A DEPRESSÃO NÃO ACEITA OU DÁ AMOR

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Numa depressão severa, as mãos que se estendem para você estão fora de seu alcance. (Andrew Salomon)

Tudo passa – sofrimento, dor, sangue, fome, peste. A espada também passará, mas as estrelas ainda permanecerão quando as sombras de nossa presença e nossos feitos se tiverem desvanecido da Terra. Não há homem que não saiba disso. Por que então não voltamos nossos olhos para as estrelas? Por quê? (Mikhail Bulgakov em O Exército Branco)

Muitos podem achar que a afirmativa de que “a depressão é a imperfeição do amor” é uma tremenda invencionice, mas o escritor Andrew Solomon, ele mesmo uma vítima da doença, argumenta com muita propriedade sobre o assunto. Segundo ele, quando a depressão se faz presente, ela degrada o eu da vítima e acaba por lhe roubar a capacidade de dar e receber amor, pois a solidão avoluma-se e destrói as vias de contato com o outro e a capacidade de a pessoa sentir-se bem consigo mesma. Como para amar o outro é preciso que amemos primeiro a nós mesmos, o sentimento de afeição torna-se totalmente inviável. E sendo o amor o manto que protege a mente contra si mesma, é preciso buscar medicamentos e psicoterapias que restaurem a capacidade de receber e dar amor.

Por muito tempo acreditou-se que as doenças psicossomáticas não eram reais. Por isso, a queixa dos deprimidos não era levada a sério, sendo elas tidas como coisas de pessoas fantasiosas, chantagistas e que queriam chamar a atenção para si. Hoje sabe-se que além de reais, elas podem trazer severos impactos para o corpo. Assim, quando o cérebro funciona mal, deve ser tratado adequadamente, como se faz com os rins, fígado, coração e outras partes do corpo humano.

É fato que a depressão atinge pessoas diferentes e de maneiras diferentes, de acordo com a predisposição de cada uma, pois ela interage com a personalidade do indivíduo, daí as diversas maneiras de reação à doença e aos medicamentos. Alguns indivíduos conseguem passar por uma depressão leve sem o uso de remédios, enquanto outros são mais frágeis e precisam desses. Não há uma regra comum.

O fato é que ninguém passa pelos caminhos da vida sem travar contato com a tristeza e a dor, não importando a classe social, etnia, idade ou gênero. Nada existe que possa invalidar a angústia que se apodera do ser humano em vários momentos de sua vida. Talvez ela tenha as suas raízes fincadas na própria finitude humana, quando o homem se confronta com a sua própria insignificância diante do existir finito. A crença pode abrandar essa angústia, mas não a erradica. O próprio Jesus, segundo falam os Evangelhos, na sua passagem terrena vivenciou o sofrimento. E quanto maior for a consciência do eu e a interação com o planeta, maior é a angústia ante a impotência de que quase nada pode ser feito para mudar as coisas que se considera inaceitáveis.

Acredito que a dor e a tristeza são fundamentais para a nossa humanidade, de modo que eliminá-las do mundo seria um desserviço ao homem. Mas, quando elas ceifam a vontade de viver, algo precisa ser feito, pois, enquanto para os não depressivos o sofrimento não compromete a caminhada, para os depressivos ele se torna desproporcional às circunstâncias, adubando a depressão. O melhor caminho para tratá-la é não se acostumar com a sua presença. Não esperando chegar ao fundo do poço. É preciso buscar ajuda, quando se é incapaz de domá-la sozinho.

Para o escritor Andrew Solomon a depressão está presente na história da humanidade desde que o homem tomou consciência de seu próprio eu, e vem aumentando muito nos dias de hoje em consequência de motivos como:

  • o ritmo acelerado de nossa época;
  • o caos tecnológico;
  • a alienação das pessoas;
  • o colapso da estrutura familiar;
  • a solidão endêmica;
  • a devastação do planeta;
  • o fracasso do sistema de crenças (moral, político, religioso, social…);
  • a falta de significado para a vida.

Portanto, é preciso que encontremos soluções para os problemas gritantes que vêm acompanhando a modernidade, pois eles são uma clara mensagem à vulnerabilidade humana e a de todo o nosso planeta cada vez mais desprotegido e em perigo.

Solomon enumera algumas necessidades:

  • baixar o nível de poluição socioemocional;
  • buscar fé e estrutura (no seu Deus, no eu, em outras pessoas, ou em qualquer outra coisa);
  • ajudar os que são privados de seus direitos civis;
  • praticar e ensinar o amor;
  • melhorar as circunstâncias que conduzem a níveis aterradores de estresse;
  • manifestar-se contra a violência e suas representações;
  • preservar o planeta Terra;
  • praticar algum tipo de voluntariado, etc

Na maturidade deste novo milênio, espero que salvemos as florestas tropicais desta nossa Terra, a camada de ozônio, os rios e correntes, os oceanos, e salvaremos, também espero, as mentes e os corações das pessoas que vivem aqui. Então controlaremos nosso crescente medo do demônio do meio-dia – nossa ansiedade e depressão. (A. Salomon)

Nota: A Mulher em Depressão, quadro do psicanalista e pintor pernambucano Lúcio Escobar, feito em 2004.

Fonte de Pesquisa:
O Diabo do Meio-Dia/ Andrew Solomon

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40 comentaram em “A DEPRESSÃO NÃO ACEITA OU DÁ AMOR

  1. Edward Chaddad

    LuDias

    O texto é excelente. Chama-me a atenção o seguinte trecho:

    ‘Por muito tempo acreditou-se que as doenças psicossomáticas não eram reais. Por isso, a queixa dos deprimidos não era levada a sério, sendo elas tidas como coisas de pessoas fantasiosas, chantagistas e que queriam chamar a atenção para si. Hoje sabe-se que além de reais, elas podem trazer severos impactos para o corpo”

    Penso que, inclusive, é vice-versa. É importante entender a visão holística do ser humano, tal qual o próprio mundo. Na visão holística, o homem é entendido como uma totalidade, não sendo separáveis, portanto, o físico do mental e do emocional. Somos um todo em que o físico influencia o mental, este o físico, o mesmo com o emocional.

    é possível separar as doenças físicas daquelas chamadas doenças mentais? Acredito que não, principalmente hoje, quando a medicina está desenvolvendo uma visão holística em relação à saúde do ser humano. O que é o estresse? É um mal mental ou físico? Como separar nosso cérebro físico do mental? Levemos em conta uma simples dor de barriga. Seria ela consequência de uma surpresa desagradável, que nos deixou nervoso ou foi uma comida mal digerida? Assim, uma boa alimentação, exercícios, vida saudável, dormir as horas necessárias para refazer nossos esforços diários são receitas importantes, que trarão, para a saúde física e mental, uma grande ajuda. Temos que entender que somos um todo inseparável.

    Neste mundo, há problemas, adversidades, dificuldades, competição, desemprego, poluição, alimentos processados, insegurança, violência, enfim uma messe enorme de condições, que torna evidente que iremos ficar doentes mais cedo do que esperamos. Todas as sensações, máxime as agressivas, passam pelos sentidos humanos e irão estimular nosso cérebro. E a resposta pode ser rápida. Provada, verbi gratia, a ligação entre o consumo de drogas e doenças mentais. Elas – as drogas – arrasam o cérebro, aniquilam os neurônios, impedem as sinapses, interrompem os estímulos, desagregam os pensamentos

    Acredito que as doenças sejam físicas e mentais, ligadas intensamente, dentro da concepção holística, a visão da saúde integral, por inteiro, na sua totalidade, o que realmente somos. Somos um todo: corpo, alma, coração, emoções, sentimentos, mente, não havendo como os separar. Já dizia o poeta romano Juvenal, embora sem o significado que se dá hoje em dia, lá na antiguidade, a célebre expressão: “mens sana in corpore sano”, ou seja, mente sã em corpo são. Portanto, temos que ter equilíbrio em todas as nossas atividades e buscar bons hábitos, pois os seus efeitos nos alcançarão como um todo.

    Essa concepção é importante para que possamos entender que as doenças mentais como as físicas são males que devem ser tratados com o mesmo olhar, com muito amor ao próximo, sem preconceito, este que é, quase sempre, a expressão do medo e da ignorância. A final, todo doente é um ser humano, que deve ser amado, alguém que tem uma família, uma alma, um coração. O deprimido pode não aceitar o amor, mas a pessoa, que é normal, deve voltar todas as suas forças, aceitando quem está possuído pela depressão, para amá-lo, mais profundamente possível.

    “As doenças psicossomáticas são causadas por problemas emocionais do indivíduo e representam a ligação direta entre a saúde emocional e a física. Ou seja, quando o sofrimento psicológico, de alguma forma, acaba causando ou agravando uma doença física. (O que são doenças psicossomáticas e como se desenvolvem? artigo no site Psiquiatria Paulista)

    No entanto, as doenças físicas também causam problemas mentais.

    “Pessoas com transtornos mentais podem ter sintomas físicos que se assemelham a doenças físicas. E pessoas com doenças físicas podem ter sintomas que se assemelham com os de transtornos mentais”, afirma Jair Borges Barbosa Neto, professor de medicina da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).

    Vejam mais:

    ” Hipotireoidismo e hipertireoidismo

    Alterações na também têm impacto na saúde mental. No caso do hipotireoidismo — que surge quando os hormônios dessa glândula são produzidos em menor quantidade — ele pode vir acompanhado de sintomas depressivos. E muitas vezes deixa a pessoa desanimada, triste, apática, sonolenta e sem vontade de se alimentar. Por isso, quem tem depressão deve fazer um exame de sangue para checar se o nível dos hormônios tireoidianos não está baixo.

    Já o hipertireoidismo — caracterizado pelo aumento das taxas do hormônio tireoidiano — pode causar ansiedade, insônia, perda de apetite e, consequentemente, de peso. “Um hipertireoidismo muito intenso pode deixar a pessoa mais acelerada, com pensamentos acelerados e muito inquieta”, informa Maluf. Se não for tratado, ele pode originar outros problemas de saúde, como batimentos cardíacos muito rápidos e irregulares, insuficiência cardíaca congestiva e osteoporose.” (É câncer ou depressão? Doenças físicas com sinais iguais aos das mentais – portal – Oncoguia)

    Lu, há tempos atrás, você fez um artigo maravilhoso: Mente e Corpo são indissociáveis. Nele, é inquestionável a sua assertiva de que: A Ciência sabe que “mente” e “corpo” são interligados, indissociáveis, formando uma única unidade. Contudo, teoricamente falando, costuma tratá-los distintamente, no intuito de facilitar seu estudo, mas isso jamais poderá acontecer na prática, pois não se pode fragmentar a natureza humana, desprezando a sua totalidade”. Inclusive, como comentei na época: há entendimentos recentes de que o intestino é o segundo cérebro do ser humano:

    “Ele tem mais neurônios que a espinha dorsal e age independentemente do sistema nervoso central.” Eis o artigo publicado no G1 Globo, elaborado por BBC News. – – Por que o intestino é considerado nosso ‘2º cérebro’ e outros 5 fatos surpreendentes sobre o órgão) artigo publicado no G1. – Por que o intestino é considerado nosso ‘2º cérebro’ e outros 5 fatos surpreendentes sobre o órgão) artigo publicado no G1 ).

    Ainda, neste artigo uma constatação:

    “Diferente de qualquer outro órgão do corpo, nosso intestino pode funcionar sozinho. Tem sua própria autonomia para tomar decisões, não precisa que o cérebro lhe diga o que fazer”, explica a doutora Rossi.” O nosso comando, inclusive, pode nem partir do cérebro, pois este não realizaria suas funções, claramente, se não houvesse um sistema nervoso central e o periférico, que procedem a interconexão do cérebro com todos os órgãos humanos.

    Se eu colocar, v. gratia, a mão no fogo, imediatamente, os neurônios sensoriais, na planta do pé, irão, imediatamente, se comunicarem com o Sistema Nervoso Central – medula central -, que comanda o movimento, e, assim, de imediato iria retirar a mão da chama. No mesmo momento, outros neurônios irão levar o sinal transmitido até a medula espinhal e a dor iria ser sentida. Claramente, o cérebro iria perceber que a chama do fogo pode nos queimar e irá, no futuro, armazenar a informação para ocasiões que você lidar com o fogo. Assim, há um interligação entre o cérebro e todas as partes do corpo, o que nos leva a entender que somos um todo único. Um paraplégico, com lesão completa na medula, pode perder o controle e a sensibilidade dos seus membros inferiores, tornando impossível andar.

    Inclusive, informa o Globo Sociedade, em 12/05/2019:

    o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, publicou na última sexta-feira na revista “Scientific Reports” uma pesquisa liderada por ele e que levou dois paraplégicos a caminharem. A partir de várias abordagens combinadas, em especial o desenvolvimento de um novo dispositivo de estimulação muscular e de uma interface cérebro-máquina, dois pacientes com paraplegia crônica “foram capazes de caminhar com segurança apoiados em 70% do peso do próprio corpo, acumulando ao todo 4.580 passos”, como explicam os cientistas no estudo “

    Conseguiu, doutor Nicolelis, após perseverar por muitos anos, o início de um novo sistema, que deverá ser aperfeiçoado, estimulando, através de interface cérebro-máquina, movimento perdido pela lesão completa na medula. Portanto, a mente e o corpo são identidades únicas. Daí o excelente artigo, onde assevera que:

    “O fato de as doenças terem uma relação direta com as manifestações psíquicas e emocionais é uma prova dessa unicidade. Assim como os fatores psicológicos podem contribuir para o surgimento ou agravamento de inúmeros distúrbios físicos, as doenças orgânicas, por sua vez, podem afetar o estado de espírito ou a forma de pensar e de agir de um indivíduo. A depressão, por exemplo, é capaz de inibir o sistema imunológico, tornando o doente mental mais predisposto a infecções como o resfriado. Portanto, saúde mental e saúde física devem ser tratadas simultaneamente, uma vez que ambas são inseparáveis.”

    Todos nós temos problemas físicos e mentais, que variam apenas em grau de intensidade. Não há como desligar uma coisa da outra! Assim, uma boa alimentação, exercícios, vida saudável, dormir as horas necessárias para refazer nossos esforços diários são receitas importantes, que trarão, para a saúde física e mental, uma grande ajuda.

    Temos que entender que somos um todo inseparável!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Edward

      Você nos traz aqui uma preciosa aula sobre o funcionamento do corpo e da mente, comprovando o quanto são indissociáveis. Você também cita o trabalho do nosso maravilhoso Miguel Nicolelis que ainda não recebeu no Brasil os louros que merece. Espero que muitos leiam esta sua completa explanação sobre o funcionamento da mente e do corpo.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. Jane

    Lu

    Venho em busca de orientação para lidar com o meu namorado depressivo que se afastou de mim totalmente. Ele já está em tratamento com remédios há 30 dias, assim como terapia. A depressão dele já existe há muito tempo, mas só agora chegou em um estágio mais grave a ponto de usar medicação.

    Eu só não sei como me portar para não atrapalhar, tento me aproximar para incentivá-lo a fazer atividades físicas ou se alimentar melhor, mas sem sucesso. Ele só quer trabalhar, o que no meu ponto de vista se tornou uma fuga, fora disso só quer ficar em casa e dormir. Tenho lido que se deixarmos os depressivos sozinhos, eles se sentem piores e tenho lido também que precisamos respeitar o espaço deles.

    Às vezes é como se uma janela se abrisse rapidamente e ele diz o que sente, mas logo se fecha no seu mundo novamente. Quero que sinta que pode contar comigo, quero fazer o melhor, por isso não sei como agir, se saio de cena pra respeitar o espaço dele ou se continuo presente pra tentar incentivar, falo todas as vezes que se eu estiver sendo inconveniente que ele me avise; não disse isso até então, mas também não vejo resultado nenhum.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Jane

      Realmente não é fácil lidar com uma pessoa no auge da depressão. Pelo que vejo, esperou-se muito tempo até que ele fosse medicado, coisa que já deveria ter sido feita assim que se descobriu sua doença. Quando o diagnóstico comprova que se trata de depressão, deve-se entrar imediatamente com os medicamentos, não esperando por uma crise forte. Quanto mais cedo agir, melhor. Eu, por exemplo, sou uma pessoa depressiva e, por isso, faço uso de antidepressivos desde a minha adolescência.

      Você deve, sim, continuar ao lado dele, dando-lhe suporte emocional, mas sem exigir muito. Fique próxima a ele, mas sem ser invasiva. Evite cobranças e perguntas a todo momento (Como está? O que está sentindo?…). Deixe que ele fale quando achar que deve. Apenas lhe diga que está ao seu lado. Ainda bem que ele quer trabalhar, pois muitos nem isso querem, mesmo que seja uma válvula de escape. Dormir faz bem, pois energiza o cérebro. E ficar em casa neste momento de pandemia é o melhor. Fique ao lado dele como um anjo bom. Não veja as ações de seu namorado como algo extensivo a você. Lembre-se sempre de que ele está doente. Procure se informar sobre a doença (vou lhe enviar links) para compreendê-la melhor.

      Jane, este é o momento em que ele precisa mais de você. Deixá-lo seria falta de amor. Permita que ele abra suas janelas quando bem quiser. Não precisa sair de cena para respeitar o espaço dele. Cuide para que esteja tomando a medicação direitinho. O medicamento tem um tempo para agir. Espere que isso aconteça. Resultados não são imediatos. Você, ao tomar ciência de como essa doença se processa, ficará melhor. Busque cuidar de si, também.

      Volte sempre para nos contar como tudo está se processando. Não se sinta só!

      Abraços,

      Lu

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  3. Clara

    Lu

    Obrigada de coração pelo suporte. Ela mudou de médico na sexta, sempre fez uso de medicamentos e me disse que tem perdido peso, pouco consegue falar. Não me quis mesmo por perto. Dias antes do agravamento tudo estava bem, dizia que eu era um presente para ela. Depois não quis me ver, chegou a dizer que não tinha jeito e colocou as coisas pequenas com muita intensidade para o término. Dói muito. É bem difícil.

    Abraços

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Clara

      Releia o meu comentário anterior com bastante atenção e ponha em prática tudo que lhe expliquei. Leia também os textos dos links enviados. Tudo irá mudar ao final da crise. Seja paciente. Tudo tem seu tempo. Procure não se vitimizar. Ao final tudo dará certo. Tenha a certeza disso.

      Beijos,

      Lu

      Responder
  4. Clara

    Lu

    Eu e a minha namorada estávamos indo muito bem, as discussões eram raras e comuns entre casais, mas ela colocava sempre um peso. Contudo, sempre dizia que eu era um presente para ela, que sou essencial em sua vida. Recentemente teve um gatilho e houve uma piora na sua depressão severa. Disse repentinamente que somos diferentes, que houve mudanças de sentimentos e terminou comigo. Eu levei um susto, pois tudo caminhava bem.

    Eu soube que ela precisou mudar de médico, que estava perdendo peso e disse que não consegue nem mesmo se expressar em palavras. Tudo isso que ocorreu é bem recente. A sua mudança foi em questão de dias após o gatilho. Quem falava todo dia comigo, agora se afastou. Duas coisas: eu me preocupo muito com ela, é comum isso que estou passando? Não adiantou eu explicar a ela que poderia ser as lentes da depressão. Não adiantou eu escrever carta, falar sobre meus sentimentos.

    Ela diz ainda gostar de mim, mesmo com a mudança de sentimentos, mas só coloca peso negativo nos nossos pequenos problemas. No dia em que ela estava mais irritada, disse-me que não teria jeito. Uma relação que ela via com alegria, começou a ver com total pessimismo . Eu vejo que não tenho culpa, mas doí muito. Há uma profunda apatia. Você poderia me ajudar.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Clara

      Lidar com pessoas que possuem doenças mentais demanda muito conhecimento da situação e paciência, pois a mente delas possui um modo peculiar de funcionamento. Não se trata de chiliques, como pensam alguns, mas de algo físico no processamento dos neurônios.

      A primeira coisa que você deve fazer é dar espaço a ela. Todo e qualquer tipo de pressão só faz piorar sua fase depressiva. Não adianta ficar buscando explicações, forçando a barra para ter uma reaproximação, ou se sentindo responsável pelos fatos. Sua namorada está doente e o que precisa agora é de tratamento. Sem isso não conseguirá resolver nenhum problema de relacionamento. Ela precisa de melhorar, ser dona de suas próprias ações para depois tomar suas decisões. Qualquer coisa que faça na fase aguda da doença não terá validade alguma, daí a necessidade de sua compreensão.

      Amiguinha, a depressão severa é muito grave. A pessoa passa a não ter domínio sobre suas ações. As cobranças só fazem piorar seu estado mental, podendo levá-la a cometer algo mais grave como o suicídio. Você deveria apenas dizer-lhe que seus sentimentos continuam os mesmos, que irá se afastar, mas estará presente sempre que ela necessitar de sua ajuda. Dê-lhe tempo para melhorar, sair da apatia em que se encontra. Saiba que o que ela diz agora não tem validação, pois não é senhora de si. Não fique a analisar seu comportamento, a querer ajudar sem que ela peça e a julgar-se culpada pela separação. Você não tem culpa de nada.

      A depressão é uma doença séria e acomete um grande número de pessoas em todo o mundo. Sua namorada precisa de tratamento imediatamente. Converse com as pessoas que lhe são próximas. Você não me disse se ela já tinha recebido um diagnóstico ou se tomava algum medicamento e há quanto tempo vivia com ela. Vou lhe enviar uns links para ajudá-la a compreender essa doença terrível. Continue em contato conosco, pois também precisa de suporte emocional.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  5. FJ

    Lu

    Estou em desespero, minha namorada estava grávida e não queria ter filho agora. Ela se cuidou e mesmo assim aconteceu aborto espontâneo. Desde então entrou em depressão e vem me tratando com muito desprezo e agressividade. Ajudo-a muito na parte financeira, mesmo assim é assustadora a forma como me trata. Ela não sai de casa não vai mais à aula, mora sozinha com a filha, não aceita aproximação de amigos, tudo que faço, vê de uma forma negativa. Ela não quer ir ao médico, pois já teve depressão antes e passou mal com remédios. Não sei se me distancio ou fico insistindo em estar próximo.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      FJ

      Seja bem-vindo a este espaço. Sinta-se em família.

      Amiguinho, sei que está passando por uma fase brava, mas é preciso ter paciência, pois a reação de sua namorada é fruto da doença mental. Meu primeiro conselho é incentivá-la a buscar ajuda médica. Se ela já teve depressão uma vez, significa que o aborto foi apenas um gatilho que fez com a doença voltasse. Numa fase desta, a pessoa costuma ser mais agressiva com aqueles que mais lhe fazem bem. Penso que não deva se distanciar, mas equilibrar a sua ajuda emocional para com ela. Busque procurá-la menos vezes para lhe dar tempo, inclusive de avaliar a sua falta. Quanto mais insistente em ficar, mais ela tomará birra de você. Busque o equilíbrio no contato.

      FJ, se não consegue fazer com que ela busque um psiquiatra, fale com as pessoas mais próximas para que a ajudem buscar tratamento. Os antidepressivos de hoje possuem menos efeitos adversos que passam rapidamente e são muito bons. Se não se tratar, as crises dela tendem a ficar piores, ficando preocupante sua situação. Sugira a ela buscar este site. Enquanto isso, informe-se sobre o assunto o quanto puder, pois assim compreenderá melhor a doença mental de sua namorada. Continue em contato conosco.

      Abraços,

      Lu

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  6. Josi

    Lu

    Vim trazer boas notícias. Graças a Deus e ao meu esforço, ontem consegui fazer minha consulta com a psiquiatra,finalmente! Aleluia! A consulta foi maravilhosa. Parecia mais uma terapia que uma consulta. Cheguei lá com sentimento de última tentativa, agora ou nunca. Como você sabe, eu fiz um auê com tantos medicamentos, doses e horários estabelecidos por mim mesma. Quanta loucura! Agora vou pegar firme com ela, seguindo a sua orientação. Muito obrigada por tudo. Volto pra dar mais notícias. Sucesso a todos!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Josi

      Que notícia maravilhosa. Você é realmente uma grande guerreira POP. Sei que irá levar seu tratamento direitinho, seguindo todas as orientações médicas. Continue nos dando notícias suas. Queremos acompanhar tudo.

      Abraços,

      Lu

      Responder
      1. Josi

        Lu

        Volto sim. Meu retorno com ela será em fevereiro. Ela me deu também um encaminhamento para uma psicóloga, mas disse que minha cura ou a busca pelo equilíbrio depende exclusivamente de mim, que o remédio vai ser só pra ajudar.

        Responder
  7. Dai

    Lu

    Entrei em depressão após um choque emocional, pois minha sobrinha, que é como filha, teve que fazer uma amputacão devido a um câncer. Ela está reagindo bem e eu me sinto mal, estando em depressão. Tenho pensamentos de que vou morrer, o tempo todo. Comecei a tomar um antidepressivo, espero que me ajude. Oro todos os dias também.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Dai

      Seja bem-vinda a este cantinho. Sinta-se em família.

      Amiguinha, não há por que se sentir culpada por estar com depressão em consequência de um choque emocional. Isso é mais do que natural. As pessoas mais sensíveis desestruturam-se com mais facilidade. Aqui existem muitos relatos de depressão como a que ora tem, conhecida como “depressão traumática”. Mas agora que sua sobrinha já passou pela cirurgia e encontra-se bem, está na hora de ajudá-la com o seu otimismo, pois a vida continua. A boa notícia é que os deprimidos em função de algum trauma, tendem a melhorar muito rapidamente. Essa sensação de que irá morrer faz parte dos transtornos adversos, ou seja, acontece nas primeiras semanas de uso do antidepressivo. Logo tudo isso irá desaparecer e você será outra pessoa.

      Dai, continue nos trazendo notícias suas. Um abraço para sua sobrinha e outro para você. Força, amiguinha!

      Lu

      Responder
  8. Leila

    Lu

    Não era bem isso que eu queria escrever aqui… Acho que preferia estar com você para te pedir um abraço…

    Bem, eu tenho comentado no artigo que fala sobre o escitalopram, mas este é tão adequado ao que eu vivenciei nos últimos dias. Caso não se lembre, eu tomava o escitalopram e meu corpo se acostumou a ele… O resultado foi uma crise de ansiedade e depressão. Deve fazer pouco mais de um mês que estou com a duloxetina e neste meio tempo tivemos que aumentar a dose de um potencializador, a Bupropiona…

    Aí sim, aparentemente, comecei a responder. Digo aparentemente, porque estes transtornos e o tratamento são imprevisíveis e eu sofri com as oscilações e as expectativas frustradas. Mas o fato é que o médico disse que pelo ‘andar da carruagem’ eu estou num processo de melhora ascendente, ainda que oscilante (se é que isso faz sentido).

    Dei toda esta volta, mas o que eu realmente queria falar é sobre esta falta de amor que a depressão traz… Nestes últimos dias fui privada de sentir o amor que sinto pelas coisas mais importantes que tenho, que construí. Olhar para minha filha e não sentir amor foi uma experiência assustadora. Eu me sinto como se tivesse sido roubada de mim, de quem sou, a minha essência foi tirada. Amo a minha vida e não preciso de muito para me sentir feliz. Eu me alegro com coisas simples: uma flor bonita, a conquista de alguém que amo, a recepção dos meus cachorros quando chego em casa… E de repente nada disso repercutia dentro de mim… Você consegue imaginar? Ou já sentiu isso?

    Agora me sinto pouco a pouco deixando este pesadelo para traz, ainda que um sintoma ou outro ainda esteja por aqui. Mas é como se eu estivesse com uma ferida aberta, sabe? Mas sei que vai cicatrizar e o melhor, graças a Deus, eu estou aqui. Não sei se fui muito POP, mas persistente ao menos, sei que fui! Como disse, eu queria mesmo era uma abraço, mas ter este espaço para desabafar já me ajudou muito! Obrigada, Lu!
    Deus te abençoe!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Leila

      Minha doce e terna amiguinha, sinta-se abraçada por mim e por todos nós que fazemos parte deste cantinho. Afinal somos uma família muito POP. Hummm (força do abraço)!

      Lindinha, comigo já aconteceu inúmeras vezes ter que mudar para outro medicamento, pois o usado deixa de fazer efeito depois de certo tempo. Se não há mais como aumentar a dosagem, o que se tem que fazer é buscar outro antidepressivo. Todos passamos por isso. O meu último remédio foi a fluoxetina. Seu médico está correto, pois é preciso aguardar para sentir a reação do organismo à nova substância. Aguardemos que essa carruagem siga em frente, vencendo todo o trajeto. E continue POP.

      Leila, a falta de amor é comum a todos nós que vivenciamos transtornos mentais. Não devemos nos culpar por isso, pois não diz respeito à nossa vontade, mas aos descontroles de nosso cérebro. Uma vez tratado (ou em tratamento), ele volta a funcionar normalmente. Tudo não passa apenas de uma fase passageira. Não se culpabilize em hipótese alguma, não se sobrecarregue ainda mais. Quanto mais leve for sua vida, mais rápido é o seu tratamento. Nós somente somos responsáveis por aquilo que está dentro de nossa capacidade de escolha. Fora disso somos como anjos. Apenas isso! Alguém em um de seus comentários, meses atrás, relatou este mesmo sentimento de ausência e desamor, mas atualmente encontra-se muito bem.

      Eu consigo imaginar tudo o que me disse, pois também já passei por isso em alguns momentos de minha vida. No início achei até que estava me robotizando, depois passei a não dar a mínima, fazendo de conta que era um sonho, e passei a tocar a vida para frente, aguardando que o amor retornasse.

      Amiguinha, precisamos compreender nossos transtornos, conhecer um pouco mais sobre as reações de nossa mente para que soframos o mínimo possível. Quanto maior for a compreensão de nossos limites em determinadas fases de nossa vida, mais fácil será superar nossos desafios. Alguém já disse que todo problema tem o tamanho que dermos a ele. O fato de você falar sobre o tema já diz o quanto seu coração está repleto de amor. A pessoa insensível nem mesmo sabe que é, pois a indiferença turva sua visão.

      E para finalizar nossa troca de ideias, quero fechar com outro abraço, ainda mais apertado. E já me sinto abençoada. Não são muitas as pessoas que têm acesso ao coração das pessoas, como tem acontecido comigo. Sou uma privilegiada!

      Beijos,

      Lu

      Responder
  9. Marta Cristina

    Lu

    Venho agradecer muito a colocação deste post. Estou bastante mais leve depois de ler todos estes comentários.

    Fui diagnosticada pela minha médica de família com uma depressão já em estado avançado. A minha falta de paciência, de boa disposição, de positivismo e a minha falta de motivos para ver a vida a cores estavam a levar-me para um lugar muito isolado de tudo e de todos. Mas graças a Deus consegui perceber que este quadro de reações à vida não se enquadra na minha forma de viver. Então decidi procurar ajuda.

    Mesmo se não fosse por mim, teria que conseguir andar em frente pela minha filha de 11 anos. Estou a tomar escitalopram. Hoje foi o primeiro dia de muitos que com certeza ainda terei pela frente. E sei que os resultados só aparecerão talvez daqui a 15 dias. Mas tenho fé e esperança de que ainda conseguirei ver a vida com mais cores do que apenas preto e branco. Muito obrigada!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Marta Cristina

      Seja bem-vinda à nossa família. Sinta-se à vontade.

      Amiguinha, o transtorno da depressão tem atacado um número cada vez maior de pessoas, sobretudo de mulheres. O bom é que hoje podemos contar com inúmeros medicamentos no mercado, possibilitando-nos uma vida com qualidade. E você fez muito bem ao procurar ajuda. É muito comum as pessoas com tal transtorno levarem tempo para buscar ajuda médica, achando que ele logo passará, quando não é bem assim. Se não tratada, a depressão agrava-se cada vez mais, impossibilitando a pessoa de levar uma vida normal. Venho de uma família materna em que esse transtorno é hereditário. Tomo remédio desde a minha adolescência, levando uma vida normal.

      Você diz: “A minha falta de paciência, de boa disposição, de positivismo e a minha falta de motivos para ver a vida a cores estava a levar-me para um lugar muito isolado de tudo e de todos.”. Tudo isso está ligado à depressão. Com o antidepressivo este quadro irá mudar. Saiba, contudo, que as três primeiras semanas do tratamento costumam ser bem difíceis. Mas não desanime. Seja POP (paciente, otimista e persistente). Todos passam por isso. Logo estará vendo a luz no fim do túnel.

      Marta, continue vindo aqui conversar conosco, falando sobre como está indo seu tratamento.

      Beijos,

      Lu

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      1. Marta Cristina

        Obrigada, Lu. Virei, sim, dar relatos da minha condição mais para a frente. Queira Deus que esteja bem diferente. Obrigada!

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  10. Lucio Escobar

    Lu

    Gostei do seu artigo, principalmente por rever uma obra minha. Sou o artista plástico que pintou esse quadro que você está utilizando como ilustração. Parabéns pelo seu blog que tanto ajuda as pessoas.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Lúcio

      É um grande prazer recebê-lo neste espaço. E parabéns pela obra que ilustra o texto.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  11. Viviane

    Lu,
    já tive depressão e hoje vivo buscando uma maneira de não entrar nela novamente. Infelizmente desta vez as crises de ansiedade se tornaram tão intensas que precisarei retomar a sua amada fluô (fluoxetina). Seu post foi muito esclarecedor. Hoje entendo porque passei tanto tempo perdida em mim. A terapia de grupo também me ajuda muito.
    Obrigada!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Viviane

      Há muitos tipos de depressão. As leves passam rapidamente, pois muitas vezes estão associadas a algum tipo de perda, contudo, outras necessitam de tratamento com antidepressivos. E quanto mais cedo iniciá-lo, mais rapidamente a pessoa se estabiliza. Aliado ao tratamento com remédio, outros tipos de terapia também ajudam.

      Obrigada por sua visita e comentário.

      Abraços,

      Lu

      Responder
    2. Edilaine

      Lu,
      lendo o relato de um amigo nosso aí, veio-me uma questão que abordei com o médico esta semana. Eu e diversos conhecidos desencadeamos a depressão pós dengue. Perguntei se havia alguma explicação científica e ele me disse que existem relatos de pessoas que desenvolvem depressão, mas não sabem realmente a causa.

      Estou indo para o terceiro frasco de escitalopram e me sinto bem melhor que antes, claro que sempre me policiando. Quando tenta aparecer um pensamento meio “down” já tento mudar o foco. Experimentei vários remédios ao longo do ano passado e realmente esse foi o melhor pra mim. No meu caso o remédio ajudou 70% e eu tento controlar os outros 30%!

      Responder
      1. LuDiasBH Autor do post

        Edilaine

        Que interessante! Eu não imaginava que a dengue pudesse desencandear a depressão. Sei que a doença deixa a pessoa para baixo, toda moída, sem vontade de fazer nada, e ao passar, tudo voltava ao normal. Mas, ao que parece, a depressão fica. Conheço pessoas que tiveram dengue, mas que estão ótimas. Algumas devem ter algum componente diferenciado no organismo que leva a desenvolver tal doença.

        O oxalato de escitalopram é um dos bons remédios no mercado. Gostaria que você lesse meu artigo chamado OS ANTIDEPRESSIVOS EM NOSSA VIDA (procure pelo Google).

        Beijos,

        Lu

        Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Brunita

      Viva um dia de cada vez. Deixe o amanhã para quando ele se tornar “agora”. Não busque por repostas que não estão ao seu alcance no presente momento. Apenas viva, o melhor que puder.

      Abraços,

      Lu

      Responder
        1. LuDiasBH Autor do post

          Bruna

          Leia a última resposta que lhe dei, com bastante atenção. Não há motivo para desespero, quando há tantos problemas mais sérios no mundo. Pare de ficar só pensando em si. Procure pensar nos outros também, de modo a desviar seus pensamentos dessa sua obsessão. Se continuar assim, deverá contar a seu médico o que está lhe ocorrendo.

          Abraços,

          Lu

  12. Bruna

    Mas os meus pensamentos tornam-se obsessivos, questionando se amo ou não meu namorado, é normal? Porque antes da depressão e ansiedade tinha muito medo de perdê-lo. Ajude-me por favor. Estou desesperada com os sentimentos confusos.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Bruna

      Racionalize apenas dizendo para si que essa dúvida é resultado de seu estado mental. E que à medida que for se estabilizando, suas emoções voltarão ao normal. Que não se deixará guiar por pensamentos confusos, pois a presença de seu namorado em sua vida é muito importante. Certo?

      Amiguinha, não leve muito a sério esse seu tipo de pensamentos na fase em que se encontra. Isso acontece também com outras pessoas. A depressão tenta nos jogar num mundo solitário, fechado aos que nos amam. Simplesmente recuse-se a pensar nisso. Quando os pensamentos vierem, faça outra coisa para desviá-los. A presença de quem nos ama perto de nós é fundamental para ajudar-nos a superar essa travessia da vida.

      Abraços,

      Lu

      Responder
      1. Bruna

        Muito obrigada, você me ajudou imensamente. Pensava mesmo que estava enlouquecendo, porque normalmente as pessoas que conheço com depressão não sentem isso. Comecei a ficar com medo.

        Responder
        1. LuDiasBH Autor do post

          Bruna

          Saber que ajudei alegra-me muito. Não, você não está enlouquecendo, mas apenas passando por um momento delicado. Você não me disse se está fazendo algum tratamento.

          Beijos,

          Lu

  13. Bruna

    Ou seja, face a isto quer dizer que, quando estamos com depressão, é normal não conseguirmos sentir amor! É o que mais me assusta.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Bruna

      A pessoa depressiva está tão voltada para dentro de si, que não vê e nem sente nada à sua volta, que não tenha ligação consigo mesma. Mas não há com que se preocupar, pois os antidepressivos estão cada vez mais modernos e efetivos. Ao fazer o tratamento, todas as emoções são equilibradas.

      Obrigada pelo seu comentário e visita. Volte sempre!

      Abraços,

      Lu

      Responder

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