Tarsila – ESTRADA DE FERRO CENTRAL DO BRASIL

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Encontrei em Minas Gerais as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Segui o ramerrão do gosto apurado… Mas depois me vinguei da opressão, passando-as para minhas telas: azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, tudo em gradações mais ou menos fortes, conforme a mistura de branco. Pintura limpa, sobretudo, sem medo de cânones convencionais. Liberdade e sinceridade, certa estilização que adaptava à época moderna. Contornos nítidos, dando a impressão perfeita da distância que separa um objeto de outro. (Tarsila do Amaral)

A composição Estrada de Ferro Central do Brasil, obra de Tarsila do Amaral, deu-lhe o Prêmio Aquisição da I Bienal Internacional de São Paulo (1951). Foi pintada após a sua visita ao estado de Minas Gerais em companhia de um grupo de amigos modernistas e do poeta Blaise Cendrar.

A artista apresenta em sua composição uma cidadezinha do interior com suas casinhas simples, incluindo uma igrejinha branca, ao alto, à esquerda. Estão presentes coqueiros e outras espécies de árvores, bem espalhadas pelo local. Nela já estão presentes os sinais da modernização das cidades do Brasil, com destaque para a antiga Estrada de Ferro Dom Pedro Segundo, que passou a ser chamada em 1890, após a proclamação da República, de Estrada de Ferro Central do Brasil. Ligava São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, caminho percorrido por Tarsila, Blaise Cendrars e outros modernistas.

A Estrada de Ferro Central do Brasil está presente nos postes de telégrafo, nas torres de eletricidade e nas pontes de metal. Chama a atenção o destaque que Tarsila dá à ponte e construções em estruturas metálicas. Também é possível perceber traços cubistas daquele que fora professor de Tasila ? Léger.

A obra é intensamente colorida, traz as superfícies lisas e o modelado das formas. Possui linhas ortogonais, diagonais e redondas. Mistura paisagem rural e urbana. A paisagem urbana está presente nos postes de eletricidade, nas imensas estruturas de ferro, nas pontes de aço e no asfalto. A referência ao meio rural é vista na arquitetura interiorana, no colorido forte das casas, na igrejinha e no chão de terra batida. Não existe figuras humanas na composição, mas elas podem estar simbolizadas por um diminuto busto branco, situado na parte mais alta da torre à esquerda, contudo a crítica de arte Maria Hirszman acredita que seja um sinal “indicando não haver lugar para o homem nesse cenário moderno”.

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Ficha técnica:
Ano: 1924
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 142 x 126,8 cm
Localização: Localização: Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de S. Paulo, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Tarsila do Amaral/ Coleção Folha
Tarsila do Amaral/ Folha Grandes Pintores
Brazilian Art VII

6 comentaram em “Tarsila – ESTRADA DE FERRO CENTRAL DO BRASIL

    1. LuDiasBH Autor do post

      Luzia Catarina

      É bom saber que o texto ajudou-a em seu trabalho. Temos aqui vários artistas e suas obras. Continue nos visitando e traga seus colegas e amigos.

      Beijos,

      Lu

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  1. Vanderlene

    Adorei o texto, minha filha aprendeu muito. Ela nunca tinha conhecido Tarsila do Amaral! Amei este assunto.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Vanderlene

      Fui eu quem adorou a sua participação neste espaço, trazendo a sua filhinha. Será sempre um prazer tê-las aqui.

      Abraços,

      Lu

      Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      David

      Vejo que é um fã da Tarsila Amaral. Eu também sou. Dentre os artistas brasileiros ela é a mais acessada. Agradeço sua visita e comentário. Volte mais vezes.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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