{"id":5671,"date":"2013-07-15T22:58:39","date_gmt":"2013-07-16T01:58:39","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=5671"},"modified":"2022-07-26T22:03:15","modified_gmt":"2022-07-27T01:03:15","slug":"a-pintura-naturalista-e-o-brasil-de-marianne-north","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/a-pintura-naturalista-e-o-brasil-de-marianne-north\/","title":{"rendered":"A ARTE NATURALISTA DE MARIANNE NORTH"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho
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\u00a0\u00a0 \u00a0 \"mari12\"\u00a0 <\/a>\"mari1\"<\/a><\/p>\n

A arte de retratar a natureza, j\u00e1 conhecida desde o Renascimento, foi de suma import\u00e2ncia para a ci\u00eancia, pois reproduzia com precis\u00e3o as estruturas dos organismos, num grau tal de perfei\u00e7\u00e3o, que nem mesmo a fotografia poderia oferecer. O s\u00e9culo XIX foi, sem d\u00favida, o apogeu da pintura naturalista<\/i>. E, como n\u00e3o poderia deixar de ser, o Brasil foi um cen\u00e1rio prop\u00edcio para os artistas envolvidos com esse tipo de arte. Artistas famosos, como o alem\u00e3o Rugendas e franc\u00eas Dubret, aqui aportaram, n\u00e3o conseguiram deixar um acervo t\u00e3o rico sobre a natureza de nosso pa\u00eds como o de Marianne North<\/i>.<\/p>\n

Marianne North<\/i>, ap\u00f3s a morte de sua m\u00e3e, em 1855, passou a viajar com seu pai, ent\u00e3o membro do parlamento ingl\u00eas e, com a morte desse, optou por seguir o seu desejo inicial de pintar a flora e a fauna de pa\u00edses distantes. Assim, a pintora inglesa, solteirona convicta, depois dos seus 40 anos tornou-se uma artista itinerante, dando volta ao mundo por tr\u00eas vezes, retratando as maravilhas naturais que encontrava: paisagens, vegeta\u00e7\u00e3o e animais.<\/p>\n

Marianne<\/i> come\u00e7ou suas viagens pelo Canad\u00e1, depois Estados Unidos e Jamaica. A seguir veio para o Brasil. Em uma excurs\u00e3o por Minas Gerais, nos idos de 1870, ouviu de um padre o desejo que ele nutria por criar um museu de hist\u00f3ria natural e dar aulas sobre o assunto. O apelo tocou-a, pois um pa\u00eds que tinha diante de si tamanha exuber\u00e2ncia em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de plantas e animais, muitos deles ainda desconhecidos, n\u00e3o poderia ignorar a import\u00e2ncia do tema, cabendo a tarefa a estudiosos estrangeiros.<\/p>\n

Foi no nosso pa\u00eds que a artista inglesa sentiu o desabrochar de sua arte na representa\u00e7\u00e3o da natureza tropical com desenhos meticulosos e de cores vibrantes, realizados em cabanas, no meio das florestas. Mas, infelizmente, seu trabalho permaneceu oculto por mais de um s\u00e9culo, enclausurado numa galeria do jardim bot\u00e2nico de Kew, pr\u00f3ximo a Londres, galeria essa constru\u00edda sob a supervis\u00e3o da artista.<\/p>\n

As pinturas de Marianne<\/i> sobre a natureza tropical brasileira foram feitas entre os anos de 1872 e 1873, num total de 112 obras que agora, depois de uma restaura\u00e7\u00e3o geral, ganharam uma edi\u00e7\u00e3o. No livro, j\u00e1 presente no mercado brasileiro, o historiador J\u00falio Bandeira apresenta as andan\u00e7as da artista pelo Brasil e trechos de sua autobiografia que referem ao pa\u00eds: impress\u00f5es sobre a fauna e a flora em suas passagens por Minas Gerais e pelo Rio de Janeiro, assim como os modos do povo. Margaret Mee<\/i> foi outra artista inglesa que trabalhou na Amaz\u00f4nia, a partir de 1956.<\/p>\n

O c\u00e2none da pintura naturalista rezava que a representa\u00e7\u00e3o de plantas e de animais deveria ser est\u00e1tica, contudo, Marianne<\/i> n\u00e3o se prendeu a essa regra, ao dar movimento ao que pintava, sendo seu trabalho elogiado pelo amigo naturalista Charles Darwin. Inclusive, foi por sugest\u00e3o do amigo que ela partiu para a Oceania, em 1880 e, por um ano, retratou imagens da Austr\u00e1lia e da Nova Zel\u00e2ndia.<\/p>\n

Marianne North<\/i> tamb\u00e9m se destacava dos artistas naturalistas ao usar tinta a \u00f3leo em suas pinturas, ao inv\u00e9s de guache ou aquarela. A sua op\u00e7\u00e3o pela tinta, al\u00e9m de salientar as cores de seus trabalhos, ainda permitiu que sua obra tivesse um desgaste pelo tempo bem menor.<\/p>\n

Um dos lados tristes da hist\u00f3ria dessa singular artista itinerante foi o fato de que a sua arte foi tamb\u00e9m foi respons\u00e1vel pela sua morte. Marianne morreu envenenada, aos 59 anos, em 1890, pela tinta a \u00f3leo.<\/p>\n

Os di\u00e1rios da artista foram publicados ap\u00f3s sua morte. Neles, ela fala sobre suas viagens atrav\u00e9s das \u201cestradas lamacentas\u201d do Brasil. Nem todos os seus escritos foram revelados, estando os originais ainda sob a guarda da fam\u00edlia.<\/p>\n

Pintura
\n<\/span>ma das imagens que ilustram este texto traz beija-flores sugando o n\u00e9ctar de uma paineira-rosa. \u00c0 \u00e9poca, ver um passarinho enfiando o bico numa flor era tido como \u201cpura pornografia\u201d. Coisa que Marianne n\u00e3o levou em conta.<\/p>\n

Livro:<\/span> A Viagem ao Brasil de Marianne North
\nEditora Sextante<\/p>\n

Fontes de pesquisa:
\n<\/span>Revista Veja\/ 23-01-2013
\nWikipedia<\/p>\n

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Views: 24<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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