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Curiosidades sobre os nossos irmãos de planeta

FALANDO DE AMOR PELOS ANIMAIS

Autoria de Maria Cláudia Frazão

Amo os animais! Lido com adoções e fiz muito trabalho voluntário na adolescência. Hoje tenho um grupo no Facebook (Adotar é Tudo de Bom RJ ), em parceria com uma grande amiga, Cristiane Conceição, que também luta muito pela causa animal, para divulgarmos adoções, pedidos de ajuda e resgates. No momento tenho 10 cães. Só uma não é adotada. São nove vira-latas, que amo de paixão:  Feliz, Layla, Nina, Vick, Jade, Angel, Luna, Marley e Thor, e uma labradora, a Meg. O meu adotado mais idoso (Feliz) está com 18 anos. Veio para minha família com quatro meses, e superou a idade da minha Xiquita, outra “virinha” adotada, que partiu aos 17 anos.

Os cães são companheiros maravilhosos, respeitosos, que sabem quando alguma coisa não vai bem conosco. Entendem nosso tom de voz, nossas expressões faciais e nossas emoções. Queria muito ter gatos. Mas, como moro praticamente dentro da mata Atlântica, aqui aparecem muitos animais silvestres, como gambás, ouriços, quatis, raposas, esquilos e uma diversidade imensa de aves. E o cheiro, tanto dos animais, como das plantas e árvores que existem em volta, tornam meus cães mais instintivos. Então tenho receio, por ser uma matilha, de ter pelo menos um gatinho.

Adoro os gatos e toda a majestade, independência e sabedoria que possuem. Já tive gatos, sempre gostei e sinto por não poder ter nenhum no momento. São animais místicos, venerados no antigo Egito, trabalham com a energia de uma forma fascinante. Um gato, que se aconchega no colo de alguém, ou se deita sobre determinada parte do corpo da pessoa, está fazendo uma limpeza de energias, ou tentando curar algum órgão. Fica ali o tempo que é necessário. Depois não adianta colocá-lo de novo, depois que sai, pois já cumpriu sua função. Por isso, o fato de os gatos dormirem por várias horas seguidas, levando a má fama de “preguiçosos”. Na verdade, precisam recarregar as baterias, pois também absorvem as energias do ambiente, deixando-o mais equilibrado. Gatos tem uma ligação com nosso inconsciente, estão presentes em simbologias, são leitores da alma.

Infelizmente, as pessoas que não apreciam os animais, costumam ter problemas com o próprio inconsciente. E já pude constatar isso várias vezes, observando o comportamento das mesmas, e percebendo que não vivem em sua total plenitude. Os animais, natureza e seres humanos, todos estão ligados energeticamente, por uma força maior. O melhor que podemos fazer é cuidar, respeitar e amar, pois acredito que temos a mesma essência, e tudo que precisamos é viver em harmonia e equilíbrio.

Nota: foto dos animais da autora.

OS ANIMAIS NÃO FALAM, MAS SENTEM!

Autoria de Marcela Cristina Chaddad  

            

De tanto brincar, cansamos/ Podemos trocar as bolinhas e os brinquedinhos/ Mas a rotina é pura exaustão.

Falo, a princípio, de gatos domesticados, vivendo em um apartamento, o que também penso ser adequado. Mas que tal falarmos de um tigre-de-bengala, vivendo em jaulas em inúmeros zoológicos que defendem a conservação da espécie (em extinção) em cativeiros? São prisioneiros! Quais crimes cometeram? Ah! Sim! Os crimes da humanidade contra o meio ambiente e os animais. Ficam expostos o tempo todo para visitação, sem privacidade alguma. É tudo muito divertido! Só que não! É só dor. Você se imaginaria na mesma condição? Ou teremos que dialogar de forma cartesiana?

Há muitas alternativas e projetos possíveis. Mas o tráfico de animais (que tem passado batido) alimenta a comercialização e assim caminha a nossa (des) humanidade. Há muitos projetos, muitas possibilidade de defesa à vida. Analise pelo Projeto Tamar, pelo Projeto Peixe-Boi ou o da Baleia-Jubarte. São cativantes e não exploram os animais. São educativos, na medida exata!

O tigre-de-bengala está em risco de extinção. Espécie que habitava quase toda a Índia e que atualmente encontra-se dispersa por Bangladesh, Nepal, Butão e Myanmar. Por que será que está em extinção? É culpa de quem? Da espécie ou do homem? Onde deveriam ser desenvolvidos os projetos de proteção à espécie? O que faz um tigre-de-bengala preso numa jaula de zoológico, fora de seu habitat? Qual o propósito da reprodução em cativeiro, que no caso de muitos zoológicos, da maioria, diga-se de passagem, nem existe! Sabemos e acompanhamos pela mídia e por diversas redes sociais e sites de proteção ambiental que muitos zoológicos promovem a reprodução em cativeiro e após um período fazem a eutanásia dos filhotes, justificada por questões genéticas. Um absurdo! Um descaso pela vida! Isso é fato! E contra fatos não há argumentos! Onde queremos chegar com tudo isso?

 Vamos continuar aplaudindo os trabalhos dos zoológicos ou apoiaremos os projetos que de fato não só recuperam as espécies, como promovem a educação ambiental para preservação da natureza? Mas é tão confortável visitar um zoológico!? Os lugares são sempre “bacanas”, há espaço para caminhar, muitas árvores, lanchonetes com comidas “atrativas”: cachorro quente! Olha só! Cachorro quente! Matamos e comemos os nossos irmãos não humanos e ainda festejamos. Tem pipoca e sorvete para a criançada! E não precisamos dispensar muitos esforços físicos, nem fazer treinamento algum. Nós estamos livres e eles presos, vivendo 24 horas por dia de pura tortura. É bem a cara da política do pão e circo.  Tão pouco há aulas de educação ambiental e sobre a vida de cada irmãozinho não humano que segue no eterno confinamento.

 Visitar um Parque Aquático! Eu mesma já fui. Até abracei um golfinho. Só que o tempo é REI! Traz sabedoria e amadurecimento para distinguirmos que nem tudo que nos dá felicidade momentânea, conforto e satisfação é moral, justo e humano. Os animais não falam, mas sentem. E nós podemos falar por eles. Pensem com o coração: Quem gostaria de pagar por um crime que não cometeu? Eles pagam pena de vida! Querem ver animais? Vão mergulhar, façam safáris ecológicos, aventurem-se pelas cachoeiras, rios e mares. Visitem projetos, áreas e parques de preservação ambiental. Chega de covardia e sofrimento! O concreto não me satisfaz! E, no auge da minha depressão, algo ainda faz pulsar o meu coração, que é o amor pela natureza e o resgate da minha fé na humanidade. Algo ainda me acena que vale a pena continuar. Ainda há tempo para salvamentos.

Há muitos zoológicos com trabalhos bacanas, buscando a preservação de espécies. Mas eles (digo sobre os trabalhadores que acreditam nessas causas) não entenderam muito bem a direção e os fundamentos do sistema! Não podemos e nem devemos responsabilizá-los pelo trabalho que fazem. Fazem acreditando num bem maior! Entretanto, podemos dar uma boa mexida crítica nisso tudo. Sei e reconheço que os trabalhadores são dedicados, cuidam e prestam de alma e coração os cuidados aos animais. Mas o negócio é mais em cima. É o Sistema! O maldito Capital, que promove a exploração humana e a dos animais pelos homens. Todos, enfim, no mesmo barco. Mas o especismo (ponto de vista de que uma espécie, no caso a humana, tem todo o direito de explorar, escravizar e matar as demais espécies, que está intrinsecamente, ligado à relação capital/trabalho) não nos permite compreender que navegamos na mesma direção: para o caos.

 Para simplificar, uma primeira alternativa: e se cada região cuidasse da preservação de sua fauna, sem deslocar, comercializar e transportar animais de um continente para outro, não seria mais apropriado, justo, ecológico e sensato? Mas como ficaria a moeda de troca do Capital?! Seguimos pagando o preço pela tortura e sofrimento dos nossos irmãos não humanos. Aliás, quem não se comoveu com a girafa morta no zoológico dinamarquês e depois com o sacrifício de outros quatros leões? Tudo por uma questão de genética! Olha que beleza! O quanto vale uma vida! Não? Não se importaram? Por favor,

 “Saia do meu caminho/ Eu prefiro andar sozinho/ Deixem que eu decida/ A minha vida/ Han! Han!/ Não preciso que me digam/ De que lado nasce o sol/ Porque bate lá meu coração”  (Belchior).

DAVID ATTENBOROUGH E A NATUREZA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Quando comecei, mostrávamos animais dentro do estúdio, em preto e branco, só com uma câmera parada. É extraordinário testemunhar a evolução dos documentários de lá para cá. (David Attenborough)

A história evolutiva está terminada. A viagem está completa. Se você me perguntasse há 20 anos se nós estaríamos concluindo uma tarefa tão gigantesca, eu teria dito “Não seja ridículo”. Estes programas contam uma história particular e tenho a certeza de que outros irão aparecer e contá-la muito melhor do que eu consegui, mas espero que, se as pessoas assistirem-na daqui a 50 anos, ela ainda tenha algo a dizer sobre o mundo em que vivo. (David Attenborough)

A vida animal é muito mais rica do que a humanidade em sua prepotência e arrogância pode imaginar. Exemplos estão aí debaixo do nosso nariz:

• a feitura dos hexágonos, a mais pura das figuras geométricas, pelas abelhas;
• a argamassa, de suma importância para as edificações, invenção das andorinhas;
• os diques, para regular as correntes, feitos pelos castores;
• o sistema de resfriamento dos cupinzeiros;
• o uso de ferramentas para quebrar nozes pelos chimpanzés;
• o ato de pastorear escaravelhos de certas espécies de formigas, para depois espremê-los e obter um tipo de leite, etc.

A introdução acima é uma espécie de abre-alas para falar do inglês David Attenborough, responsável por documentários sensacionais sobre a natureza, como nos mostra a superprodução “The Hunt”, nova série sobre o mundo animal (BBC Earth). Chegando à casa dos 90 anos, esse fantástico naturalista ainda tem muito a mostrar, depois de mais de sessenta anos nessa trilha que leva à vida animal.

Já na idade de 11 anos, David tinha uma bela coleção de fôsseis e pedras, a ponto de impressionar um especialista. Havia passado a infância a coleciona-los. Quando foi trabalhar na BBC, o fato de ser dentuço impediu o jovem de ser um apresentador, para a alegria do mundo animal e daqueles que são apaixonados por seu trabalho. “Life on Earth”, lançada nos fins dos anos 70, foi uma de suas importantes séries naturalistas.

David é tão importante para a natureza, que várias espécies receberam seu nome, como a planta carnívora Nepenthes attenboroughii, espécie da ilha Palawan, nas Filipinas, descoberta em 2007 e dedicada a ele, por ocasião do seu 80º aniversário. Em seus documentários, os animais são as mais importantes estrelas. Suas narrações são impregnadas de sensibilidade, cheias de drama e emoção.

O documentário “Life on Earth” é uma série épica que objetiva ilustrar a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin, o que implica na não aceitação das teorias criacionistas. Com isso, alguns religiosos contestam-no. Sobre os documentários, ele diz: “Os documentários são uma arma para mostrar às pessoas, que em sua maioria vivem nas cidades, a fragilidade do meio ambiente.”.

Ao ser questionado sobre seu amor pelo mundo animal, ele respondeu: “Acredito que ninguém nasça com esse amor dentro de si. Tive a sorte de travar contato precoce com o mundo natural e ser estimulado a descobri-lo.”.

Fontes de pesquisa:
Seis Mil Anos de Pão / Henriich E. Jacob
Veja / Novembro de 2015.
Wikipédia

MINHA GRATIDÃO AOS CÃES…

Autoria de Augusto Pereira

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Ao longo de minha vida, até os dias de hoje, tive a oportunidade de conviver com inúmeros animais e, dentre esses, quatro cadelas: Laia, Foquinha, Luna e Riva. Todas adotadas, mestiças e, infelizmente para mim, todas concluíram seu ciclo de vida.

Sempre fujo de ocasiões de relembrar esses convívios, porque as lembranças reabrem feridas causadas por suas ausências e, por isso, depositei as lembranças todas, bem guardadas, em um arquivo mental chamado eterna gratidão. Todas as experiências com esses quatro indivíduos, bastante distintos entre si, foram extremamente ricas, gratificantes e educadoras. Esses seres especiais – os cachorros – vêm para nossas vidas para nos ensinar, apoiar e ajudar no desenvolvimento de nossa própria humanidade.

Cães são usados como guias para humanos cegos, mas, posso afirmar sem medo de errar, são tão bons ou melhores guias para aquelas pessoas que pensam que enxergam. Seus atos de dedicação, lealdade e companheirismo estarão sempre acima de nossas expectativas. Seus exemplos de aceitação e simplicidade colidem com nossas tendências restritivas e com nossa capacidade de tornar tudo sempre mais complexo do que verdadeiramente é. A vontade inabalável de partilhar suas vidas conosco fragiliza nosso egoísmo crônico e, por fim, o amor incondicional de que são donos revela um patamar de “bondade” que jamais alcançaremos.

A reciprocidade, que podemos ofertar a esses seres maravilhosos, será sempre inferior ao que eles nos dedicam ou dedicaram, isto é da nossa humanidade e é, provavelmente, aquilo que mais lamento por não ter alcançado plenamente. O convívio com cada uma das minhas quatro lindas cadelas proporcionou-me degraus de desenvolvimento que subi, pacotes de alegrias que curti e rios de sentimentos que compartilhei.

Sim, de quando em vez, os arquivos são abertos e escapam então as lembranças, os sentimentos e as saudades. Abraço-os todos fortemente, fecho os olhos e rememoro suas origens, reconhecendo que são todos eles parte de minha eterna gratidão.

Nota: imagem copiada de jornaljoseensenews.com.br

PORQUE OS CÃES VIVEM MENOS QUE AS PESSOAS

Autor desconhecido

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Recebi a história abaixo através de um e-mail. Achei-a de suma importância para a nossa aprendizagem. Para melhor compreensão do leitor, passei-a para uma linguagem mais direta.

“Certo veterinário foi chamado para examinar um cão irlandês de 13 anos de idade, chamado Belker. A família, dona do animal, composta por Ron, sua esposa Lisa e seu filho pequeno Shane, era muito ligada ao cão e esperava por um milagre.

Examinei Belker e descobri que ele estava morrendo de câncer. Eu disse à família que não poderia fazer nada por ele, e ofereci-me para realizar o procedimento de eutanásia em sua residência.

No dia seguinte, eu senti a sensação familiar na minha garganta, quando o cão foi cercado pela família. Shane, o menininho de seis anos, parecia tão calmo, acariciando o cão pela última vez, que eu me perguntava se ele entendia o que estava acontecendo. Em poucos minutos, Belker caiu pacificamente dormindo para nunca mais acordar. O garotinho parecia aceitar a transição de Belker sem dificuldade.

Sentamo-nos, a família e eu, por um momento, perguntando-nos o porquê do infeliz fato de a vida dos cães ser mais curta do que a dos seres humanos. Shane, que tinha estado escutando a conversa, atentamente, disse:

– Eu sei o porquê.

O que ele disse me espantou. Eu nunca tinha escutado uma explicação mais reconfortante que do que a sua. Esse momento mudou minha maneira de ver a vida.

Ele disse:

– A gente vem ao mundo para aprender a viver uma boa vida, como amar os outros o tempo todo e ser boa pessoa, né?! Como os cães já nascem sabendo fazer tudo isso, eles não têm que viver por tanto tempo como nós.

Moral da história

Se um cão fosse seu professor, você aprenderia coisas como:

  • Quando seus entes queridos chegarem em casa, sempre correr para cumprimentá-los.
  • Nunca deixar passar uma oportunidade de ir passear.
  • Permitir que a experiência do ar fresco e do vento, na sua cara, seja de puro êxtase.
  • Tirar bons cochilos.
  • Alongar-se antes de levantar-se.
  • Correr, saltar e brincar diariamente.
  • Melhorar a sua atenção e deixar as pessoas tocarem-no.
  • Evitar “morder”, quando apenas um “rosnado” é o suficiente.
  • Em dias quentes, deitar-se de costas sobre a grama.
  • Em um clima muito quente, beber muita água e deitar-se na sombra de uma árvore frondosa.
  • Quando você estiver feliz, dançar movendo todo o seu corpo.
  • Deliciar-se com a simples alegria de uma longa caminhada.
  • Ser fiel.
  • Nunca pretender ser algo que não é.
  • Se o que você quer, estiver “enterrado”, cavar até encontrar.
  • Quando alguém tiver um mau dia, ficar em silêncio, sentar-se próximo e suavemente fazer a pessoa sentir que está ali, do seu lado.

Eis o segredo da felicidade, que os cães ensinam-nos todos os dias, e nem percebemos.”

Nota: imagem copiada de saudenaigtemplariadoapwaltersandro

CECIL, O HOMEM E A NATUREZA

Autoria de Edward Chaddad

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Não sou agnóstico, sou deísta, mas penso que nós podemos, todos unidos, fazer a diferença, com nossa atuação no seio da sociedade. Pelo que sei “maktub” é uma expressão do fatalismo muçulmano, que acredita que tudo o que está acontecendo já estava escrito, ou seja, iria acontecer. Porém, eu não acredito que assim seja. Na vida,  há o nascer, o viver e o morrer. É a lei da vida, com seus desígnios. Jamais existe uma posição preconcebida, premeditada e construída por Deus, ou seja, Ele não dirige nossos destinos, longe disto. O  fatalismo existe no sentido de que não podemos nos afastar de nossa natureza humana, como por exemplo, o fato de que um dia iremos morrer.  Assim, “maktub” para mim, é a expressão resultante apenas de nossa resignação diante dos ditames da própria vida.

Penso que o fatalismo está presente na vida, pois é uma determinante dela, porém, jamais estará no plano superior de Deus. Seria “maktub” as duas bombas atômicas jogadas em Hiroshima e Nagasaki? Com certeza, Deus criou o universo – a vida é o dom de Deus – e não iria escrever uma página tão cruel e odiosa como esta, onde milhares de seres humanos, inocentes, morreram. E é claro que houve culpados, seres desumanos que planejaram a feitura das armas e dos ataques nucleares aos japoneses. Esses ataques foram planejados, arquitetados por seres humanos e não podemos colocar Deus nisto. A vida é sempre um paradoxo. Ela contraria, pelos acontecimentos, toda a lógica que orienta nossos pensamentos, ou seja, tudo em que acreditamos. Diante desta contradição, podemos enfrentá-la ou deixar tudo nas costas largas do Criador, o que é muito fácil. Ah, o Leão um dia iria morrer. Que fazer? Vamos nos resignar e pronto: “maktub”, estava escrito! É claro que não! Se assim fosse, não haveria crescimento para nosso espírito.

A morte do Leão – na forma que ocorreu – deixou grande parte da humanidade totalmente consternada e revoltada, diante da agressão perpetrada por um ser humano, que se diz inteligente e civilizado. O animal foi atraído para fora da área de proteção, por guias locais, que ajudaram o caçador. E lá ele o matou. Fez isso apenas para se divertir, por prazer, por um passatempo. Era um caçador viciado em matar animais raros. O leão Cecil foi degolado e teve a pele arrancada, depois de ferido por uma flechada. O caçador norte-americano deve ter levado a cabeça do Leão para colocá-la na sala de troféus, por orgulho. Ah, isto estava escrito. Iria acontecer, pois tudo que acontece é vontade de Deus. Renito: é claro que não.

A morte de Cecil foi vontade de Deus? Não! Foi obra e vontade de uma pessoa, ajudada por outras, seus guias locais, que gastou muito dinheiro – mais de 50 mil dólares – para contar ao mundo, como símbolo de sua aventura e vaidade, como matara um animal, o leão Cecil, símbolo do Zimbábue. Foi uma maldade imperdoável, praticada por uma pessoa totalmente desprovida de valores humanos. É de todo evidente que a comoção pela qual passa o mundo, com este caso, não está ligada apenas à morte de Cecil, mas à caça irracional de animais, muitos deles em extinção, colocando em risco a existência das espécies. E o extermínio é para todo o sempre.

Aí está, no caso, um dos exemplos da fúria com que seres humanos agridem a natureza – representada aqui pelo leão Cecil. No caso, nem foi motivada por ganância e certamente por ignorância. Foi mesmo um ato de crueldade, a pretexto de diversão e vaidade. E, é claro, cabe a todos nós, onde o mal estiver acontecendo, combatê-lo, com todas as forças de nossos ideais de vida. O homem é uma das espécies de animal que habita o planeta, mas talvez a única que pode romper o equilíbrio delicado deste.

No pensamento do filósofo Martin Heidegger, é importante refletirmos que não é muito claro o entendimento que coloca o homem como sujeito e a natureza como objeto. Se compreendermos que todos nós somos frutos da natureza, portanto, parte integrante dela, não não podemos levar o mundo ao desequilíbrio. É a nossa racionalidade que deve buscar manter a fusão entre a natureza e nós, seres humanos. Se ela não existir, todos iremos perecer. Temos que preservá-la, mantendo equilibradas a vida vegetal e animal, para que possamos tornar a vida possível, usando corretamente os recursos de nosso planeta.

Lembro-me de ter assistido a um filme, relativo à vida de Noé, onde ele chama a atenção de seu filho, ainda menino, que estava arrancando flores em um campo. Ele lhe perguntou sobre o que faria com as flores, sabendo que as iria jogar fora. E aí emendou: Sirva-se da natureza apenas para as suas necessidades. As flores são vida. Elas irão se espalhar por todo o mundo. Quem ama a vida, ama a natureza. Como parte do mundo – criação divina – ela deve ser venerada pelo homem e, certamente, defendida com unhas e dentes. E é claro que os esforços de todos nós, unidos, tendo como suporte o amor, podem fazer a diferença em prol de uma humanidade muito mais feliz.

Nota: imagem copiada de www.jornalnh.com.br