Arquivo do Autor: Lu Dias Carvalho

SAÚDE E FILOSOFIA – O HOMEM COMO UM TODO

Autoria do Dr. Telmo Diniz hip.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde, por definição, é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. Já a filosofia é o estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e éticos, à mente e à linguagem, ou seja, é literalmente “amor à sabedoria”. Portanto, filosofar a saúde é procurar meios e formas de conhecer tudo sobre o tema, prevenção de doenças e, principalmente os meios sociais e econômicos para um atendimento mais humanizado.

A relação entre a medicina e a filosofia se inicia com Hipócrates, pois as duas têm origens similares. Hipócrates buscava a compreensão do todo do ser humano e das partes integrantes deste todo, de modo que o foco do cuidado está centrado no ser humano e, não, na patologia do corpo. A saúde é, então, resultado do equilíbrio dessas partes. Com o advento da medicina moderna, ocorre a cisão do corpo e da mente, e o ser humano passa a ser visto de forma fragmentada, analisado apenas suas partes componentes. Por isso, é preciso retomar a concepção integral do ser humano e o caráter terapêutico da filosofia, enquanto cuidado, equilíbrio e saúde do ser humano, resgatando as relações entre filosofia e medicina.

A “atual” medicina integrativa, baseada no pensamento hipocrático, é a prática que reafirma a importância da relação entre médico e paciente, com foco na pessoa como um todo, embasada em evidências, e que usa de todas as abordagens terapêuticas apropriadas para alcançar saúde e cura. Somos uma engrenagem completa e complexa, onde não podemos ver nosso organismo como um coração doente, um rim que não “filtra” o sangue de forma adequada, uma veia entupida etc.

Acordo

Mantendo o pensamento filosófico, se somos todos iguais perante a lei, onde o Estado diz que tem de assegurar os direitos elementares dos cidadãos, como saúde, educação e segurança, e estando vivendo em um “estado democrático de direito”, significa, teoricamente, que fizemos um “acordo” com esse Estado. Abrimos mão de prover os meios de nossa própria segurança, educação e saúde e confiamos ao Estado a responsabilidade de viabilizar a satisfação destas necessidades. Em contrapartida, nos comprometemos a pagar impostos, como forma de compensação. Porém, o que vemos na prática é que este contrato é uma via de mão única. Temos que, além dos impostos, pagar escola para nossos filhos, temos que investir em segurança privada, seguros diversos, pagar plano de saúde.

Como todo contrato que não é cumprido por uma das partes, cabe à outra parte reclamar seus direitos. Mas reclamar a quem, se o reclamado é o “todo poderoso Estado”? Se a democracia é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), teríamos teoricamente a possibilidade de destituir este Estado que aí está. Mas isso é só teoria, não é mesmo? Porém, apesar de tudo, me mantenho firme no propósito Hipocrático de uma saúde que realmente vê o outro de uma forma integrada, e não fragmentada, como nos tempos atuais. É tempo pra pensar!

HOMOSSEXUALIDADE – A LUTA PELA DIGNIDADE

Autoria de Lu Dias Carvalhojung123 

Na Antiguidade a homossexualidade era vista como um hábito cultural. Na Idade Média era tida como um estado de pecado. Na Idade Moderna virou crime e patologia, a partir do final do século 19, na Europa, vista como doença mental e sendo classificada como “desvio” ou “perversão”. Somente em 1990 é que a OMS (Organização Mundial de Saúde) “libertou” a homossexualidade da condição de patologia. O termo “homossexualidade” foi criado pelo médico austro-húngaro Karoly Maria Benkert.  Designava qualquer forma de relação carnal entre pessoas do mesmo sexo.

Com a famigerada “cura gay” proposta, absurdamente, pelo então presidente da Comissão dos Direitos Humanos, José Feliciano, esquecendo-se dos danos causados pelas “terapias de reversão” aos pacientes homossexuais, tempos atrás, a homossexualidade tomou as ruas e a mídia, pondo a público toda a sua história, na maioria das vezes toldada pela incompreensão humana, que exigia que todos os seres humanos usassem a mesma forma de comportamento para a sua sexualidade. Para tanto, foram criadas teorias científicas bizarras que viam a homossexualidade como uma doença da mente, tendo os gays que se submeterem a tratamentos mentais, entre os quais estava a lobotomia – cirurgia que eliminava parte do cérebro do indivíduo homossexual.

Mesmo em meio ao terror dos campos de concentração nazistas, o preconceito contra os gays era visível. Primeiro eles eram assinalados com a letra A, que foi trocada mais tarde por um triângulo cor-de-rosa. Enquanto judeus e ciganos eram cremados, os gays eram usados como cobaias para as experiências nazistas: a suposta “cura” feita através de tratamentos hediondos. Um deles consistia na castração da vítima e na introdução de altas doses de hormônios masculinos no seu corpo. E pela mais cruel das ironias, americanos e britânicos, ao invés vez de libertarem os homossexuais, após a Segunda Guerra Mundial, obrigaram-nos a cumprir o resto da pena imposta pelos nazistas, em prisões comuns. O mais bizarro era que o próprio Adolf Hitler era homossexual.

Em meados do século 20, em Nova York, 200 gays foram retirados de um bar e presos, o que acabou fomentando uma grande revolta, recebendo protestos de vários populares, originando, assim, o “Gay Power”, que iniciou a luta contra a discriminação da homossexualidade. Os ativistas organizaram-se para combater a homofobia, trazendo coragem às pessoas para assumirem sua opção sexual. A maior vitória gay aconteceu em 1973, quando a Associação de Psiquiatria Americana desclassificou a homossexualidade como patologia. Outros acontecimentos vieram:

  • O Conselho Europeu, em 1981, emitiu uma resolução exortando seus membros a descriminalizar a homossexualidade.
  • A Organização Mundial de Saúde, em 1990, declarou que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”.
  • A nova classificação, três anos depois, entrou em vigor nos países-membros nas Nações Unidas.
  • A homossexualidade deixou de ser tratada por psicólogos em 1999 no Brasil.
  • O Brasil reconhece a união civil homossexual desde 2004 e permite a adoção de crianças por casais do mesmo sexo.
  • Transgêneros podem mudar de sexo legalmente em nosso país. Mas o casamento homossexual é proibido e os gays ainda são vítimas de agressão física por causa de sua opção sexual.

Contudo, toda vigilância é pouca, pois, fazendo ouvidos moucos para as declarações da OMS, certos profissionais, intitulados “psicólogos de Cristo” e certos políticos marqueteiros propõem, aqui no Brasil, que a homossexualidade seja vista como doença e os homossexuais passem pela “cura gay”. Haja oportunismo, prepotência e retrocesso.

Nota:
Quem quiser saber com profundidade sobre o tema abordado aqui, fica a sugestão do livro História da Sexualidade, Peter Stearns.

Fonte de pesquisa:
Aventura na História / Editora Abril

DIFERENÇA ENTRE SER VELHO E SER IDOSO

Autoria de Dr. Telmo Diniz

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Nascer é uma possibilidade, viver é um risco, envelhecer é um privilégio. (Mário Quintana)

Quem acompanha meus artigos, sabe que tenho um carinho especial pelos idosos. (Dr. Telmo Diniz)

Em 1991, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o dia do idoso, que tem como objetivo sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e sobre a necessidade de proteger e cuidar da população mais idosa. No Brasil, até o ano de 2006, a data era celebrada em 27 de setembro, porém, em razão da criação do estatuto do idoso, em 1º de outubro, o dia do idoso foi transferido para esta data.

Há quem pense: “por que celebrar o dia do idoso? Idoso remete a doenças, incapacidade e inutilidade”. Isso poderia, até certo ponto, ser uma verdade há 50 anos. Porém, quanto mais descobertas a ciência faz, quanto mais benefícios conseguimos extrair da natureza, e quanto mais cedo começamos a nos preocupar com a saúde, mais tempo temos de vida. Pelo menos é o que comprovam infinitas pesquisas envolvendo a longevidade. Nada como chegar à terceira idade, cheio de disposição e ter motivos de sobra de comemorar o Dia do Idoso.

O envelhecimento é uma fase natural da vida e é influenciado basicamente por três elementos: genética, estilo de vida e o meio ambiente. Não envelhecemos mais como antigamente, quando idosos passavam o dia em um banco de praça reclamando sobre as diversas doenças que apresentavam. Hoje em dia, as pessoas envelhecem em um processo muito mais saudável.

O que observamos são idosos mais ativos, preocupados com a saúde e com a melhoria na qualidade de vida. E, a meu ver, uma preocupação tremenda de se sentir produtivo “até aonde der”. O trabalho não só dignifica, mas também cria longevidade. Mas, quando “não der mais”, por motivos vários, como um derrame avassalador que  leva pra cama, ou se o alemão Alzheimer “ chega sem aviso” e deixa o idoso dependente, paciência. Isso mesmo, a pessoa passa a ser paciente idoso e dependente. Nem todos envelhecem como querem.

Pontos importantes para uma vida longeva, incluem uma alimentação equilibrada com carnes magras e carboidratos complexos que incluem fibras, adicionada de frutas, verduras e legumes in natura, que são ricos em vitaminas e minerais. Não menos importante para um estilo de vida saudável inclui uma atividade física regular, manutenção do peso ideal, evitar o consumo exagerado de álcool, não fumar e realizar acompanhamento médico periódico. Chegamos ao século XXI, e no ano de 2030 seremos uma nação de idosos. Vamos parar para pensar que todos nós vamos envelhecer, bem ou mal, mas todos nós estamos caminhando nesse sentido.

Há uma grande diferença entre quem é “velho” e quem é “idoso”. A verdadeira velhice está no espírito das pessoas que simplesmente se entregam à passagem do tempo, esquecendo-se de que seu espírito pode permanecer jovem, apesar do corpo envelhecido. O espírito pode se manter jovem enquanto estivermos vivos, independentemente do estado geral da matéria. Os joelhos podem doer devido ao desgaste das juntas, mas a alma pode e deve ser preservada. Existem velhos com 40 anos, e jovens com 80. Cada qual com uma maneira diferente de encarar a vida. A propósito:

  • Idoso é quem tem bastante idade; velho é aquele que acha que “sabe tudo”.
  • O velho normalmente é arrogante; o idoso é uma pessoa de 60 anos, 70, 75, 80…
  • O velho pode se mostrar aos 15 anos de idade, aos 20, 30…, ou seja, pode ter qualquer idade. Não tem humildade, não aprende, porque é incapaz de acompanhar as mudanças. Não as aceita.
  • A pessoa idosa é cheia de vitalidade, pois é capaz de antecipar-se, de ficar de prontidão, não espera acontecer – vai atrás.
  • O velho é reativo, enquanto o idoso tem proatividade.
  • O velho traz a cabeça fechada, acha que sabe de tudo, que não tem mais nada para aprender, mas só a ensinar.
  • O idoso tem a cabeça aberta para novas experiências, para novos aprendizados, independentemente da idade, satisfeito com seus feitos.
  • O velho acredita que não precisa aprender; o idoso tem idade, mas continua em processo de aprendizado.
  • O velho é sedentário e rabugento; o idoso tem uma eterna insatisfação. Tem sonhos e aspirações. Tem espírito jovem.
  •  O velho está normalmente satisfeito, sem querer seguir adiante, mas sua satisfação paralisa, amortece, faz com que ele se acomode.

O velho que não aprender a reaprender, necessariamente ficará obsoleto e necessitará ser cuidado, do ponto de vista físico e psíquico. É possível preocupar-se com o futuro, preparar-se para ele, mas sem desvalorizar o passado. Guimarães Rosa já dizia que a regra básica para não perecer velho é não estar satisfeito nunca. Temos que nos reinventar hoje e sempre, para que sejamos eternos indiferentemente da idade.

POR QUE A GENTE BOCEJA?

Autoria de Lu Dias Carvalho Shiva123

Achei muito interessante as informações recebidas abaixo, pois muitas destas indagações me deixavam curiosa e eu as carreguei por muito tempo. Infelizmente a autoria é desconhecida, mas vale a pena tomar conhecimento de tais explicações, pois com certeza irão aplacar a curiosidade de muita gente.

  1. Por que a gente soluça?

Soluço é a contração involuntária do músculo do diafragma, responsável pela respiração. O soluço geralmente é causado por uma irritação no nervo frênico, responsável por ativar o diafragma devido a um aumento do volume do estômago. E não é lenda a história de que um susto pode curar o “soluçante”, pois libera adrenalina e ativa o nervo frênico, outra saída é a água gelada, que provoca o mesmo efeito.

  1. Por que o pé “dorme”?

Isso acontece porque a compressão do fluxo sanguíneo (ao cruzar as pernas, por exemplo) interrompe o tráfego de impulsos nervosos. Ao restabelecer o fluxo, acontece uma espécie de “curto circuito” nos impulsos elétricos dos nervos, daí a sensação de formigamento. Há até um problema conhecido como “paralisia dos amantes”. Isto porque o  casal dorme junto e um deles fica em cima do braço do outro. O fluxo sanguíneo pode ficar interrompido por horas, comprometendo por meses ou até para sempre o músculo do braço. A saída para o formigamento restabelecer o fluxo sanguíneo é movimentar o músculo. Dependendo do caso, é necessário fazer fisioterapia. Portanto, procurem dormir mais soltos.

  1. Por que sentimos vontade de urinar quando entramos na piscina?

Ao entrar na água, a pressão externa sobre o corpo aumenta. “Os líquidos componentes do plasma que estão fora dos vasos são “empurrados” para dentro deles”. Com o aumento do volume de sangue nos vasos ? chamado volemia – vem a vontade de urinar. É como beber água. E por falar em água, é verdade que torneira aberta ou chuveiro despertam a vontade de urinar. É um fator psicológico que recebe o nome de reflexo da micção.

  1. De onde vem a cãibra?

Segundo o neurologista Acary Oliveira, da Unifesp, 95% da população já experimentou esse espasmo muscular, geralmente na barriga da perna. Após intensa atividade física, acaba a energia e a musculatura se contrai e não relaxa. Para passar, o segredo é contrair o músculo oposto ao que está doendo, como fazem os jogadores de futebol. Se a cãibra for na barriga da perna, por exemplo, basta puxar a ponta do pé para cima, em direção a canela.

  1. O que causa o arroto?

Também chamado eructação, o arroto é causado pelo ato de engolir ar (aerofagia).
Falar ou comer muito rápido, engolindo ar, são as causas mais comuns. Ingerir alguma substância que contenha gás, como refrigerante, pode ser outra causa provável. A cura não é muito educada em algumas culturas, pois basta “eructar”.

  1. Por que, às vezes, o olho treme?

O espasmo das pálpebras é causado pela contração do músculo orbicular (músculo responsável pelo fechamento das pálpebras). A causa mais provável é que seja provocado pelo cansaço ou tensão. É como uma cãibra, explica o oftalmologista Paulo Henrique, da Unifesp. O músculo se movimenta rápido para fazer circular mais sangue na região e dissipar o ácido lático, responsável pela irritação na terminação nervosa.

  1. Por que há uma espécie de “choque” quando se bate o cotovelo na quina da mesa?

A reação é causada pela compressão de um nervo chamado ulnar. No cotovelo esse nervo está muito exposto, ficando suscetível a pancadas. O nervo ulnar está ligado aos dedos mínimo e anular. Por isso, a sensação de choque se espalha do cotovelo até esses dois dedos.

  1. Estalar os dedos engrossa as articulações?

Não. Ao esticar o dedo, o líquido sinovial lubrificante da articulação, responsável por diminuir o atrito, desloca-se sob o vácuo formado entre as articulações, fazendo o barulho do estalo, ensina o ortopedista cirurgião de mão Luís Nakashima. O mesmo fenômeno pode ser percebido nas costas e nos joelhos. Provocar o estalo no dedo não faz mal algum. Portanto, continue estalando seus dedos, caso goste.

  1. Por que tenho a impressão de já ter visto um lugar onde nunca estive?

A sensação de “déjá vu” pode acontecer com quase todos e tem origem biológica. O hipocampo – região do cérebro responsável pelo processamento da memória – é ativado fora de hora, exatamente quando está ocorrendo um fato novo, dando a impressão de que aquilo já estava registrado, de que é um fato do passado. O evento é mais frequente em pessoas com epilepsia no lobo temporal e isso, provavelmente, está relacionado com “disparo” anormal do hipocampo, um dos centros cerebrais da memória, explica o psiquiatra Roberto Sassi. Mas isso não implica que pessoas que tenham “déjá vu” sofram de epilepsia. Portanto, nada de “outras vidas”, como dizem alguns.

  1. Por que a gente boceja?

Nada mais é que uma forma de ativar o cérebro e evitar o sono, afirma o coordenador do departamento de distúrbio do sono da Unifesp, Ademir Baptista Silva. Ao bocejar, o segundo e o terceiro ramo do nervo trigêmeo (um dos nervos da face) são ativados, estimulando o cérebro. O mesmo efeito pode ser obtido mascando chiclete. O único mistério é o fator epidêmico do bocejo. Ninguém sabe por que as pessoas bocejam quando veem outras bocejando, diz Ademir. Que interessante!

  1. Por que os pelos ficam arrepiados?

O frio e as fortes emoções são os principais estímulos causadores da contração do músculo eretor dos pelos, afirma a neurologista Cláudia Garavelli. A origem pode estar na teoria darwinista e sua explicação é que o arrepio é uma forma de defesa. No frio, a camada formada pelos pelos retém o ar quente, aquecendo o corpo. No medo, aumenta-se o volume do corpo, assustando-se assim um eventual agressor, como fazem os gatos.

  1. Por que a pele da mão enruga quando ficamos na água?

Porque a camada externa da pele do dedo é composta por uma proteína – a queratina – que pode absorver “água como uma esponja”, explica o clínico geral Luís Fernando. A camada externa da pele da ponta dos dedos é “fixa”. Para caber o volume de água absorvido, a pele enruga-se.

  1. O que causa o espirro?

É um mecanismo de defesa, uma forma de o organismo liberar bactérias e vírus alojados nas vias respiratórias, especialmente no nariz, limpando-o. Explica o pneumologista Clystenes Odyr Silva. Não tente impedir o espirro e jamais bloqueie o nariz para evitar fazer barulho. A velocidade do espirro pode ser de 160 km/h; ao tampar nariz, a pressão é transmitida para um canal do ouvido e corre-se o risco de ter-se o tímpano rompido. O que se pode fazer é colocar as duas mãos em bojo na frente, para impedir que se jogue algo indesejável nas pessoas ao redor. E depois lave as mãos, é claro!

  1. É verdade que orelhas e nariz crescem quando envelhecemos?

Não. O problema é que o tecido de sustentação da pele perde elasticidade. A partir dos 75 anos, a flacidez é mais acentuada devido à perda da elastina, proteína responsável pela elasticidade da pele, afirma o geriatra Clineu Almada. Assim, o tecido “cai”, dando a impressão de que o órgão cresceu. Está explicado!

COMIDA VICIA E LEVA À OBESIDADE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Um estudo feito com ratos e publicado na revista Nature Neuroscience veio desmistificar o fato de que somente as substâncias tidas como ilegais viciam, tais como cocaína, crack ou heroína. A ingestão de alimentos ricos em gordura leva a um tipo de dependência parecida com a das drogas citadas acima, pois a dieta rica em calorias aciona os centros de prazer da mesma forma que tais drogas. Assim, o organismo de um dependente de gordura passa pelo mesmo mecanismo cerebral do viciado em drogas.

O excesso de comida pode produzir superalimentação e obesidade. Estimativas mostram que o número de pessoas acima do peso é alarmante, já ultrapassando o número dos que passam fome. No Brasil os gordos estão próximos de atingir metade da população, enquanto os famintos estão abaixo de 6 %. Já existem mais de 42 milhões de crianças (de até 5 anos) acima do peso no mundo, com grandes possibilidades de contraírem doenças cardiovasculares, diabetes e terem morte prematura. A ONU está tão preocupada com este problema que listou a epidemia de obesidade no mundo como um dos dez principais riscos para a saúde mundial.

O debate sobre o vício em gorduras, trazido à tona, adverte-nos, ainda que sutilmente, que a indústria do fast-food, guardadas as devidas proporções, também age como manipuladora, assim como fazem os aliciadores do tráfico, pois a manipulação nas lojas de fast-food começa pelos preços entre os tamanhos sugeridos (pequeno, médio, grande e gigante). A diferença entre o preço do tamanho grande e o do gigante é praticamente nula. O que leva à escolha do gigante pelo cliente, pois faz parte da raça humana contabilizar o lucro.

A indústria do fast-food há muito tempo tem merecido as críticas de certos setores da saúde que acreditam que somos reféns de uma indústria alimentar inescrupulosa, sem preocupação com a saúde dos consumidores e preocupada apenas com o lucro imediato. Além de proibirem o fumo e limitarem o consumo e propaganda do álcool, os governos precisam enfrentar o controle dos alimentos no combate à obesidade, ajudando as pessoas a fazerem a escolha certa.

Algumas causas óbvias para a obesidade

1 – Estilo de vida urbano: muita comida, junk food (enlatados baratos, com altos níveis de açúcar e gordura e beliscados várias vezes durante o dia), televisão como lazer, pouco exercício físico e dietas muito calóricas.

2 () Exercícios: melhoram a saúde, mas não têm relação direta com a queda de medidas.

3- Herança genética: mais que genética, a influência familiar na obesidade é cultural. Ambiente e estilo de vida podem ser mais significativos que os genes. Casais de gordinhos terão filhos gordinhos até isso ser uma característica dominante na família. Quanto mais pesada é a pessoa, mais fértil ela é, logo, o número de gordos pode aumentar consideravelmente no caminhar da humanidade.

4- Classe social: pobreza tem relação direta com o aumento de peso. Quanto menor a renda, maior a ingestão de comida ruim.

5- Falta de sono: pode alterar níveis hormonais, provocando mais fome e peso.

6- Herança: dietas cheias de açúcares e gorduras na gestação podem influenciar o metabolismo da criança que repassa a herança obesa à frente.

6- Ar condicionado: o corpo queima mais calorias em ambientes livres. Com a temperatura controlada, diminuem as calorias gastas e o peso aumenta.

7- Etnia: pessoas de meia-idade, de origem africana, hispânica e paquistanesa tendem a ser mais pesadas que os jovens europeus. Populações mais velhas e miscigenadas sofrem mais obesidade.

8- Mães mais velhas: quanto mais idade tiver a mulher ao dar a luz, maior será a probabilidade de a criança ser gorda.

9- Remédios: alguns remédios trazem o ganho de peso como efeito colateral.

10- Poluição: altera o nível dos hormônios essenciais e, como alguns são armazenados na gordura, contribuem para o ganho de peso e intoxicação do corpo.

Michael Pollan, autor de O Dilema do Onívoro, guru do movimento contra a obesidade dá algumas dicas:

  1.  Cozinhe em casa, seguindo os princípios da culinária saudável.
  2. Troque os lanchinhos por frutas.
  3. Coma mais plantas, especialmente folhas.
  4. Evite alimentos que contenham algum tipo de açúcar (ou adoçante) listado entre os três primeiros ingredientes. Os itens são listados em ordem decrescente de quantidade no rótulo.
  5. Quanto mais branco o pão, mais mal ele faz. Evite-o.
  6. Coma por fome, não por tédio.
  7. Procure não comer sozinho.
  8. Compre pratos e copos menores (o recipiente grande estimula a comer mais, daí os grandes pratos dos restaurantes a quilo).

Fonte de pesquisa:
Revista Época nº 620
Revista Galileu nº 225

Nota: A ilustração do texto é um quadro do pintor e escultor colombiano Fernando Botero.

APOSENTADORIA É UM MAU NEGÓCIO?

Autoria do Dr. Telmo Diniz

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O termo aposentadoria refere-se ao afastamento remunerado que um trabalhador faz de suas atividades, após cumprir com uma série de requisitos estabelecidos por lei, a fim de que possa gozar dos benefícios de uma previdência social e/ou privada. Recentemente saiu um estudo apontando que a aposentadoria traria prejuízos à saúde das pessoas.

O estudo em questão, publicado pelo Institute of Economics Affairs (IEA), com sede em Londres, em parceria com a entidade beneficente Age Endeavour Fellowship, comparou aposentados com pessoas que continuaram a trabalhar, mesmo após terem alcançado a idade mínima para a aposentadoria, e também levou em conta possíveis fatores, e descobriu que a aposentadoria leva a um “drástico declínio da saúde”, no médio e longo prazos.

A pesquisa sugere que as pessoas devam trabalhar por mais tempo não só por razões financeiras, mas também por uma questão de saúde. Segundo a pesquisa, a aposentadoria pode aumentar em 40% as chances de desenvolver depressão, enquanto aumenta em 60% a possibilidade do aparecimento de problemas físicos, em especial os cardiovasculares. Os pesquisadores sugerem que os governos deveriam desregular as aposentadorias e permitir que as pessoas trabalhassem por mais tempo. E que, com isso, haveria uma desoneração previdenciária e de quebra melhoraria a saúde das pessoas.

O estudo, focado na relação entre atividade econômica, saúde e política pública na Grã-Bretanha, sugere que há uma pequena melhora na saúde imediatamente depois da aposentadoria, mas constata um declínio significativo na saúde desses indivíduos no longo prazo. A explicação é que, possivelmente, as pessoas não se prepararam para o envelhecimento. Elas trabalham sempre pensando no amanhã e se esquecem de viver “o agora”. A aposentadoria representa, para grande parte das pessoas, que o amanhã chegou. Como estão condicionadas a viver em função do futuro, isso acaba desestruturando sua existência. A vida passa a ficar sem sentido.

É preciso entender que a aposentadoria é um prêmio pelo esforço de anos de trabalho. Nunca deveria ser um causador de doenças. Ela é o reflexo de como se encara a vida no decorrer do desempenho profissional. O trabalho é apenas mais uma função que se desempenha e, quando a aposentadoria chega, o indivíduo deve canalizar suas energias para outro foco. Com isso, esse “descanso” passa a ser a oportunidade de realizar projetos abandonados por falta de tempo, como o estudo de um novo idioma, fazer uma grande viagem, ou mesmo se dedicar a trabalhos voluntários. O que as pessoas devem entender é que o trabalho que elas desenvolvem durante a vida profissional terá de ser substituído por outras atividades que estimulem o intelecto e o corpo.

A vida é movida por sonhos e desafios. O cérebro necessita ser estimulado. Portanto, a recomendação é que todos aprendam a dividir bem seu tempo. Aproveite o período profissional desenvolvendo paralelamente outras atividades que deem prazer. Com a aproximação da aposentadoria, crie novas metas a serem conquistadas. Com isso, o afastamento da vida profissional não significará o fim, mas um recomeço.