{"id":8603,"date":"2013-11-29T23:19:02","date_gmt":"2013-11-30T02:19:02","guid":{"rendered":"http:\/\/virusdaarte.net\/?p=8603"},"modified":"2022-08-04T22:02:37","modified_gmt":"2022-08-05T01:02:37","slug":"belas-vozes-dalva-de-oliveira","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/virusdaarte.net\/belas-vozes-dalva-de-oliveira\/","title":{"rendered":"Belas Vozes \u2013 DALVA DE OLIVEIRA"},"content":{"rendered":"

Autoria de Lu Dias Carvalho<\/b> \"ed12345\"<\/a><\/p>\n

Nenhuma outra cantora brasileira ter\u00e1 tido tanto poder de emocionar o p\u00fablico. (…) O agudo dourado de sua voz apaixonada comoveu todas as plateias como o canal inexced\u00edvel de vocaliza\u00e7\u00e3o dos assuntos amorosos: afetos e ren\u00fancias, \u00eaxtases e trai\u00e7\u00f5es e baixarias da vida dos casais. (Moacyr Andrada \u2013 jornalista, escritor e cr\u00edtico de m\u00fasica popular)<\/i><\/b><\/p>\n

Vicentina de Paula Oliveira<\/i> nasceu na cidade de Rio Claro\/SP, em 1917. Seu pai, M\u00e1rio de Oliveira, tamb\u00e9m conhecido como M\u00e1rio Carioca, era marceneiro.\u00a0 No seu tempo livre, ele tocava clarinete e saxofone nas serenatas e ganhava alguns trocados tocando em matin\u00eas dan\u00e7antes e em clubes sociais. Sua m\u00e3e, a portuguesa Alice do Esp\u00edrito Santo de Oliveira era quituteira e doceira. Nair, Margarida e Lila eram suas tr\u00eas irm\u00e3s. O nome de Vicentina<\/i> foi em homenagem ao irm\u00e3o que n\u00e3o vingou, que iria se chamar Vicente, mas ela adotou o nome art\u00edstico de Dalva de Oliveira<\/i>.<\/p>\n

Mesmo antes de completar oito anos de idade, M\u00e1rio Carioca j\u00e1 levava a filha consigo para cantar nas matin\u00eas dan\u00e7antes. A garotinha, de p\u00e9 num banquinho, soltava a voz cantando tango. Mas, ap\u00f3s completar 8 anos, ela perdeu o pai, e a m\u00e3e se mudou para a cidade de S\u00e3o Paulo com as filhas, indo trabalhar como governanta. As meninas foram estudar num orfanato de freiras. Ali, Dalva come\u00e7ou a aprender piano e dan\u00e7a. Mas teve que deixar o orfanato, quando seus olhos verdes foram acometidos por uma enfermidade. Foi trabalhar como bab\u00e1 na casa em que trabalhava a m\u00e3e, onde deu in\u00edcio, ainda crian\u00e7a, a uma vida de trabalhos pesados: cozinheira, arrumadeira, faxineira, costureira e funcion\u00e1ria de f\u00e1brica de cal\u00e7ados.<\/p>\n

A fam\u00edlia de Dalva<\/i> mudou-se para o Rio de Janeiro, indo morar num corti\u00e7o pr\u00f3ximo \u00e0 Central do Brasil. Certa vez, enquanto trabalhava numa f\u00e1brica de chinelos, um diretor de esta\u00e7\u00e3o de r\u00e1dio ouviu-a cantar, sendo levada por ele para fazer um teste. Ali se iniciava sua vida art\u00edstica, passando por muitas r\u00e1dios e cantando can\u00e7\u00f5es de grandes compositores. Terminou conhecendo Herivelto Martins que fazia a dupla Preto e Branco, com Nilo Chagas. Dupla que viria a se transformar em Trio de Ouro, com a participa\u00e7\u00e3o de Dalva<\/em>.<\/p>\n

Quando trabalhava numa academia de dan\u00e7a como faxineira em S\u00e3o Paulo, ap\u00f3s o servi\u00e7o, ela aproveitava o tempo livre para cantar e tocar piano. Descoberta, foi convidada para excursionar pelo interior mineiro junto a um grupo que se desfaria na capital mineira. Em Belo Horizonte, ela cantou na R\u00e1dio Mineira e, segundo ela, foi ali que trocou \u201cVicentina\u201d por \u201cDalva\u201d, seguindo sugest\u00e3o de Dona Alice.<\/p>\n

Dalva de Oliveira<\/i>, com sua voz l\u00edmpida de soprano, sobressaia no Trio de Ouro em meio \u00e0s duas vozes masculinas. Acabou se casando com um dos componentes do trio, Herivelto Martins. Ao gravar a marchinha \u201cCecy e Pery\u201d, ela fez tanto sucesso que os f\u00e3s pediram-lhe que desse \u00e0 sua crian\u00e7a, prestes a nascer, o nome de Pery ou Cecy, de acordo com o sexo. Assim nasceu Pery Ribeiro. Dois anos depois chegaria Ubiratan.<\/p>\n

Ave Maria no Morro<\/i>, composi\u00e7\u00e3o de Herivelto Martins, foi uma das mais famosas das mais de 100 can\u00e7\u00f5es de Dalva de Oliveira<\/i>, gravadas com o trio. Na sua discografia tamb\u00e9m est\u00e3o duetos com Francisco Alves, al\u00e9m de can\u00e7\u00f5es gravadas somente por ela.<\/p>\n

O casamento de Dalva de Oliveira<\/i> com Herivelto Martins naufragou, desfazendo-se o Trio de Ouro. Imediatamente ela assumiu cantar sozinha, o que a levaria \u00e0 condi\u00e7\u00e3o de uma das mais famosas e brilhantes cantoras da \u00e9poca, emplacando um sucesso atr\u00e1s do outro: Olhos Verdes<\/i> (Vicente Paiva), Tudo Acabado<\/i> (J. Piedade\/Osvaldo Martins), Errei Sim<\/i> (Ataulfo Alves), Que Ser\u00e1<\/i> (Marino Pinto\/M\u00e1rio Rossi), dentre outros.<\/p>\n

A separa\u00e7\u00e3o de Dalva <\/i>e Herivelto rendeu uma s\u00e9rie de r\u00e9plicas e tr\u00e9plicas, com a m\u00eddia e os f\u00e3s tomando partido. Pol\u00eamica essa que durou dois anos. Foi eleita Rainha do R\u00e1dio, recebendo o cetro das m\u00e3os de Marlene. Ela gravou em Londres, depois de ter se apresentado em Portugal e na Espanha. Sua vendagem de disco era excepcional.<\/p>\n

Dalva casou-se depois com o comediante, dan\u00e7arino e empres\u00e1rio argentino Tito Clemente. O casal adotou a menina Dalva L\u00facia. Mas a felicidade n\u00e3o bateu \u00e0 porta da nova fam\u00edlia, e o seu decl\u00ednio vocal era iminente. Separaram-se. E, aos 47 anos, ela voltou a se casar. Dessa vez com seu ex-motorista e secret\u00e1rio, Manuel Nuno Carpinteiro, 28 anos mais novo do que ela. Em 1965, quando voltava de uma boate, o carro do casal capotou, matando quatro pessoas que se encontravam num ponto de \u00f4nibus. Dalva<\/i> teve o maxilar afundado, a bacia fraturada e um grande corte no rosto. Ficou no hospital um bom tempo e dele saindo endividada e com uma profunda cicatriz na face. Depressiva, passou a beber muito. Conseguiu dar a volta por cima.<\/p>\n

Dentre as novas grava\u00e7\u00f5es feitas por Dalva de Oliveira<\/i> estava Bandeira Branca<\/i> (Max Nunes\/Laercio Alves), tida por pesquisadores musicais como o \u00faltimo cl\u00e1ssico da can\u00e7\u00e3o carnavalesca e o \u00faltimo dela. A cantora morreu em 1972, aos 55 anos, vitimada por hemorragias ocasionadas por varizes no es\u00f4fago.<\/p>\n

Nota
\n<\/span>Acessem o link para ouvirem Ave Maria<\/i> com a cantora.
\n
http:\/\/www.youtube.com\/watch?v=x2ear6xj0oY<\/a><\/p>\n

Fonte de pesquisa:
\n<\/span>Grandes Vozes\/Cole\u00e7\u00e3o Folha de S\u00e3o Paulo<\/p>\n

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