![\"rel123\"](\"http:\/\/virusdaarte.net\/wp-content\/uploads\/2013\/10\/rel123.png\")
<\/a><\/i><\/b><\/p>\nLupic\u00ednio Rodrigues canta a dor de cotovelo (…) cornitude (…), algo bem concreto, identific\u00e1vel e estreitamente relacionado como uma situa\u00e7\u00e3o definida. (…) Nelson Cavaquinho \u00e9 cantor da melancolia e da ang\u00fastia existenciais, ambas ligadas ao grande mist\u00e9rio da vida e seu corol\u00e1rio inevit\u00e1vel \u2013 a morte. (Jos\u00e9 Novaes, professor de psicologia da UFF)<\/i><\/b><\/p>\n
Existencialista? Beatnik? Hippie? Punk? Ningu\u00e9m pode chamar de carreira art\u00edstica, no sentido formal, a trajet\u00f3ria errante do bardo carioca Nelson Ant\u00f4nio da Silva, o Nelson Cavaquinho. (T\u00e1rik de Souza, jornalista de m\u00fasica)<\/i><\/b><\/p>\n
O compositor, cantor, violonista e cavaquinhista Nelson Ant\u00f4nio da Silva<\/i> nasceu na cidade do Rio de Janeiro\/RJ, em 1911. A lavadeira Maria Paula da Silva e Br\u00e1s Ant\u00f4nio da Silva, tocador de tuba da Banda da Pol\u00edcia Militar, eram seus pais.<\/p>\n
A influ\u00eancia do pai e de um tio violinista logo se fez presente na vida do menino, mas como a fam\u00edlia passava por dificuldades, ele teve que come\u00e7ar a trabalhar cedo. Chegou at\u00e9 mesmo a tentar ser jogador de futebol. Acabou conhecendo m\u00fasicos como Juquinha, que o adestrou no cavaquinho chor\u00e3o, Mazinho do Bandolim e Edgar Flauta da G\u00e1vea. Alguns dos m\u00fasicos conhecidos formaram um conjunto e convidaram o garoto para tocarem juntos, de modo que aos 16 anos de idade, ele assinou a sua primeira composi\u00e7\u00e3o, o choro Queda<\/i>. Quando trabalhava como bombeiro hidr\u00e1ulico, passou a frequentar uma roda de choro e ali ficou conhecendo os irm\u00e3os Romualdo e Luperce Miranda.<\/p>\n
Ao se casar com Alice Ferreira Neves, Nelson Ant\u00f4nio da Silva<\/i> viu-se em dificuldades financeiras. O pai levou-o ent\u00e3o para a Cavalaria da Pol\u00edcia Militar, para que o filho malandro tivesse um emprego fixo. Mas o servi\u00e7o levava-o ao mundo da m\u00fasica. Quando patrulhava o Morro da Mangueira, parava nos botequins para encontrar os sambistas Carlos Cacha\u00e7a, Z\u00e9 com Fome e Portela, dentre outros. Segundo contam, certa vez, sua montaria voltou sozinha para o quartel, enquanto o dono bebia todas. O soldado bo\u00eamio acabou recebendo baixa devido \u00e0s suas in\u00fameras puni\u00e7\u00f5es. Depois disso acabou trabalhando com curtume.<\/p>\n
Dois profissionais gabaritados do mercado musical, Rubens Campos e Henric\u00e3o, entraram como parceiros em N\u00e3o Fa\u00e7a a Vontade Dela<\/i>, mas o disco n\u00e3o obteve sucesso, pois, s\u00f3 saiu em edi\u00e7\u00e3o particular, de modo que, sem dinheiro, Nelson<\/i> foi obrigado a vender parcerias, coisa muito comum na \u00e9poca, muitas vezes para pessoas que n\u00e3o tinham nada a ver com m\u00fasica.<\/p>\n
Nelson<\/i> iniciou sua carreira musical com o choro, mas acabou se mudando para o samba, ap\u00f3s o conv\u00edvio com os sambistas do Morro da Mangueira, trocando o cavaquinho pelo viol\u00e3o.<\/p>\n
O carioca Guilherme do Ponto foi um dos parceiros mais importantes de Nelson<\/i>, que preferia um lugar no Cabar\u00e9 dos Bandidos, ao efervescente meio musical carioca. Era t\u00e3o avesso a hor\u00e1rios, que sua m\u00e3e morreu e foi sepultada sem que disso ele tivesse conhecimento. Encontrava-se em uma de suas triplas noitadas. E, em raz\u00e3o de sua vida bo\u00eamia, separou-se da esposa, deixando tr\u00eas filhos, todos homens.<\/p>\n
Nelson<\/i> come\u00e7ou a sair do semi anonimato, quando participou de uma roda de m\u00fasica, proposta por Cartola e que acabou dando origem ao Zicartola (ver texto sobre Cartola), onde se reuniam antigos e jovens compositores, assim como intelectuais, jornalistas e artistas das mais diferentes \u00e1reas.<\/p>\n
Nara Le\u00e3o, musa da bossa-nova, foi a respons\u00e1vel por revelar Nelson Cavaquinho<\/i> para a classe m\u00e9dia, ao gravar no seu disco, em 1964, a can\u00e7\u00e3o Luz Negra<\/i>, feita de parceria com Am\u00e2ncio Cardoso. Da\u00ed para frente, n\u00e3o lhe faltavam int\u00e9rpretes, sendo admirado, inclusive, por Stanislaw Ponte Preta (S\u00e9rgio Porto) que produziu seu primeiro \u201cSong book\u201d.<\/p>\n
Durvalina Maria de Jesus foi a \u00faltima esposa de Nelson Cavaquinho <\/i>que, a<\/i>l\u00e9m de beber, fumava compulsivamente. Morreu aos 75 anos de idade, em 1985, de enfisema pulmonar. Beth Carvalho \u00e9 a principal int\u00e9rprete do m\u00fasico.<\/p>\n