{"id":4909,"date":"2013-06-14T23:40:42","date_gmt":"2013-06-15T02:40:42","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=4909"},"modified":"2015-11-03T12:24:58","modified_gmt":"2015-11-03T14:24:58","slug":"a-chegada-de-lampiao-no-ceu-1a-parte","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/a-chegada-de-lampiao-no-ceu-1a-parte\/","title":{"rendered":"A CHEGADA DE LAMPI\u00c3O NO C\u00c9U (1\u00aa Parte)"},"content":{"rendered":"

Autoria de Guaipuan Vieira<\/b><\/b><\/p>\n

\"lamp\"<\/a> <\/b><\/p>\n

Foi numa Semana Santa
\nTava o c\u00e9u em ora\u00e7\u00e3o
\nS\u00e3o Pedro estava na porta
\nRefazendo anota\u00e7\u00e3o
\nDaqueles santos faltosos
\nQuando chegou Lampi\u00e3o.<\/p>\n

Pedro pulou da cadeira
\nDo susto que recebeu
\nPuxou as cordas do sino
\nBem forte nele bateu
\nUma legi\u00e3o de santos
\nAo seu lado apareceu.<\/p>\n

S\u00e3o Jorge chegou na frente
\nCom sua lan\u00e7a afiada
\nLampi\u00e3o baixou os \u00f3culos
\nVendo aquilo deu risada
\nPedro disse: Jorge expulse
\nEle da santa morada.<\/p>\n

E tocou Jorge a corneta
\nChamando sua guarni\u00e7\u00e3o
\nNuma corrente de for\u00e7a
\nCada santo em ora\u00e7\u00e3o
\nPra que o santo Pai Celeste
\nN\u00e3o ouvisse a confus\u00e3o.<\/p>\n

O pilot\u00e3o apressado
\nLigeiro marcou presen\u00e7a
\nPedro disse a Lampi\u00e3o:
\nEu lhe pe\u00e7o com licen\u00e7a
\nSaia j\u00e1 da porta santa
\nOu haver\u00e1 desaven\u00e7a.<\/p>\n

Lampi\u00e3o lhe respondeu:
\nMas que santo \u00e9 o senhor?
\nN\u00e3o aprendeu com Jesus
\nExcluir \u00f3dio e rancor?…
\nTrago paz nesta miss\u00e3o
\nN\u00e3o precisa ter temor.<\/p>\n

Disse Pedro isso \u00e9 blasf\u00eamia
\n\u00c9 bastante astucioso
\nPistoleiro e cangaceiro
\nEsse povo \u00e9 impiedoso
\nN\u00e3o ganhar\u00e3o o perd\u00e3o
\nDo santo Pai Poderoso.<\/p>\n

Inda mais tem sua m\u00e1 fama
\nVez por outra comentada
\nQuando h\u00e1 um julgamento
\nDuma alma t\u00e3o penada
\nPorque fora violenta
\nEm sua vida \u00e9 baseada.<\/p>\n

– Sei que sou um pecador
\nO meu erro reconhe\u00e7o
\nMas eu vivo injusti\u00e7ado
\nUm julgamento eu mere\u00e7o
\nPra sanar as injusti\u00e7as
\nQue s\u00f3 me causam trope\u00e7o.<\/p>\n

Mas isso n\u00e3o faz sentido
\nFalou S\u00e3o Pedro irritado
\nPor uma tribuna livre
\nVoc\u00ea aqui foi julgado
\nE o nosso Onipotente
\nDeu seu caso encerrado.<\/p>\n

– Como fazem julgamento
\nSem o r\u00e9u estar presente?
\nSem ouvir sua defesa?
\nIsso \u00e9 muito deprimente
\nVoc\u00ea Pedro est\u00e1 mentindo
\nDisso nunca esteve ausente.<\/p>\n

Sobre o batente da porta
\nPedro bateu seu cajado
\nDe raiva deu um suspiro
\nE falou muito exaltado:
\nTe excomungo Virgulino
\nCangaceiro endiabrado.<\/p>\n

Houve um grande rebuli\u00e7o
\nNaquele exato momento
\nS\u00e3o Jorge e seus guerreiros
\nCada qual mais violento
\nGritaram pega o jagun\u00e7o
\nEle aqui n\u00e3o tem talento.<\/p>\n

Lampi\u00e3o vendo o afronto
\nNaquela santa morada
\nDisse: Deus n\u00e3o est\u00e1 sabendo
\nDo que h\u00e1 na santarada
\nBateu m\u00e3o no velho rifle
\nDeu pra cima uma rajada.<\/p>\n

O pipocado de bala
\nVomitado pelo cano
\nClareou toda a fachada
\nDo reino do Soberano
\nA guarni\u00e7\u00e3o assombrada
\nFez Pedro mudar de plano.<\/p>\n

Nota:<\/span> ver a 2\u00aa parte<\/i><\/p>\n

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