{"id":8021,"date":"2013-10-09T00:41:35","date_gmt":"2013-10-09T03:41:35","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=8021"},"modified":"2022-08-04T20:02:14","modified_gmt":"2022-08-04T23:02:14","slug":"raizes-da-mpb-lamartine-babo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/raizes-da-mpb-lamartine-babo\/","title":{"rendered":"Ra\u00edzes da MPB \u2013 LAMARTINE BABO"},"content":{"rendered":"

<\/p>\n

Autoria de Lu Dias Carvalho<\/b>
\n<\/span><\/b><\/p>\n

\"lala\"<\/a><\/span><\/b><\/p>\n

Lamartine Babo era um moderno por excel\u00eancia. E um p\u00f3s-moderno, por antecipa\u00e7\u00e3o. Humorista, fundador do nonsense e do besteirol aut\u00f3ctones, radialista, compositor, ator, cantor, poeta, trocadilhista. Outrora multiartista, hoje seria classificado como multim\u00eddia. Ou mesmo neorrenascentista. (Mathilda K\u00f3vak, jornalista, roteirista, escritora e compositora)<\/em><\/strong><\/p>\n

Eu era t\u00e3o magro, que conseguia passar inc\u00f3lume sobre os pingos de chuva. (…) Eu me achava um colosso. Mas um dia, olhando-me no espelho, vi que n\u00e3o tenho colo, s\u00f3 tenho osso. (Lamartine Babo)<\/span><\/i><\/b><\/p>\n

Ele escrevia todo o arranjo, cantando a introdu\u00e7\u00e3o, o meio e o fim, solfejava acordes e sugeria partes instrumentais. A gente s\u00f3 fazia escrever. (maestro Radam\u00e9s Gnatalli)<\/span><\/i><\/b><\/p>\n

Com o canto direito da boca ele faz o trombone; no canto esquerdo faz o saxofone; o pistom sai do meio; o violino pelo nariz; belisca o pesco\u00e7o e faz pizzicatos; aperta uma narina e imita surdina; e, castigando a mesa, pratos copos e talheres, \u00e9 melhor que qualquer esquipe de ritmistas. (cronista Nestor Holanda)<\/span><\/i><\/b><\/p>\n

O compositor radialista, ator, cantor, poeta e trocadilhista, Lamartine de Azeredo Babo<\/i> (1904-1963) nasceu na cidade do Rio de Janeiro\/RJ. Ao lado de Noel Rosa, Jo\u00e3o de Barra, Ary Barroso, Cust\u00f3dio Mequita, Joubert de Carvalho, Ant\u00f4nio N\u00e1ssara, Vadico, Orestes Barbosa, Assis Valente, dentre outros, Lamartine Babo, tamb\u00e9m conhecido como Lal\u00e1<\/i>, reinou com sucesso no carnaval carioca e na m\u00fasica, na chamada \u00c9poca de Ouro da M\u00fasica Popular Brasileira.<\/span><\/p>\n

Lamartine Babo<\/span><\/i> nasceu de uma fam\u00edlia de classe m\u00e9dia, teve 12 irm\u00e3os, nove dos quais n\u00e3o chegaram \u00e0 vida adulta, em raz\u00e3o das v\u00e1rias enfermidades existentes na \u00e9poca, inclusive a febre amarela. Ele era o pen\u00faltimo filho de t\u00e3o numerosa prole. E um dos tr\u00eas que sobreviveram, apesar da magreza que o perseguiu at\u00e9 \u00e0 vida adulta, quando diziam, tro\u00e7ando dele, que seu pijama tinha apenas uma \u00fanica listra.<\/span><\/p>\n

O contato de Lamartine Babo<\/i> com as letras e a m\u00fasica deu-se muito cedo.\u00a0 <\/span>Seu pai, um grande amante da m\u00fasica, abria sua casa para os saraus, e sua m\u00e3e era carnavalesca e muito festiva. Naquela \u00e9poca, nas salas de espera dos cinemas havia m\u00fasicas tocadas ao vivo. O garoto Lal\u00e1<\/i> gostava de acompanhar seu pai, de modo que, aos seis anos de idade, j\u00e1 era capaz de imitar, com a boca, os sons dos instrumentos musicais. Gostava tamb\u00e9m de acompanhar as bandas do ex\u00e9rcito tocando suas marchas pelas ruas da cidade. Desse aprendizado infantil, nasceram in\u00fameras marchinhas na mente criativa do adulto Lal\u00e1<\/i>, e os sons feitos com a boca viriam a se transformar numa orquestra, ao fazer suas m\u00fasicas embora n\u00e3o tocasse realmente nenhum instrumento. Come\u00e7ou a compor aos 14 anos.<\/span><\/p>\n

Quando a vitrola passou a substituir o gramofone, Lamartine Babo,<\/i> junto com sua turma, apressou-se em modernizar a m\u00fasica brasileira, tornando-a nacional e cosmopolita. At\u00e9 ent\u00e3o, a m\u00fasica popular da cidade do Rio de Janeiro era guiada pela batuta do ritmo baiano de origem africana. Lamartine Babo<\/i> abra\u00e7ou uma s\u00e9rie de g\u00eaneros: samba, maxixe, marchas-rancho, foxtrote, tango, valsa, cantiga de folguedo junino, hino de clube de futebol e de concurso de miss, Charleston, conga, embolada, frevo, cateret\u00ea, etc.<\/span><\/p>\n

Lamartine Babo<\/span><\/i> e Noel Rosa<\/i>, dois baluartes da m\u00fasica popular brasileira, compuseram juntos cinco can\u00e7\u00f5es, embora um fosse a ant\u00edtese do outro. O bo\u00eamio Noel buscava sua inspira\u00e7\u00e3o em seus complicados relacionamentos amorosos, e s\u00f3 se dedicava \u00e0 musica, morrendo jovem, vitimado pela tuberculose. Lamartine<\/em>, por sua vez, trabalhava muito, nas mais diferentes fun\u00e7\u00f5es: autor e ator de teatro de revista, animador de bloco, entre outros trabalhos, deixando uma grande obra.<\/span><\/p>\n

Lal\u00e1, aos 47 anos, conheceu sua esposa Maria Jos\u00e9 num hospital de Petr\u00f3polis, onde a irm\u00e3 dela estava internada. Dizia sempre que n\u00e3o tinha sorte no amor. Ele estava no hospital animando os doentes, num trabalho volunt\u00e1rio. Comp\u00f4s para ela: <\/span><\/p>\n

O nome dela irradia\/ toda a ternura da f\u00e9\/ tem o M de Maria\/e o J de Jos\u00e9<\/span><\/i><\/p>\n

Lamartine<\/em> era muito espirituoso. Ap\u00f3s se recuperar de um infarto, deu uma entrevista para um rep\u00f3rter da TV Rio, e perguntou-lhe se a mat\u00e9ria seria editada naquela mesma noite. O rep\u00f3rter disse-lhe que n\u00e3o, pois, havia uma entrevista com o jovem Tom Jobim na sua frente. Ao que ele respondeu: <\/span><\/p>\n

– Quer dizer ent\u00e3o que eu estou um tom abaixo?<\/span><\/i><\/p>\n

Outra que se conta sobre ele \u00e9 que, quando estava no correio enviando um telegrama, o telegrafista, usando o l\u00e1pis, enviou a seguinte mensagem para o colega:<\/span><\/p>\n

\u00a0<\/span>Magro, feio e de voz fina.<\/i><\/span><\/p>\n

Lal\u00e1<\/em> ent\u00e3o, pegou-lhe o l\u00e1pis emprestado e bateu na mesa a resposta:<\/span><\/p>\n

Magro, feio, de voz fina e ex telegrafista.<\/span><\/i><\/p>\n

Nas letras das can\u00e7\u00f5es de Lamartine Babo<\/em> predominavam o humor e a irrever\u00eancia. Tinha sempre na ponta da l\u00edngua um trocadilho ou uma piada. Suas marchinhas de carnaval fizeram dele o Rei do Carnaval carioca. Elas est\u00e3o vivas at\u00e9 hoje: O Teu Cabelo N\u00e3o Nega<\/em>, Linda Morena<\/em>, etc. Lamartine Babo<\/em> morreu em 1963, aos 61 anos de idade, v\u00edtima de um enfarto, deixando mais de 400 composi\u00e7\u00f5es. Seu nome se insere no hall dos grandes compositores brasileiros.<\/span><\/p>\n

Nota:
\n<\/span>Ou\u00e7am, clicando no link abaixo, Eu Sonhei Que Tu Estavas T\u00e3o Linda.
\n
http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=5V-Zk7wilmo<\/a>
\n<\/em><\/p>\n

Fontes de pesquisa<\/span>:
\nRa\u00edzesda M\u00fasica Popular Brasileira\/Cole\u00e7\u00e3o Folha
\n<\/span>Wikip\u00e9dia<\/p>\n

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