Arquivo da categoria: Estilos da Arte

A Arte possui vários estilos ou tendências, cada um com uma filosofia ou objetivo comum, seguido por um grupo de artistas durante um certo período de tempo. Eles são classificados separadamente pelos historiadores de arte para facilitar o entendimento.

Giotto – A LAMENTAÇÃO DE CRISTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Este afresco de Giotto di Bondone é uma das pinturas mais comoventes e poderosas da história da arte. Foi pintado na parede da Capela Scrovegni em Pádua, juntamente com outros afrescos sobre a vida de Cristo, a Virgem Maria e seus pais.

O pintor italiano, através da expressão facial e da atitude agoniada dos personagens e do emprego do espaço, conseguiu criar uma das cenas mais fortes vistas na representação da morte de Cristo. Ele mostra neste afresco personagens realistas e tridimensionais, quebrando a rigidez da composição bizantina e o espaço plano ocupado por suas figuras, o que impedia o observador de se sentir ligado ao tema. Giotto, além de romper com as regras impostas pela arte bizantina e pelo cristianismo, enleou o observador emocionalmente.

A composição apresenta o corpo de Cristo, retirado da cruz, sendo rodeado por sua chorosa família e seus amigos, quase todos de cabeça baixa e de ombros caídos, pouco antes de seu sepultamento. A Virgem Maria — ponto central da pintura — segura o corpo do filho nos braços e dirige-lhe um olhar de profunda dor, quase encostando seu rosto no dele. O corpo longo e pesado de Jesus, contrastando com o tamanho da Virgem, parece tornar o sofrimento de sua mãe ainda maior.

São João Evangelista, postado à direita da Virgem Maria, com o corpo inclinado para a frente, abre os braços num gesto apaixonado, sendo visível sua dor e a indignação, enquanto Maria Madalena, com os pés de Cristo no colo, acaricia-os e chora. Uma mulher, encurvada sobre o corpo de Jesus, segura-lhe as mãos e também chora. O rosto e as mãos dos personagens traduzem o principal foco de emoção, atraindo o olhar compungido do observador.

É tamanha a emoção repassada pela obra do artista que leva o observador a sentir que as duas personagens, situadas no primeiro plano, de costas, estão acometidas pela mesma dor profunda, visível na expressão dos demais personagens, embora não seja possível ver as suas feições. O espaço aberto entre elas leva os olhos do observador diretamente para o foco da cena — Maria abraçada ao corpo do filho.

Apesar do sofrimento e da raiva que envolvem todo o grupo, os personagens portam-se com extremado respeito diante do corpo sem vida de Jesus. Embora expressivos, seus gestos não são teatrais. Dez anjos, espalhados pelo céu azul da composição, assistem à cena com grande pesar. Com os corpos contorcidos pela amargura, alguns abrem os braços, enquanto outros apertam o rosto com as mãos. Eles rezam ou choram, olhando desconsolados para todas as direções. O desespero dos anjos contrasta com a cena taciturna vista embaixo.

Vários níveis de sentimentos são vistos na composição. A paisagem também repassa uma sensação de tristeza com sua árvore morta. Ela simboliza a frágil árvore do conhecimento do bem e do mal. Situa-se na diagonal em oposição ao corpo de Cristo. Reforça a tristeza da cena e a perda da vida divina, assim como a ressurreição de Cristo, depois da morte. A proximidade da Virgem, de Maria Madalena e das mulheres que ajudam a segurar o corpo sem vida mostra a profunda humanidade do Salvador.

A colina em diagonal coloca os personagens sagrados no primeiro plano, aproximando a cena do observador e também unifica os grupos separados. Apesar da tragicidade da cena, o movimento dos personagens é fluídico e suave. Com esta composição o fenomenal artista italiano Giotto di Bondone antecede o uso da perspectiva que só viria a ser totalmente desenvolvida cem anos depois.

Ficha técnica:
Data: 1305
Técnica: afresco
Dimensões: 185 x 200 cm
Localização: Cappella degli Scrovegni, Pádua, Itália

Fontes de pesquisa:
Grandes pinturas/ Publifolha
A história da arte/ E.H. Gombrich
1000 obras-primas/ Konemann
Tudo sobre arte/ Sextante

A ARTE FIGURATIVA

Autoria de Lu Dias Carvalho

Pensava-se que no período pós-guerra, ou seja, nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, a pintura abstrata, até então vista como uma evolução lógica da arte, fosse ocupar cada vez mais espaço, mas, curiosamente, o que se viu foi a retomada do figurativismo, o que comprova que a arte encontra-se em eterna mudança, ainda que certos estilos durem mais tempo que outros. Figurativismo ou Arte Figurativa são os termos usados para descrever as manifestações artísticas que representam a forma humana, os elementos da natureza e os objetos criados pelo homem, podendo ser realista ou estilizado, desde que seja possível reconhecer aquilo que foi representado. É muito comum o uso do vocábulo “abstrato” para se contrapor ao “figurativo”, contudo, a expressão que se mostra mais eficaz e dá margem para menos confusão é “não figurativo”.

Os pintores figurativos diferiam dos abstracionistas, porque optavam por representar pessoas e objetos de forma reconhecível, embora alguns deles fizessem uso de criações tão experimentais quanto o que faziam os artistas abstratos. Suas criações eram desafiadoras, ao apresentar figuras contemporâneas e também do ambiente em que se encontravam inseridos, buscando eliminar o sentimentalismo. Em algumas de suas obras podiam se mostrar poéticos, enquanto noutras se faziam chocantes na exposição do tema escolhido. Os pintores figurativos não apenas passaram a trabalhar com as tradições do estilo em questão, como enriqueceram-no, criando imagens provocativas sobre a condição humana presente num mundo extremamente desigual e em constante mudança.

O artista estadunidense R. B. Kitajé, morando em Londres, deu a um grupo de pintores ingleses, do qual também participava, o nome de “Escola de Londres”. Esses artistas estavam juntos mais pelo companheirismo de que por semelhanças reais de estilo. Do grupo faziam parte: Francis Bacon, Lucian Freud (neto de Freud), Leon Kossof, Frank Auerbach, Michael Andrew e o próprio R. B. Kitajé. Esses artistas tiveram no pintor David Bomberg — que dava grande distinção ao tato e à visão — uma importante influência. Entre eles era comum que um artista posasse para o outro. Após os anos de 1945 surgiram nos Estados Unidos pintores figurativos realistas como Philip Pearlstein — mais conhecido pelos nus do Realismo Modernista — Alex Katz — conhecido por suas imagens simplificadas e em tamanho grande — que criaram estudos figurativos imparciais e Andrew Wyeth – também famoso por produzir obras regionalistas — que criaram obras mais emocionais.

Francis Bacon foi o mais festejado pintor britânico do século XX, com suas pinturas dramáticas em que o tema central era a figura humana. Ele as tirava da posição normal e distorcia-as para repassar a sensação de isolamento e terror. Lucian Freud foi para a Inglaterra com a família, ainda criança, fugindo dos nazistas. Ao lado de Francis Bacon — de quem era um grande amigo e com quem compartilhava uma visão amarga em relação à condição humana, avaliando ser essa de angústia, isolamento e solidão — é tido como o principal pintor figurativo inglês do século XX. A pintura figurativa, segundo o ponto de alguns artistas e estudiosos da arte, era o único estilo que realmente poderia estar de acordo na sociedade sociopolítica dos dias atuais.

Nota: a obra que ilustra este texto é intitulada Annie e Alice (1950) obra de Lucian Freud.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
Lucian Freud – MOÇA COM CÃO BRANCO
Teste – A ARTE FIGURATIVA

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

Lucian Freud – MOÇA COM CÃO BRANCO

Autoria de Lu Dias Carvalho

O artista Lucian Freud (1922 – 2011) era filho de um arquiteto e neto do psicanalista Sigmund Freud. Nasceu em Berlim/Alemanha, mas se mudou para o Reino Unido com a sua família, ainda criança, fugindo do Nazismo. Tornou-se cidadão britânico e, ao lado de Francis Bacon, é tido como o principal pintor figurativo inglês do século XX. A partir dos meados dos anos de 1960, ele optou pela pintura de nus e, para criar a sensação de flacidez da pele, passou a usar pincéis mais ásperos e largos. Pintou principalmente pessoas com as quais tinha contato (membros de sua enorme família, amantes ou amigos íntimos) e que posavam durante muito tempo para ele. Não dava importância à expressão facial, alegando ser essencial que a “expressão venha à tona através do corpo”. Ainda assim, os seus retratos pareciam transmitir um sofrimento espiritual.

A composição intitulada Moça com um Cão Branco faz parte das primeiras pinturas de Lucian Freud, quando ele apresentava composições nítidas e lineares. É tido como uma das obras mais notáveis do artista e de difícil descrição. Muito da atmosfera fria, densa e desnorteante de suas primeiras obras tem a ver com o Surrealismo. Este é o último dos retratos criados pelo artista, no qual toma como modelo sua primeira mulher Kitty Garman, filha do reconhecido escultor Jacob Epstein. O mais surpreendente é que a união de Lucian e Kitty findou logo depois de ele ter terminado esta obra extremamente ordenada. O artista pintou muitos retratos de Kitty durante seu breve casamento que terminou em divórcio em 1952 por causa de suas infidelidades crônicas.

A modelo apresenta-se com uma expressão de cansaço, com cavidades profundas sob os olhos, usando um roupão verde, com o seio direito de fora, sentada sobre o que parece ser um sofá ou um colchão desprovido de forro, num cenário severo (uma representação do ateliê do artista), o que leva à presunção de que se refere a uma cena íntima. Ela traz olhos grandes levemente assimétricos, correspondendo à expressão popular de que “os olhos são o espelho da alma”. Eles parecem fixos no observador, mas ao mesmo tempo mostram-se perdidos, expressando receio e aflição — carregados de uma grande tensão psicológica.

Kitty encontrava-se grávida de sua segunda filha, quando estava sendo retratada para esta obra. O seio direito à vista — amparado pelo braço esquerdo, cuja mão segura o outro escondido sob o roupão — pode simbolizar a amamentação. É possível que o artista tenha se inspirado na obra de Jean Fouquet (Fouquet – O DÍPTICO DE MELUN). O jeito como o artista coloca a cabeça do cão (o uso de animais nas composições Lucian Freud é bastante difundido, e muitas vezes ele apresenta um animal de estimação e seu dono) em estado de alerta, com os olhos fixos no observador, pode estar remetendo à impossibilidade sexual, quaisquer que sejam as conotações sexuais que o seio possa ter quando relacionado à cama.

O artista era reconhecido sobretudo por sua capacidade ao representar a textura da pele. A representação do pé aqui na obra é também excepcional. Para Lucian esse mereceu tanta atenção quanto as mãos ou o rosto de Kitty.

Ficha técnica
Ano: 1950-1951
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 76 cm x 101,5 cm
Localização: Tate Britain, Londres, Reino Unido

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Lucian Freud/ Taschen
Arte/ Publifolha

Teste – A ARTE FIGURATIVA

(Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

Pensava-se que no período pós-guerra, ou seja, nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, a pintura abstrata, até então vista como uma evolução lógica da arte, fosse ocupar cada vez mais espaço, mas, curiosamente, o que se viu foi a retomada do figurativismo, o que comprova que a arte encontra-se em eterna mudança, ainda que certos estilos durem mais tempo que outros. Figurativismo ou Arte Figurativa são os termos usados para descrever as manifestações artísticas que representam a forma humana, os elementos da natureza e os objetos criados pelo homem, podendo ser realista ou estilizado, desde que seja possível reconhecer aquilo que foi representado. É muito comum o uso do vocábulo “abstrato” para se contrapor ao “figurativo”, contudo, a expressão que se mostra mais eficaz e dá margem para menos confusão é “não figurativo”.

  1. A retomada da Arte Figurativa deu-se após a…

    1. Primeira Guerra Mundial.
    2. Segunda Guerra Mundial.
    3. Revolução Russa.
    4. Revolução Francesa.

  2. Os artistas figurativos diferiam dos abstracionistas, porque optavam por representar pessoas e objetos de forma…

    1. reconhecível.
    2. individual.
    3. abstrata.
    4. coletiva.

  3. As criações dos artistas do Figurativismo eram desafiadoras, ao apresentar figuras contemporâneas e também do ambiente em que se encontravam inseridos, buscando eliminar…

    1. a fraqueza.
    2. a sensibilidade.
    3. o sentimentalismo.
    4. o individualismo.

  4. Os pintores figurativos não apenas passaram a trabalhar com as tradições do estilo em questão, como enriqueceram-no, criando imagens provocativas sobre a condição humana presente num mundo extremamente …………. e em constante mudança.

    1. equitativo
    2. racional
    3. compassivo
    4. desigual

  5. O pintor ………… — que dava grande distinção ao tato e à visão — teve grande influência para o grupo de artistas figurativos da chamada “Escola de Londres”.

    1. David Bomberg
    2. Lucian Freud
    3. Francis Bacon
    4. Michael Andrew

  6. O artista figurativo Francis Bacon foi o mais festejado pintor britânico do século XX, com suas pinturas dramáticas em que o tema central era…

    1. o mundo da elite.
    2. a vida da nobreza.
    3. o homem e a guerra.
    4. a condição humana.

  7. Lucian Freud (neto do psicanalista Sigmund Freud) foi para a Inglaterra com a família, ainda criança, fugindo dos…

    1. comunistas.
    2. nazistas.
    3. fascistas.
    4. Integralistas.

  8. Ao lado de Francis Bacon de quem era grande amigo e com quem compartilhava uma visão amarga em relação à condição humana, …… é tido como o principal pintor figurativo inglês do século XX.

    1. Leon Kossof
    2. David Bomberg
    3. Lucian Freud
    4. Frank Auerbach

  9. Após os anos de 1945 surgiram …….. os pintores figurativos realistas como Philip Pearlstein, Alex Katz e Andrew Wyeth que criaram obras mais emocionais.

    1. na Alemanha
    2. no Reino Unido
    3. na França
    4. nos Estados Unidos

  10. A obra intitulada Moça com um Cão Branco faz parte das primeiras pinturas de…

    1. Lucian Freud.
    2. Francis Bacon.
    3. Leon Kossof.
    4. Andrew Wyeth.

Nota: a obra que ilustra este texto é intitulada Retrato de Chaim (1985) obra de Leon Kossof.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE FIGURATIVA
Lucian Freud – MOÇA COM CÃO BRANCO

Gabarito
1b / 2a / 3c / 4d / 5a / 6d / 7b / 8c / 9d / 10a

A ARTE POP

Autoria de Lu Dias Carvalho

O movimento artístico intitulado Pop Art tinha como objetivo fazer um juízo desdenhoso da sociedade de consumo. O crítico inglês Lawrence Alloway foi o responsável pela criação do termo, ao aludir-se a uma arte popular que usava como tema produtos industrializados do dia a dia das pessoas, a imagem de artistas de cinema famosos ou cantores populares, signos de publicidade, histórias em quadrinhos, etc. A Pop Art, portanto, nasceu como uma reação à filosofia da pintura abstrata do pós-guerra, cujo lema era a “arte pela arte”. Suas raízes estavam fincadas no Dadaísmo e nos ready-mades* de Marcel Duchamp, porém as imagens da cultura popular que os jovens viam em seu entorno ofereciam aquilo que eles necessitavam para ir contra o conservadorismo na arte mundial. A rejeição ao Expressionismo abstrato no que diz respeito às técnicas pictóricas, induziu os artistas pop a retomar o estilo figurativo, as linhas simples e as cores puras.

O termo “pop art” foi usada pela primeira vez em meados dos anos 1950, com a finalidade de descrever o trabalho de um grupo de jovens ingleses, quando Jasper Johns passou a ajuntar objetos da vida cotidiana e elementos da cultura popular em sua obra. Os astros deste movimento pintavam seus trabalhos com cores vibrantes e em tamanho grande, a fim de transformar o realismo em hiper-realismo. Infelizmente a crítica que fizeram não atingiu o objetivo pretendido, pois os trabalhos produzidos acabaram estimulando o consumo dos produtos usados nas respectivas obras de art. A Pop Art atingiu as massas ao utilizar objetos que lhes eram comuns, a exemplo do quadro “Garrafas de Coca-Cola Verdes” de Andy Warhol. Alguns artistas da Pop Art já tinham passado pela arte comercial.

Dentre os artistas da Pop Art, Andy Warhol e Roy Litchenstein merecem destaque, sendo que o inglês Richard Hamilton é tido como um dos pioneiros da Pop Art. O primeiro usou principalmente a técnica da serigrafia para dar colorido a uma arte que objetivava apresentar objetos produzidos em série, mecanicamente, para o consumo. Lichtenstein trabalhava à mão, o que se fazia no setor gráfico, simulando os pontos reticulados fazendo pontos, de modo semelhante ao usado pelos artistas do Pontilhismo. O uso de contorno preto e cores vivas causavam forte impacto no visual. Ele passou a pintar história em quadrinhos como tema. Como os quadros com personagens das histórias originais eram vistos fora do contexto, seus trabalhos transformaram-se em símbolos do mundo moderno.

A Pop Art foi o movimento dominante dos anos 1960 e 1970 na Inglaterra e nos EUA, mas não se pode dizer que primasse pela coerência, pois os artistas tinham projetos e trajetórias diferentes. Foi praticamente um fenômeno da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. Pelo fato de retirar suas imagens da cultura popular, acabou se transformando-se num grande sucesso comercial, pois ao apresentar imagens de arte comercial ganhou uma conotação mais de produção em massa que de individualidade. As obras eram cheias de humor satírico, mostrando os valores consumistas e as obsessões da sociedade contemporânea. O mais paradoxal é que, embora os artistas da Pop Art ambicionassem acabar com a distância entre a cultura de elite e a de massas, terminaram, na maioria das vezes, reforçando essa barreira, ao vender suas obras para galerias e colecionadores por preços exorbitantes. O próprio Andy Warhol aludia ao valor monetário da arte, tanto é que o crítico Morse Peckman em 1917 escreveu sobre suas obras: “Elas não deixam nada para o crítico fazer e nada para o público fazer, exceto comprá-las, se forem tolos, coisa que a maioria seguramente é”.

Os artistas brasileiros da década de 1960 também fizeram uso da serigrafia, contudo aqui foi usada como veículo para a denunciação social e política. Podem ser citados: José Roberto Aguilar e Wesley Duke Lee,

*Termo criado por Marcel Duchamp (1887-1968) para designar um tipo de objeto por ele elaborado que consiste em um ou mais artigos de uso cotidiano, produzidos em massa, selecionados sem critérios estéticos e expostos como obras de arte em espaços especializados.

Nota: a obra que ilustra este texto, No Carro (1963), é do artista Roy Lichtenstein.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
Andy Warhol – DÍPTICO MARILYN
Lichtenstein – MOÇA COM BOLA
Teste – A ARTE POP

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

Andy Warhol – DÍPTICO MARILYN

Autoria de Lu Dias Carvalho

O artista Andy Warhol (1928 – 1987) cujo nome de batismo é Andrew Warhola era filho de imigrantes tchecos. Nos anos 1950 começou a trabalhar como artista publicitário, tendo sido premiado pelo seu trabalho, antes mesmo de tornar-se um artista pop. A temática de sua obra estava voltada para a cultura popular de massa, produtos de consumo e celebridades. Suas imagens tanto podiam ser banais (fileiras de garrafas de Coca-Cola), glamourosas (retratos de astros de Hollywood) ou macabras (colisões de carros e suicídios). Fazia uso da linguagem visual da propaganda moderna, ao usar cores excêntricas, imagens simplificadas e repetições. Retirava deliberadamente os sinais de seu envolvimento, ao usar assistentes para ajudá-lo a por em prática suas ideias. Dedicou-se também a carreiras paralelas como as de cineasta, designer de moda, promotor de eventos e de publicitário.

A estrela de cinema Marilyn Monroe já era famosa quando estrelava filmes de Hollywood, mas o fato de supostamente ter se suicidado, transformou-a num mito, ao misturar glamour com tragédia. Andy Warhol, tomando como base uma famosa foto publicitária da atriz, usou-a para produzir muitas variações da técnica radicalmente nova – a serigrafia – produzindo 50 imagens da loira. A condição de estrela famosa de Marilyn Monroe é potencializada pela repetição de sua imagem.

Na composição as imagens à esquerda são cheias de glamour, enquanto as que se encontram à direita possuem tons esmaecidos, repassando a sensação de transitoriedade da vida da estrela. Andy Warhol fez uso de seis cores no lado esquerdo da composição com a ajuda de um estêncil. Em cada painel o retrato da musa vai sofrendo sutis alterações em razão de variações do pigmento, até chegar à oitava coluna, quando se torna esmaecido.

As pinceladas amarelas e cor de laranja são visíveis. A partir da sexta coluna vertical, à direita, os retratos perdem suas cores e o excesso de tinta preta mancha ou destrói a imagem de Marilyn Monroe. As áreas coloridas presentes nas imagens – cabelo, batom, pele, sombra nos olhos, gola do vestido e fundo – foram pintadas à mão em cima de uma camada de tinta branca que aparece nos dentes da retratada.

Ficha técnica
Ano: 1962
Técnica: serigrafia
Dimensões: 1,97 m x 1,16 m
Localização: Acervo particular

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha