Michelangelo – ABÓBADA DA CAPELA SISTINA (I)

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

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Todo o Antigo Testamento está aí retratado em centenas de figuras e imagens dramáticas de incomparável vigor e originalidade de concepção. (Góticos e Renascentistas/ Abril Cultural)

Estou aqui angustiado e com grande fadiga de meu corpo. Não tenho amigos de nenhum tipo, e nem os quero; e não tenho muito tempo para comer e para minhas necessidades. (Michelangelo)

A Capela Sistina, situada no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa na cidade do Vaticano, Itália, foi construída em 1477, a pedido do papa Sixto IV, daí a origem de seu nome. Suas paredes começaram a ser decoradas três anos após o término da obra, por artistas renomados da geração anterior a Michelangelo, pertencentes ao período do Quattrocento (anos quatrocentos): Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandio, Perudino, Cosimo Rosselli e Luca Signorelli. Nelas foram retratadas passagens da vida de Moisés e de Cristo, ao lado de retratos dos pontífices. Já o teto da Capela Sistina foi pintado por Pier Matteo d’Amélia entre 1479 e 1480, que, para imitar o céu, espalhou estrelas douradas sobre um fundo azul.

Alguns anos depois, uma fenda na abóbada comprometeu a pintura, o que levou Júlio II a querer redecorá-la, e a tarefa coube ao genial Michelangelo. Mesmo sabendo que o artista era antes de tudo um escultor ,e, que não era familiarizado com as técnicas do afresco, o caprichoso papa queria que fosse ele o responsável pelo trabalho. O artista recusou a encomenda papal, pois considerava que seria um trabalho que demandaria muito tempo. Ele preferia trabalhar com a escultura, pois achava que a pintura era uma arte menor, se comparada à escultura. Sem conseguir fugir da empreitada, acabou aceitando a gigantesca tarefa. Na verdade, ele queria mesmo era terminar o túmulo do dito papa, onde faria o que mais amava: esculturas. Mas, por extrema ironia, a decoração da abóbada da Capela Sistina acabou por imortalizá-lo, ao assombrar o mundo com a sua monumentalidade e beleza, transformando-se numa das obras mais importantes da arte universal, reverenciada em todo o mundo. A pintura de Michelangelo na abóbada da Capela Sistina repassa uma visão exaltada de Deus e da humanidade.

Michelangelo gastou um ano só para projetar e preparar os desenhos do teto da Capela Sistina. Enquanto pintava a abóbada, o artista ficou recluso, fechando-se na capela, e não aceitando visitas. Ali, trabalhou durante quatro anos sobre altíssimos andaimes, pintando o portentoso afresco com figuras descomunais. Preparava e esboçava as cenas nos mínimos detalhes, e depois as transferia para a abóbada. Deitava-se de costas, olhando para cima, para executar o laborioso trabalho, expondo ali toda a sua genialidade. Enquanto a decoração das paredes mostrava passagens da vida de Moisés e Jesus, a decoração da abóbada ilustrava a história da humanidade desde a criação do mundo. Há uma perfeita harmonia teológica entre os temas das paredes e os apresentados na abóbada da Capela Sistina.

Ficha técnica:
Data: 1508 – 1512 ou 1508
Afresco:
Dimensões: 40 x 13,5 m
Localização: Palácios do Vaticano, Roma

Fontes de pesquisa:
Gênios da Arte/ Girassol
Grandes Mestres da Pintura/ Coleção Folha
Grandes Mestres/ Abril Cultural
Renascimento/ Taschen
Tudo sobre Arte/ Sextante
1000 Obras da Pintura Europeia/ Könemann
Os Pintores mais Influentes/ Girassol
Arte em Detalhes/ Publifolha
Góticos e Renascentistas/ Abril Cultural

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