Autoria de LuDias Carvalho
O pintor barroco, desenhista e gravador espanhol Francisco de Zurbarán (1598-1664) foi aluno de Pedro Diaz de Villanueva em Sevilha. Ele fez inúmeras obras para o Convento de Sevilha. Sua fama levou-o a receber o título de pintor honorário dessa cidade. Trabalhou para a corte de Madri no governo de Filipe IV. É tido como um dos mais importantes pintores espanhóis do século XVII, ao lado de Velázquez, Ribera e Murillo. Ele se tornou conhecido, sobretudo, por suas obras religiosas, que descrevem monges e mártires, e também pelas suas maravilhosas naturezas-mortas. A maioria de suas pinturas era destinada às ordens religiosas espanholas, tendo criado muitas pinturas religiosas durante a era barroca.
A composição intitulada A Visão do Padre Andrés de Salmerón – também conhecida como A Visão do Irmão André Salmerón – é uma obra do artista. Fazia parte dos oito trabalhos que Zurbarán combinou executar para o mosteiro hieronimita de Guadalupe – cada um retratando um irmão destacado da ordem – e que ainda permanecem no lugar original. Trata-se uma pintura de grande intensidade sentimental.
A cena que acontece num lugar não específico, mas cheio de uma intensa luz de âmbar, apresenta o padre Andrés de Salmerón tendo uma visão com Jesus Cristo. Duas grandes nuvens dividem a cena. Na superior estão os anjos e na inferior os dois principais personagens da tela.
Jesus e o padre Andrés de Salmerón aparecem em primeiro plano, onde acontece o encontro místico. O Mestre, de pé e com os olhos semicerrados, usa um manto cor-de-rosa sobre uma túnica azul. Segura com a mão esquerda uma cruz que se apoia no chão e com a direita toca a testa do padre que se encontra ajoelhado, de perfil, com as mãos unidas em atitude de adoração e reverência.
Ficha técnica
Ano: 1639/40
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 290 x 222 cm
Localização: Museu de Pintura e Escultura, Grenoble, França
Fonte de pesquisa
Pintura na Espanha/ Cosac e Naify Edições