{"id":8384,"date":"2013-10-20T18:38:41","date_gmt":"2013-10-20T21:38:41","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=8384"},"modified":"2022-08-04T20:08:01","modified_gmt":"2022-08-04T23:08:01","slug":"raizes-da-mpb-luiz-gonzaga","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/raizes-da-mpb-luiz-gonzaga\/","title":{"rendered":"Ra\u00edzes da MPB \u2013 LUIZ GONZAGA"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho \"rel1234\"<\/a><\/b><\/p>\n

Coube ao pernambucano de Exu, Luiz Gonzaga do Nascimento, um negro semianalfabeto, de cara redonda, em formato de lua, a cicl\u00f3pica tarefa de colocar um naco substancial da diversidade est\u00e9tica de sua regi\u00e3o \u2013 o nordeste, ent\u00e3o chamado genericamente de norte \u2013 no mapa da m\u00fasica popular brasileira. (T\u00e1rik de Souza, jornalista de m\u00fasica)<\/i><\/b><\/p>\n

O compositor, cantor e instrumentista Luiz Gonzaga do Nascimento<\/i>, nasceu em Exu\/PE, no ano de 1912. Seu pai, Janu\u00e1rio dos Santos, sanfoneiro e consertador de instrumentos, era agregado na fazenda onde vivia com a mulher, Ana Batista (Santana) e uma penca de nove filhos. N\u00e3o era f\u00e1cil a vida do casal, tendo que sustentar t\u00e3o grande prole. Tudo em casa era racionado. S\u00f3 a m\u00fasica \u00e9 que vinha com fartura, inclusive, cinco dos irm\u00e3os de Gonzaga vieram a se tornar sanfoneiros profissionais.<\/p>\n

Luiz Gonzaga<\/i> de tanto ver o pai tocar e consertar instrumentos, logo, logo j\u00e1 estava afinando-os e tocando tamb\u00e9m. Quando aprendeu a ler ganhou uma sanfona de \u201coito baixos\u201d do patr\u00e3o, para quem trabalhava como assistente em suas viagens. Aos 14 anos de idade, o garoto j\u00e1 era profissional e tinha por \u00eddolo Lampi\u00e3o, cangaceiro e tamb\u00e9m sanfoneiro.<\/p>\n

Ainda muito novo, Luiz Gonzaga<\/i> come\u00e7ou a se envolver com as namoradas. Uma delas foi respons\u00e1vel por mudar sua vida totalmente. Ao se apaixonar por Nazarena, contou com a oposi\u00e7\u00e3o do valente pai da mo\u00e7a. O mo\u00e7o rejeitado armou-se de uma faca, tomou uma birita para dar coragem e se preparou para enfrentar aquele que deveria se seu futuro sogro. Mas foi sua m\u00e3e, dona Santana, quem lhe deu uma boa sova pelo feio procedimento. Envergonhado, Luiz <\/i>vendeu a sanfona e foi-se embora para Fortaleza, onde se alistou como volunt\u00e1rio no Ex\u00e9rcito. Ali chegou a corneteiro, recebendo o apelido de Bico de A\u00e7o<\/i>. Permaneceu no Ex\u00e9rcito durante dez anos.<\/p>\n

No Rio de Janeiro, com sua sanfona Homes 80 baixos, em companhia de um casal \u00a0com que fizera amizade, e que lhe deu moradia, tocava e ganhava alguns trocados. Ali teve contato com o acordeonista mineiro, Anten\u00f3genes Silva, o mais famoso da \u00e9poca, que lhe deu algumas aulas. Depois foi motivado a tocar m\u00fasicas da regi\u00e3o natal. Relutando a princ\u00edpio, pois achava que este tipo de m\u00fasica era espec\u00edfico para o fole, comp\u00f4s Vira e Mexe<\/i>, com a qual ganhou o primeiro lugar no programa de calouros do famoso compositor mineiro Ary Barroso. O paraibano Z\u00e9 do Norte levou Luiz <\/i>para participar do programa \u201cA Hora Sertaneja\u201d, numa r\u00e1dio.<\/p>\n

Luiz Gonzaga<\/i> sentiu que fazia parte de um novo mundo quando, acompanhado por Garoto ao Viol\u00e3o, foi convidado para gravar quatro m\u00fasicas, sendo tr\u00eas de sua autoria: Maria Serena<\/i>, V\u00e9spera de S\u00e3o Jo\u00e3o<\/i> e Vira e mexe<\/i>. Da\u00ed para frente, ele passou a gravar apenas como instrumentista, sendo suas can\u00e7\u00f5es gravadas por outros cantores, at\u00e9 fazer parceria como o letrista Miguel Lima. Para cantar suas m\u00fasicas, Luiz Gonzaga<\/i> amea\u00e7ou deixar sua gravadora, se ela n\u00e3o concordasse.<\/p>\n

A parceria de Luiz Gonzaga<\/i> com o cearense Humberto Teixeira, embora ef\u00eamera, trouxe grande sucessos. Ao ser contratado pela poderosa R\u00e1dio Nacional, grandes artistas passaram a gravar suas m\u00fasicas, desde Emilinha Borba a Ivon Cury. E \u00e0 medida que crescia o seu sucesso, o n\u00famero de parceiros e de fornecedores de repert\u00f3rio aumentava. Mas Z\u00e9 Dantas foi o mais importante dos parceiros, pois, al\u00e9m se ser um estudioso da cultura regional, era f\u00e3 do trabalho de Luiz Gonzaga.<\/i><\/p>\n

Uma d\u00favida para muitos \u00e9 saber se Gonzaguinha \u00e9 filho ou n\u00e3o de Luiz Gonzaga<\/i>. O que se sabe \u00e9 que o artista nordestino viveu com a cantora Odaleia Guedes dos Santos, que morreu jovem em decorr\u00eancia da tuberculose. Luiz Gonzaga registrou o filho da cantora como Luiz Gonzaga Junior<\/i>. Mas as biografias de Gonzag\u00e3o<\/i> relatam que ele teria confessado ser est\u00e9ril. Ap\u00f3s a morte da m\u00e3e, o filho ficou sendo criado pelo casal Xavier e Dina. Luiz Gonzaga<\/i> casou-se depois com Helena das Neves Cavalcanti, adotando o casal uma menina de nome Rosa Maria.<\/p>\n

Com a chegada da bossa-nova, o antigo d\u00e1 lugar ao novo, como se ambos n\u00e3o pudessem viver harmoniosamente. Mas com o tropicalismo, Luiz Gonzaga<\/i> voltou \u00e0 tona, sendo acompanhado por seu aluno e sucessor, Jos\u00e9 Domingos de Moraes (Dominguinhos). Em 1968, ele incluiria seu filho Gonzaguinha como parceiro, e com que vivia em conflito, pois, para muitos, Gonzag\u00e3o<\/i> era um adulador dos poderosos, enquanto Gonzaguinha era um dos autores mais censurados da \u00e9poca da ditadura.<\/p>\n

Ao fazer parceria com o pernambucano Jo\u00e3o Silva, Luiz Gonzaga<\/i> voltou a produzir grandes sucessos. Morreu em 1989, aos 77 anos, em meio a uma agenda cheia de shows.<\/p>\n

Segundo an\u00e1lise de T\u00e1rik de Souza, jornalista de m\u00fasica:<\/p>\n

Gonzaga alterou os paradigmas da nordestinidade, ante uma classe m\u00e9dia preconceituosa contra os \u201ccabe\u00e7a-chatas\u201d, como eram ent\u00e3o denominados pejorativamente os imigrantes da regi\u00e3o. E, ao mesmo tempo, sintonizou a m\u00fasica com uma cultura que j\u00e1 pulsava na literatura retirante de autores como Graciliano Ramos, Jos\u00e9 Lins do R\u00eago e Rachel de Queiroz. Um cen\u00e1rio m\u00edtico de Lampi\u00e3o a Paim C\u00edcero, antecipado no \u00e9pico \u201cOs Sert\u00f5es\u201d de Euclides da Cunha.<\/i><\/p>\n

Nota:
\n<\/span>Acessem o link abaixo para ouvirem Asa Branca
\n<\/i>
http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=cWiJL0_yj9c&oq=asa%20b&gs_l=youtube..0.5j0l9.1463.3750.0.6621.2.2.0.0.0.0.419.736.3-1j1.2.0.eytns%2Cpt%3D-30%2Cn%3D2%2Cui%3Dt.1.0.0…1ac.1.11.youtube.mOLReHAb2cs<\/a><\/p>\n

Fonte de Pesquisa:
\n<\/span>Ra\u00edzes da M\u00fasica Popular Brasileira\/Cole\u00e7\u00e3o Folha de S\u00e3o Paulo<\/p>\n

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