apregoa que dem\u00f4nios copulam com as \u201cfilhas dos homens\u201d? O que vemos \u00e9 que a religi\u00e3o crist\u00e3 tamb\u00e9m imergiu no universo das religi\u00f5es pag\u00e3s e dali retirou muitas bizarrices. Muito do que h\u00e1 no livro dos crist\u00e3os foi retirado de credos que existiram antes de Cristo, como comprovam os estudiosos de textos sagrados das mais diferentes religi\u00f5es.<\/p>\n
Muitas culturas antigas acreditavam que as ejacula\u00e7\u00f5es noturnas de s\u00eamen eram instigadas por s\u00facubos (segundo o Dicion\u00e1rio Aur\u00e9lio \u2013 dem\u00f4nios femininos que, segundo uma velha cren\u00e7a popular, vem pela noite copular com homens, perturbando-lhes o sono e causando-lhes pesadelos). Dizia tal cren\u00e7a que Merlin (profeta, mago e conselheiro), Plat\u00e3o (fil\u00f3sofo e matem\u00e1tico do per\u00edodo cl\u00e1ssico da Gr\u00e9cia Antiga),\u00a0 Alexandre, o Grande (imperador do reino grego antigo da Maced\u00f4nia), Martinho Lutero (monge agostiniano e professor de teologia germ\u00e2nico que tornou-se uma das figuras centrais da Reforma Protestante), e muitos outros, assim foram gerados.<\/p>\n
O dem\u00f4nio n\u00e3o molestava apenas as classes baixas, sendo neste ponto bem imparcial. Estava tamb\u00e9m presente nas altas, como comprova o livro escrito por Jaime I, rei da Inglaterra, quando vivia amedrontado com a exist\u00eancia de Sat\u00e3. Ele apregoava que o tabaco era a \u201cerva-daninha do diabo\u201d. Contudo, o supersticioso rei veio a tornar-se um grande c\u00e9tico ao descobrir que adolescentes fingiam estar possu\u00eddas pelo dem\u00f4nio e, no suposto estado, acusavam pessoas inocentes de bruxarias, levando muitas delas \u00e0 forca, enquanto outras, no entanto, passavam por “alucina\u00e7\u00f5es de comandos” esquizofr\u00eanicas.<\/p>\n
\u201cAlucina\u00e7\u00f5es de comandos\u201d esquizofr\u00eanicas, segundo Carl Edward Sagan \u2013 cientista planet\u00e1rio, astr\u00f4nomo, astrobi\u00f3logo, astrof\u00edsico, escritor, divulgador cient\u00edfico e\u00a0 autor de mais de 600 publica\u00e7\u00f5es cient\u00edficas e tamb\u00e9m de mais de vinte livros de ci\u00eancia e fic\u00e7\u00e3o cient\u00edfica \u2013 imputa a uma figura m\u00edtica (ou tida como\u00a0 tal) a ordem de fazer isso ou aquilo, at\u00e9 mesmo o cometimento de crimes contra a vida, como foi o caso de James Warren “Jim” Jones, fundador e l\u00edder da seita Templo dos Povos, respons\u00e1vel pelo suic\u00eddio\/assassinato em massa\u00a0 de 918 dos seus membros em Jonestown, Guiana, al\u00e9m do assassinato do congressista Leo Ryan e de quatro mortes adicionais em Georgetown, capital guianense, em novembro de 1978.<\/p>\n
\u201cAlucina\u00e7\u00f5es de comandos\u201d s\u00e3o advindas de mentes esquizofr\u00eanicas, tornando-se ainda mais perigosas quando encontram um campo f\u00e9rtil para se espalhar. Grupos excessivamente sugestion\u00e1veis podem levar a s\u00e9rio quaisquer que sejam os seus mentores, sem qualquer posicionamento cr\u00edtico.\u00a0 Com eles se integram, interagem e agem no cometimento de atos insanos contra a sociedade em que se inserem, como vimos acontecer com Adolf Hitler (pol\u00edtico alem\u00e3o que foi l\u00edder do Partido Nazista, F\u00fchrer da Alemanha Nazista de 1934 at\u00e9 1945, principal instigador da Segunda Guerra Mundial na Europa e figura central do Holocausto). Seus seguidores julgavam-no um “ser supremo”, acima do bem e do mal.<\/p>\n
Grupos que se deixam guiar por “alucina\u00e7\u00f5es de comandos”, s\u00e3o desprovidos de consci\u00eancia cr\u00edtica, ignoram a Ci\u00eancia e apostam no caos como resolu\u00e7\u00e3o de seus problemas. N\u00e3o aceitam os fatos como s\u00e3o, mas como acham que deveriam ser e, por isso, tentam mold\u00e1-los \u00e0 sua vontade, como se fizessem parte daquele joguinho infantil t\u00e3o conhecido como “Siga o L\u00edder”. Faz-se necess\u00e1rio coibi-los, sem jamais estimul\u00e1-los, pois uma mente doentia aguarda apena um gatilho para cometer insanidades.<\/p>\n
Ilustra\u00e7\u00e3o:<\/u> A Carro\u00e7a de Feno<\/em>, obra de Bosch criada entre 1485 e 1500.<\/p>\nFonte de pesquisa
<\/u>O mundo assombrado pelos dem\u00f4nios\/ Companhia de Bolso<\/p>\n
Indica\u00e7\u00e3o:<\/u> Site \u201cAl\u00e9m da F\u00e9\u201d no You Tube.<\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho Os crist\u00e3os primitivos tinham a firme convic\u00e7\u00e3o de que o ar que respiravam estava povoado de inimigos invis\u00edveis; de inumer\u00e1veis dem\u00f4nios que observavam todos os acontecimentos e assumiam todas as formas para aterrorizar e, acima de tudo, para tentar a sua virtude desprotegida. (Edward Gibbon) A aceita\u00e7\u00e3o acr\u00edtica do misticismo […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[9],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/49048"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=49048"}],"version-history":[{"count":8,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/49048\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":49208,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/49048\/revisions\/49208"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=49048"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=49048"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=49048"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}