<\/a><\/p>\nSanto Deus Onipotente
\nVenho rogar vossa ajuda
\nPra afastar assombra\u00e7\u00e3o
\nDe todo mal nos acuda
\nPrincipal desse fantasma
\nQue \u00e9 a Perna Cabeluda.<\/p>\n
\u00c9 um bicho horripilante
\nQue na noite entra em a\u00e7\u00e3o
\nTem dois metros de altura
\nE pula como canc\u00e3o
\nNo joelho tem um olho
\nAcesso que nem ti\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
O nariz \u00e9 bem pontudo
\nAl\u00e9m da boca rasgada
\nAs prezas s\u00e3o dum felino
\nL\u00edngua com a ponta cortada
\nTem barbicha que nem bode
\nCada unha \u00e9 envergada.<\/p>\n
Faz um barulho medonho
\nComo chocalho de cobra
\n\u00c9 o rangido dos dentes
\nDa energia que sobra
\nLimpa o nariz com a l\u00edngua
\nDan\u00e7a fazendo manobra.<\/p>\n
Ainda tem no calcanhar
\nUm afinado espor\u00e3o
\nCuja cor avermelhada
\nReluzente a um medalh\u00e3o
\nNo tornozelo uma gola
\nComo estivera em pris\u00e3o.<\/p>\n
Na canela tem um chifre
\nCom uma luz bem na ponta
\nUma esp\u00e9cie de lanterna
\nPra andar por onde afronta
\nFazer v\u00edtima onde passa
\nQue j\u00e1 se perdeu a conta.<\/p>\n
Tem enorme cabeleira
\nNo lugar que foi cortado
\nQue sacode sobre a perna
\nGirando de lado em lado
\nDe jaguar s\u00e3o as orelhas
\nE h\u00e1 pelo aveludado.<\/p>\n
Pense ent\u00e3o na coisa feia
\nMultiplique o seu pensar
\nPois \u00e9 assim que a coisa
\nAnda em noite de luar
\nE tamb\u00e9m na escurid\u00e3o
\nPra poder se ocultar.<\/p>\n
Quem j\u00e1 viu conta que a perna
\nChega mansa e de repente
\nCisca o ch\u00e3o e fala coisas
\nQue n\u00e3o h\u00e1 um ser vivente
\nPra decifre a linguagem
\nQue repassa no presente.<\/p>\n
E depois dessa contenda
\nD\u00e1 um assovio fino
\n\u00c0 noite entra em silencio
\nComo ordena seu destino
\nAt\u00e9 o galo no poleiro
\nEsquece o sagrado tino.<\/p>\n
Por onde passa o vivente
\nFica imobilizado
\nFalta as pernas pra correr
\n\u00c9 um momento aperreado
\nS\u00f3 pra v\u00ea que neste mundo
\nTudo um pouco \u00e9 encontrado.<\/p>\n
Muitos contam que a origem
\nVem duma hist\u00f3ria passada
\nDum acidente de \u00f4nibus
\nEm regi\u00e3o povoada
\nPra bandas do Piau\u00ed
\nCurva do \u201cS\u201d chamada.<\/p>\n
Dois \u00f4nibus da Marimb\u00e1
\nDo Piau\u00ed essa empresa
\nSe chocaram nessa curva
\nQue foi a maior tristeza
\nN\u00e3o escapou um crist\u00e3o
\nS\u00f3 de pensar d\u00e1 fraqueza.<\/p>\n
Uma v\u00edtima teve a perna
\nDe seu corpo decepada
\nDizem que ela criou vida
\nNum monstro foi transformada
\nNa mata ficou vagando
\nProcurando sua estrada.<\/p>\n
Antes de achar caminho
\nPra sua nova paragem
\nEm todo aquela regi\u00e3o
\nFicou fazendo visagem
\nAssombrando ca\u00e7ador
\nE vaqueiro de coragem.<\/p>\n
Pois chegou no Cear\u00e1
\nSeguindo um caminhoneiro
\nQue vinha pra Canind\u00e9
\nS\u00f3 conduzindo romeiro
\nDepois foi a Fortaleza
\nPromover o seu desterro.<\/p>\n
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Autor: Guaipuan Vieira Santo Deus Onipotente Venho rogar vossa ajuda Pra afastar assombra\u00e7\u00e3o De todo mal nos acuda Principal desse fantasma Que \u00e9 a Perna Cabeluda. \u00c9 um bicho horripilante Que na noite entra em a\u00e7\u00e3o Tem dois metros de altura E pula como canc\u00e3o No joelho tem um olho Acesso que nem ti\u00e7\u00e3o. O […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[22],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6609"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=6609"}],"version-history":[{"count":4,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6609\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":23579,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/6609\/revisions\/23579"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=6609"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=6609"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=6609"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}