![\"cap](\"http:\/\/virusdaarte.net\/wp-content\/uploads\/2013\/09\/cap-baleia.jpg\")
<\/a><\/p>\nPor que eles buliam com um homem trabalhador?
\nEra um bruto, sabia, nunca havia aprendido nada.
\nN\u00e3o sabia como dizer as coisas, por isso foi preso.
\nMete-se gente na cadeia por uma coisa de nada?<\/p>\n
Era por que ele n\u00e3o teve prumo pra\u00a0 falar direito?
\nQue maldade fazia a rudeza dele pras pessoas?
\nQue culpa tinha de nascer, viver como um bruto,
\nse vivia como escravo, sem fazer mal nenhum?<\/p>\n
A ideia cresceu em sua cabe\u00e7a e partiu sem tino.
\nAssuntava. Existia somente agarrado aos bichos.
\nNunca teve escolha. Nem conseguia se defender.
\nPouco sabia da vida, pois nunca\u00a0 recebeu ensino.<\/p>\n
Devia ser assim mesmo. Cada um como Deus fez.
\nE ele, Fabiano, um bruto, n\u00e3o tinha saber no falar.
\n\u00c0s vezes dizia palavras bobas, s\u00f3 por embroma\u00e7\u00e3o.
\nMas nem conseguia saber o que levava no pensar.<\/p>\n
Se pudesse, espancaria os marrentos dos soldados,
\nque maltratam as criaturas s\u00f3 pra seu aprazimento.
\nS\u00f3 a fam\u00edlia segurava-o pra n\u00e3o cometer um desar.
\nPor ela levaria at\u00e9 ferro quente igual boi no mour\u00e3o.<\/p>\n
O tira amarelo era um infeliz. Nem valia um tabefe.
\nSe pudesse, entraria num bando de cangaceiro, e
\nfaria estrago nos que dirigiam o soldado descorado.
\nN\u00e3o ficaria s\u00f3 um na face da Terra – no sementeiro.<\/p>\n
Essa ideia apoquentava-lhe a cabe\u00e7a a toda hora.
\nMas havia sua mulher, os meninos e a cachorrinha.
\nEram uns camb\u00f5es pendidos no seu rude pesco\u00e7o.
\nDeveria continuar a lev\u00e1-los at\u00e9 o fim de seus dias.<\/p>\n
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Autoria de Lu Dias Carvalho Por que eles buliam com um homem trabalhador? Era um bruto, sabia, nunca havia aprendido nada. N\u00e3o sabia como dizer as coisas, por isso foi preso. Mete-se gente na cadeia por uma coisa de nada? Era por que ele n\u00e3o teve prumo pra\u00a0 falar direito? Que maldade fazia a rudeza […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"sfsi_plus_gutenberg_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_show_text_before_share":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_type":"","sfsi_plus_gutenberg_icon_alignemt":"","sfsi_plus_gutenburg_max_per_row":"","_monsterinsights_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[51],"tags":[],"aioseo_notices":[],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7907"}],"collection":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=7907"}],"version-history":[{"count":7,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7907\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":45901,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7907\/revisions\/45901"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=7907"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=7907"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/virusdaarte.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=7907"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}