{"id":7762,"date":"2015-01-12T21:00:36","date_gmt":"2015-01-12T23:00:36","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=7762"},"modified":"2022-08-11T18:00:17","modified_gmt":"2022-08-11T21:00:17","slug":"um-beijo-em-times-square","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/um-beijo-em-times-square\/","title":{"rendered":"UM BEIJO EM TIMES SQUARE"},"content":{"rendered":"

Autoria de\u00a0<\/b>Lu Dias Carvalho<\/strong> \"viet1\"<\/a><\/p>\n

Eu estava no primeiro encontro com a minha atual esposa, quando eles anunciaram o fim da guerra. Fomos para um bar e eu bebi um pouco. Estava excitado pelo fim do conflito e animado por causa da bebida. Quando vi a enfermeira na rua, agarrei-a e a beijei. (George Mendon\u00e7a)<\/i><\/b><\/p>\n

Ele era muito forte. Eu n\u00e3o o beijei. Foi ele quem me beijou. (Greta Zimmer Friedman).<\/i><\/b><\/p>\n

O fot\u00f3grafo e fotojornalista judeu-alem\u00e3o Alfred Eisenstaedt (1898-1995), que trabalhou como freelance na Alemanha, \u00e9 respons\u00e1vel por uma das imagens mais conhecidas, comemorando o t\u00e9rmino da Segunda Guerra Mundial. Trata-se da fotografia de um marinheiro norte-americano beijando uma enfermeira na Avenida Times Square, logo ap\u00f3s a vit\u00f3ria dos Estados Unidos sobre o Jap\u00e3o.<\/p>\n

Alfred Eisenstaedt nasceu na antiga Pr\u00fassia, mas mudou ainda crian\u00e7a para Berlim, Alemanha, de onde partiu dois anos depois da chegada de Adolf Hitler ao poder, migrando para os Estados Unidos a fim de fugir do antissemitismo. Ainda na Alemanha, ao ser recrutado pelo ex\u00e9rcito alem\u00e3o para servir na Primeira Guerra Mundial, teve as pernas afetadas pela explos\u00e3o de uma granada que o impediu de andar sozinho pelo per\u00edodo de um ano. Fato que n\u00e3o tirou o seu interesse pela fotografia. Ap\u00f3s se naturalizar norte-americano, Alfred Eisenstaedt viajou por diversos pa\u00edses, documentando as consequ\u00eancias tr\u00e1gicas da guerra. Por seu trabalho de fot\u00f3grafo recebeu in\u00fameros pr\u00eamios.<\/p>\n

Dia V-J em Times Square<\/i> \u00e9 a fotografia mais famosa de Alfred Eisenstaedt e uma das imagens mais ic\u00f4nicas festejando o final da guerra. \u00a0A imagem capta a alegria dos Aliados e simboliza a presen\u00e7a dos soldados e do corpo m\u00e9dico de apoio no conflito que chegava ao fim, momento imortalizado pelo fot\u00f3grafo.<\/p>\n

A revista Life, \u00e0 \u00e9poca, publicou uma s\u00e9rie de fotografias celebrando o final da guerra, em uma se\u00e7\u00e3o de doze p\u00e1ginas, chamada Victory. Os fot\u00f3grafos que cobriram a guerra elegeram a foto do beijo como a predileta. Muitas pessoas tiraram foto imitando aquela pose.<\/p>\n

Por muito tempo se perguntou quais eram os protagonistas daquela cena. V\u00e1rios casais apareceram para dizer que eram eles, at\u00e9 surgirem os verdadeiros personagens. Sessenta e sete anos depois de terem sido clicados para a foto consagrada, George Mendon\u00e7a, o marinheiro, e Greta Zimmer Friedman, a enfermeira, voltaram a se reencontrar.<\/p>\n

Segundo Greta, assim que a fotografia foi publicada na revista Life, ela se reconheceu. O que n\u00e3o aconteceu com George, que s\u00f3 se convenceu de que o marinheiro era ele, muitos anos depois. Sua mulher, Rita Mendon\u00e7a, que aparece no plano de fundo, na altura do ombro, foi a prova cabal.<\/p>\n

Olhando a fotografia, tudo nos leva a crer que se trata de um casal enamorado. At\u00e9 porque a garota entrega-se por inteiro ao rapaz. Nada h\u00e1 nela que indique repuls\u00e3o. Toda a sua postura \u00e9 de aceita\u00e7\u00e3o e compartilhamento. Sem falar que \u00e9 dif\u00edcil imaginar que algu\u00e9m possa nos abra\u00e7ar e beijar (na boca) na rua sem a nossa permiss\u00e3o. Mas nos situemos na \u00e9poca do acontecimento. Imaginemos o sofrimento das pessoas diante de uma guerra t\u00e3o longa. Coloquemo-nos no lugar do marinheiro, talvez prestes a partir para alguma miss\u00e3o, assim como a enfermeira. N\u00e3o poderia haver euforia maior do que receber a not\u00edcia de que a guerra findara, e mais, com a vit\u00f3ria dos Aliados. Numa hora dessas todos se sentem como irm\u00e3os, se antes, v\u00edtimas do mesmo sofrimento, depois, tomados pela mesma alegria.<\/p>\n

Lembro-me de ter participado de finais de apura\u00e7\u00e3o pol\u00edtica, em frente ao comit\u00ea geral do partido em quest\u00e3o e, ao final, quando vitoriosas, milhares de pessoas presentes punham-se a abra\u00e7ar umas \u00e0s outras, numa alegria generalizada, sem que se conhecessem antes. Agora, imaginemos tal acontecimento no final de uma guerra! Portanto, nada mais normal que o procedimento do marinheiro George Mendon\u00e7a ao abra\u00e7ar a enfermeira que passava pela rua, na hora do an\u00fancio da vit\u00f3ria, pessoa que tamb\u00e9m representava uma participa\u00e7\u00e3o mais efetiva no conflito. Ou seja, ambos estavam no mesmo barco, logo, em maior sintonia. Sua mulher, Rita Mendon\u00e7a, deve ter perdoado os arroubos do marido, pois deveria estar t\u00e3o feliz quanto ele.<\/p>\n

Fontes de pesquisa:
\n<\/span>Tudo sobre fotografia\/ Editora Sextante
\nRevista Alfa<\/p>\n

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Autoria de\u00a0Lu Dias Carvalho Eu estava no primeiro encontro com a minha atual esposa, quando eles anunciaram o fim da guerra. Fomos para um bar e eu bebi um pouco. Estava excitado pelo fim do conflito e animado por causa da bebida. Quando vi a enfermeira na rua, agarrei-a e a beijei. (George Mendon\u00e7a) Ele […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[10],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7762"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=7762"}],"version-history":[{"count":6,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7762\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":46536,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7762\/revisions\/46536"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=7762"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=7762"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=7762"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}