{"id":5302,"date":"2013-08-02T23:22:36","date_gmt":"2013-08-03T02:22:36","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=5302"},"modified":"2022-07-26T22:20:29","modified_gmt":"2022-07-27T01:20:29","slug":"a-rev-dos-bichos-17-todos-os-animais-sao-iguais-mas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/a-rev-dos-bichos-17-todos-os-animais-sao-iguais-mas\/","title":{"rendered":"A Rev. dos Bichos (17) \u2013 PORCOS E HOMENS"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho
\n<\/b><\/p>\n

\u00a0\"asaaa\"<\/a><\/p>\n

Senti que a hist\u00f3ria do meu amigo George Orwell estava chegando ao fim pela maneira como sua voz ia se tornando cada vez mais cansada, numa esp\u00e9cie de desalento e alquebramento com os fatos, como se tudo na vida fosse c\u00edclico, ou seja, o estado inicial \u00e9 tal e qual o est\u00e1gio final. Eu tamb\u00e9m me senti extremamente acabrunhada, pois o acompanhara bebendo-lhe as palavras e refletindo sobre elas ao me deitar. De certa forma, tamb\u00e9m fizera parte da Revolu\u00e7\u00e3o<\/em> e da cren\u00e7a dos bichos num mundo, onde todos fossem tratados com igualdade. Mas vamos aos finalmentes, j\u00e1 que tudo \u00e9 o que \u00e9, e n\u00e3o o que parece ser.<\/p>\n

Napole\u00e3o<\/i>, o usurpador, engordava cada vez mais. Agora tinha um aposento s\u00f3 para si, era tratado com todo o aparato dos demagogos e tiranos. Serviam-no com o que havia de melhor na granja e na casa-grande, inclusive sua comida era posta \u00e0 mesa em recipientes de porcelana.<\/p>\n

Muitos animais que participaram da Revolu\u00e7\u00e3o<\/i> estavam mortos, quer pela idade quer pelo excesso de trabalho. Outros ou estavam com a mem\u00f3ria fraca, ou preferiam esquecer o passado de tantos sonhos e dedica\u00e7\u00e3o. Os animais novos nada sabiam do passado do que os precederam, uma vez que nada ficara por escrito. E mesmo se os tratados pol\u00edticos e filos\u00f3ficos da Revolu\u00e7\u00e3o<\/em> existissem, de nada serviriam, pois, o analfabetismo grassava solto. N\u00e3o mais havia preocupa\u00e7\u00e3o com o saber, talvez porque a educa\u00e7\u00e3o das massas constitu\u00edsse um grande perigo para o poder. Apenas os porcos continuavam exercendo sua intelectualidade e os c\u00e3es a sua for\u00e7a f\u00edsica, num duo de extrema import\u00e2ncia para o exerc\u00edcio do poder.<\/p>\n

O moinho, que tanto sofrimento causara na sua constru\u00e7\u00e3o, tal e qual as pir\u00e2mides do Egito, tinha agora desvirtuada a sua fun\u00e7\u00e3o. Em vez de aquecer os animais nos rigorosos invernos, era usado para gerar energia el\u00e9trica para moer cereais que seriam vendidos para os granjeiros, pois dava muito dinheiro, e o lucro era o que contava para os porcos.<\/p>\n

Os porcos amanheceram um dia andando sobre as duas patas traseiras, imitando os homens. Napole\u00e3o<\/i> trazia na m\u00e3o direita um chicote, como s\u00edmbolo de seu poder, al\u00e9m de ter se tornado um grande amigo dos granjeiros, com quem travava os mais escusos neg\u00f3cios. Por sua ordem, a granja n\u00e3o era mais a Granja dos Bichos<\/em>, mas a Granja Solar.<\/p>\n

Um novo slogan passou a ser repetido diariamente: Quatro pernas bom, duas pernas melhor!<\/i><\/p>\n

E, para jogar uma p\u00e1 de cal no passado, na parede onde estavam escritos os Sete Mandamentos estava agora:<\/p>\n

Todos os animais s\u00e3o iguais,
\nmas alguns animais s\u00e3o
\nmais iguais do que outros.<\/i><\/p>\n

Dali por diante, n\u00e3o mais foi poss\u00edvel distinguir os porcos dos homens.<\/p>\n

Aten\u00e7\u00e3o:<\/span> N\u00e3o percam o \u00faltimo cap\u00edtulo: REENCONTRANDO GEORGE ORWELL<\/p>\n

Fonte de pesquisa:<\/span>
\nA Revolu\u00e7\u00e3o dos Bichos\/ George Orwell<\/p>\n

Nota:<\/span>\u00a0<\/strong> Imagem copiada de blogs.estadao.com.br<\/a><\/i><\/p>\n

Views: 1<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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