{"id":7418,"date":"2013-09-07T15:05:19","date_gmt":"2013-09-07T18:05:19","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=7418"},"modified":"2015-10-09T22:34:30","modified_gmt":"2015-10-10T01:34:30","slug":"as-4-orfas-de-portugal-2a-parte","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/as-4-orfas-de-portugal-2a-parte\/","title":{"rendered":"AS 4 \u00d3RF\u00c3S DE PORTUGAL (2\u00aa Parte)"},"content":{"rendered":"

Autoria de Jo\u00e3o Melqu\u00edades da Silva<\/strong><\/p>\n

\"4orf\"<\/a><\/p>\n

A noite est\u00e1 muita escura,
\npor\u00e9m, a mo\u00e7a seguia
\nno oit\u00e3o de uma igreja,
\num vulto lhe aparecia;
\no vulto era um padre,
\npegou na m\u00e3o de Maria<\/p>\n

O padre disse: filhinha
\nesta hora, aonde vais?
\nO que \u00e9 que tu procuras,
\nque daqui n\u00e3o passas mais,
\nvolta que tuas irm\u00e3s
\nficaram chorando atr\u00e1s.<\/p>\n

Padre, porque sou pobre,
\numa orf\u00e3 desvalida,
\nabandonei minhas irm\u00e3s
\npara salvar minha vida;
\neu vou procurar um homem
\nque me d\u00ea roupa e comida.<\/p>\n

Porquanto a minha pobreza,
\nfaz vergonha eu lhe contar,
\ntodo dia em nossa casa
\nn\u00e3o tem que se almo\u00e7ar;
\nh\u00e1 tempo que eu n\u00e3o janto,
\neu vou dormir sem cear.<\/p>\n

O padre disse: filhinha,
\ntu precisas de caridade,
\nent\u00e3o me diz se conheces
\nna alta sociedade,
\nqual e o homem solteiro
\nmais rico desta cidade.<\/p>\n

Tem o coronel Paulino
\nque \u00e9 um mo\u00e7o solteiro,
\nnegociante na pra\u00e7a,
\ncapitalista e banqueiro;
\no governo deve a ele
\ngrande soma de dinheiro.<\/p>\n

O Padre tirou um l\u00e1pis,
\nnum papel p\u00f4s-se a escrever,
\ndirigindo um bilhetinho
\nde acordo o seu saber,
\npara o coronel Paulino
\nesta quest\u00e3o resolver.<\/p>\n

O padre disse: filhinha,
\nvolta e vai descansar,
\npor hoje lhe passa a fome,
\nn\u00e3o precisa mais cear,
\nporque a sua pobreza
\nagora vai se acabar.<\/p>\n

Quando o dia amanhecer,
\nv\u00e1 o bilhete entregar
\nao coronel Paulino,
\na quem eu mando levar;
\nespera pela resposta
\nque ele tem que te dar.<\/p>\n

Maria voltou a casa,
\nconforme o padre dizia;
\nas Irm\u00e3s abriram a porta,
\ndisseram entra Maria;
\nse abra\u00e7aram todas tr\u00eas
\nchorando de alegria.<\/p>\n

Quando o dia amanheceu,
\nMaria, no mesmo tino,
\nfoi levar o bilhetinho
\nao coronel Paulino,
\npara saber da resposta,
\nqual ser\u00e1 o seu destino.<\/p>\n

No armaz\u00e9m do Paulino,
\nestavam negociando
\numa sec\u00e7\u00e3o dos mais ricos
\nsobre neg\u00f3cio tratado,
\ne viram aquela mocinha
\nque vinha se aproximando.<\/p>\n

Os homens se combinavam,
\ncada qual o mais ladino;
\nMaria interrogou-os,
\ncom seu termo feminino,
\nquem \u00e9 aqui dos senhores
\no grande coronel Paulino?<\/p>\n

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