{"id":5275,"date":"2013-07-16T22:58:15","date_gmt":"2013-07-17T01:58:15","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=5275"},"modified":"2022-07-26T22:02:28","modified_gmt":"2022-07-27T01:02:28","slug":"a-rev-dos-bichos-12-nenhum-animal-roubava","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/a-rev-dos-bichos-12-nenhum-animal-roubava\/","title":{"rendered":"A Rev. Dos Bichos (12) \u2013 NENHUM ANIMAL ROUBAVA"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho
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Todos os trabalhadores t\u00eam consci\u00eancia de que, quando o fruto do trabalho resulta em benef\u00edcio para eles pr\u00f3prios, al\u00e9m de ser mais produtiva a faina tamb\u00e9m se torna mais prazerosa. E foi exatamente isso que aconteceu com os bichos, pois sabiam que os negligentes e aproveitadores humanos, n\u00e3o iriam lhes roubar o fruto da labuta. E, por isso, davam de si tudo que podiam em benef\u00edcio da Granja dos Animais<\/i>.<\/p>\n

Como vimos anteriormente, ap\u00f3s a expuls\u00e3o covarde de Bola de Neve<\/i>, o astuto Napole\u00e3o <\/i>assumiu todo o comando, ficando senhor absoluto de todas as ordenan\u00e7as, que fazia passar como se fossem \u201csugest\u00f5es democr\u00e1ticas\u201d. E foi assim que sugeriu aos bichos um trabalho volunt\u00e1rio, ou seja, cada um poderia aceit\u00e1-lo ou n\u00e3o, mas aquele que dele n\u00e3o participasse teria sua ra\u00e7\u00e3o diminu\u00edda. Com t\u00e3o benevolente proposta, ningu\u00e9m ousou ficar de fora dos trabalhos feitos nas tardes de domingo.<\/p>\n

A constru\u00e7\u00e3o do moinho de vento estava cada vez mais trabalhosa, apresentado um sem n\u00famero de dificuldades. Os animais n\u00e3o se ajustavam ao trabalho de quebrar pedras. As ferramentas n\u00e3o se adequavam ao f\u00edsico deles. O \u00fanico jeito seria aproveitar a gravidade. Como muito sacrif\u00edcio, enormes pedras eram arrastadas at\u00e9 o cume da pedreira, e de l\u00e1 eram jogadas para que se espatifassem ao cair. Coisa que nem sempre acontecia. O servi\u00e7o era t\u00e3o brutal, que at\u00e9 os porcos resolveram ajudar, deixando de lado a intelectualidade. Sans\u00e3o<\/i>, como sempre, trabalhava incansavelmente, como se fora tr\u00eas cavalos.<\/p>\n

Mais um inverno fazia-se presente. Embora os animais n\u00e3o tivessem alimentos armazenados com fartura, tinham o suficiente para passarem aquela g\u00e9lida esta\u00e7\u00e3o, sem falar que, como nenhum animal roubava, nem mesmo houve necessidade de se colocar cercas e porteiras nas pastagens. A confian\u00e7a era a base da vida na granja. Al\u00e9m disso, os animais sabiam que n\u00e3o seriam usurpados pelos esbanjadores humanos, que se nutriam do resultado do trabalho alheio. Para minha tristeza, constato que a cr\u00edtica, feita pelos bichos ao Homem, continua firme nos dias de hoje, entre os pr\u00f3prios homens: o povo trabalha at\u00e9 n\u00e3o mais poder e v\u00ea os pol\u00edticos usufru\u00edrem daquilo que conseguiu com muito suor, sem ao menos ser consultado. E pior, quase sempre em benef\u00edcio pr\u00f3prio.<\/p>\n

O ver\u00e3o chegou trazendo alguns problemas: a falta de \u00f3leo de parafina, pregos, corda, biscoitos para os cachorros e ferraduras para os cavalos. N\u00e3o havia como fabric\u00e1-las na granja. Depois houve a falta de sementes, adubo artificial, maquinaria para o moinho de vento, etc. O que far\u00e1 Napole\u00e3o<\/em>, como chefe intelectual do grupo? Que rumos tomar\u00e3o os animais diante de tal dilema? Como ficar\u00e1 a filosofia Animalista<\/em>? E isso que veremos no pr\u00f3ximo cap\u00edtulo.<\/p>\n

Fonte de pesquisa:
\n<\/span>A Revolu\u00e7\u00e3o dos Bichos\/ George Orwell<\/p>\n

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