Autoria de Lu Dias Carvalho
Juscelino Kubistchek e Guignard muitas vezes estiveram juntos. O Guignard frequentava a casa da Lúcia Machado de Almeida e o Juscelino estava sempre lá. Ele tinha uma verdadeira paixão por Guignard, sempre o tratou com distinção e respeito. Dona Sara também era uma admiradora e recebia-o com todas as honras. Juscelino ganhou de presente do artista aquela obra histórica, a “Execução de Tiradentes”. (Pierre Santos)
A Execução de Tiradentes é uma obra do pintor brasileiro Alberto da Veiga Guignard. Trata-se de sua única obra pertencente ao gênero histórico, tendo sido pintada em Minas Gerais, onde o artista passou parte de sua vida, ali vindo a falecer. Foi feita a pedido de Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil à época.
O pintor narra um fato da história brasileira – a morte de Joaquim José da Silva Xavier, alcunhado de Tiradentes. Contudo, pelo fato de amar muito a cidade de Ouro Preto ou por desconhecimento mesmo, o artista situa a execução do herói na cidade mineira, quando, na verdade, ela ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, no estado do mesmo nome.
A figura de Tiradentes, com sua cabeleira negra a cair-lhe pelos ombros e costas e barba longa, está envolta por uma túnica azul. Já se encontra no patíbulo, tendo à sua frente o carrasco e à direita um padre. Muitos soldados armados, vestidos com uniforme vermelho e branco, acompanham a cena, assim como inúmeras pessoas espalhadas em volta do local e pelas estradas e morros adjacentes, que se manifestam levantando as mãos. É grande o número de indivíduos negros, muitos deles contidos por dois soldados, para não entrarem no local da execução.
Ao fundo descortina-se a cidade com seus morros, casarios e igrejas. Um céu carregado por nuvens densas é coroado por um sol de sangue que divide a tela exatamente ao meio, assim como o faz a figura do mártir.
Ficha técnica
Ano: 1961
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 60 x 80
Localização: Coleção Sergio Fadel, Rio de Janeiro, Brasil
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