Autoria de Lu Dias Carvalho
Estatisticamente o risco de suicídio em pacientes com depressão-maior é superior ao da população em geral. Contudo, nem todo paciente deprimido tem ideias suicidas, ou seja, não quer dizer que exista um perigo iminente de suicídio. Cada caso precisa ser avaliado (Rodrigo Pessanha de Castro)
A falta de conscientização no que diz respeito às doenças mentais é um fator preocupante em nosso país. O que vemos na mídia sobre o assunto são informações esporádicas, muitas vezes com um teor tecnicista, incapaz de atingir a maioria da população. Ainda que as pesquisas mostrem que 50% dos adultos estejam predispostos a sofrer de algum tipo de doença mental em algum momento da vida, é lamentável saber que das pessoas acometidas por uma delas apenas cerca de 20% saem em busca de assistência médica, sendo a falta de informação e o preconceito as principais causas para a sua banalização. É preciso estar atento às advertências:
- Muitas famílias brasileiras, mal orientadas, não veem porque gastar dinheiro com uma doença que consideram “irreal” ou “fruto da imaginação” do doente, ou apenas um fricote, chilique ou faniquito nervoso que logo passará.
- No rol das doenças mentais encontra-se a depressão (DSM-5) que, ao contrário do que muita gente imagina, não se trata de um tipo de tristeza com tempo marcado para passar, mas, sim, de uma doença altamente perigosa que necessita ser tratada.
- A depressão é uma doença e ponto final – quer se queira aceitar ou não.
- A depressão possui inúmeros sintomas e necessita de tratamento imediato.
- Tem sido assustador o aumento no número de ocorrências de pacientes diagnosticados com depressão em razão do avanço da Ciência no campo mental.
- Não se pode ignorá-la sob a pena de o indivíduo ter seu estado de saúde agravado.
- Quanto mais cedo se buscar ajuda médica melhor, pois o tempo é fundamental para deter o poder destrutivo da doença.
- A depressão não respeita idade, raça, gênero ou posição social.
- É hoje a maior causa de incapacidade para o trabalho em todo o mundo, preocupando os planos de saúde e as empresas.
O Estado brasileiro não tem mostrado comprometimento com o tratamento e a contenção da doença que a cada ano faz milhares e milhares de vítimas. O SUS quase sempre não possui vagas para receber o grande número de acometidos pelas doenças mentais. As consultas médicas particulares são extremamente caras, assim como as terapias, sem falar no alto preço dos medicamentos que já estão passando da hora de entrar na lista da chamada “Farmácia Popular”. Aliado a isso, mesmo os que procuram ajuda médica costumam, muitas vezes, ter uma avaliação incorreta sobre sua doença. O fator mais preocupante da depressão é que pode levar ao suicídio. Não são poucas as ocorrências em nosso país e em todo o mundo.
Os suicídios no Brasil – a menos que sejam de pessoas famosas – não são relatados pela mídia. Embora o número de pessoas que tira a própria vida venha crescendo assustadoramente, isso é abafado pelos meios de comunicação que partem do pressuposto de que a veiculação deste tipo de notícia pode impactar a população, influenciando as pessoas com tendências suicidas. Há certo tipo de convenção profissional extraoficial que elimina os suicídios dos noticiários.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) pensa diferentemente da mídia nacional. Para ela se faz necessário noticiar tais casos, pois entende que o suicídio é um problema de saúde pública que deve ser levado a sério – jamais ignorado. No entanto, defende que a notícia obedeça a determinados critérios, tais como: referir-se ao ato como “suicídio consumado”, jamais “bem sucedido”; somente dados relevantes devem ser apresentados; a notícia deve ocupar somente as páginas internas dos jornais, nunca ser manchete; não mostrar a cena do suicídio e o método utilizado; evitar exageros; qualquer problema mental que a vítima tiver deverá ser trazido à tona a título de informação e alerta para as famílias.
Sendo a depressão um distúrbio preocupante, seu tratamento deve ser levado a sério, portanto, sem essa de querer esconder ou mitigar o problema. Um familiar, ou mesmo um colega, amigo ou vizinho que tiver mais conhecimento sobre a doença, deverá conversar com a família sobre o assunto, cientificando-a sobre os problemas que podem advir, caso o doente não seja tratado. Caso a pessoa more sozinha, seria um ato de caridade acompanhá-la numa consulta médica, pois, muitas vezes, ela não possui uma real compreensão de seu problema, ou, se possível, notificar sua família. Outra postura importantíssima é ajudar na desmistificação do transtorno depressivo, mostrando que se trata de uma doença grave que em hipótese alguma pode ser banalizada, tratada como “fricote” ou “chilique”. Depressão não é brincadeira!
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Fontes de pesquisa:
Segredos da Mente/ Cérebro e Depressão
https://www.fatosdesconhecidos.com.br/por-que-os-jornais-nao-podem-falar-de-
https://bhaz.com.br/2017/09/23/imprensa-noticiar-casos-suicidio/
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