SOMÁLIA – MODELO SOMALI FALA SOBRE SUA MUTILAÇÃO GENITAL

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Autoria de Amanda Campos*

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Fechei meus olhos e rezei para que fosse rápido. E foi, já que desmaiei de tanta dor e só acordei quando já havia acabado. Foi horrível. Senti como se tivesse perdido um braço. (Waris Dirie)

Grande parte da população somali é analfabeta. Claro que acreditam em várias tradições. As mulheres não têm status social e são abusadas em todo a sua vida. Essa realidade precisa mudar. (Waris Dirie).

Waris Dirie tinha 5 anos quando foi circuncidada com navalha. O som rítmico dos tambores ainda ecoa nas suas lembranças, cada vez que ela ouve falar sobre mutilação genital feminina. Ela foi acordada pela mãe no meio da noite e levada a um local ermo. Quando viu uma mulher seguir em sua direção com uma lâmina de barbear quebrada, não teve dúvida: seria mutilada.

Depois do procedimento, Waris passou duas semanas recuperando-se com hemorragia e febre alta. Para acelerar a cicatrização, a criança teve pernas e tornozelos atados com tiras de pano por quase um mês. “Mesmo sendo apenas uma garotinha, sabia que aquilo era errado. Deus me fez perfeita. Não precisavam ter tirado uma parte de mim”, diz ela.

Apesar do sofrimento, Waris jamais se rebelou contra os pais. Pelo menos até os 13 anos de idade, quando a família avisou que ela teria que se casar com um homem bem mais velho. Na noite que antecedeu o matrimônio, a jovem fugiu de casa e buscou abrigo junto a um tio que trabalhava em uma embaixada. Levada por ele para Londres, na Inglaterra, ela se tornou empregada doméstica na casa do embaixador da Somália, mas fugiu depois de meses sem qualquer remuneração. Instalada em um albergue, a jovem conseguiu emprego em um restaurante do McDonal’s, onde acabou sendo descoberta pelo fotógrafo Terence Donovan e iniciou seu trabalho como modelo.

“Foi um choque para uma garota muçulmana que não conhecia nada do mundo como eu”, brinca Waris. “Depois disso, dei início à minha carreira. Foram muitos desfiles e trabalhos publicitários. Mas jamais esqueci da mutilação genital.” Para ajudar outras meninas que se submeteram à mutilação genital e evitar que milhares de outras sofressem a mesma dor, a ex-top model tornou-se ativista social e escreveu o livro “Flor do Deserto”, que posteriormente tornou-se filme com título homólogo e que teve a somali como co-produtora. Depois de anos como modelo, Waris passou a dedicar-se exclusivamente à “Desert Flower Foundation”, ONG que apoia mulheres afetadas pela mutilação genital e tenta proteger possíveis vítimas. Hoje, Waris mora em Viena com os filhos Aleeke e Leon.

*Nota: trecho retirado do Jornal Último Segundo.
Leiam a reportagem na íntegra acessando: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2015-04-23/desmaiei-de-dor-lembra-top-model-da-somalia-sobre-mutilacao-genital.html

Imagem copiada de http://www.polyvore.com/waris_dirie_hero_survivor_warrior
/set?id=36859387

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2 comentaram em “SOMÁLIA – MODELO SOMALI FALA SOBRE SUA MUTILAÇÃO GENITAL

  1. Rui

    Lu
    Como pode haver tanta crueldade? Senti-me enojado com isso. Eu tinha um avô que dizia: “Se Deus existisse ele não deixaria fazerem mal às crianças”, estava ele em África.
    Amiga, já assinei.

    Abraços

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Rui

      Seu avô não deixava de ter razão. Os praticantes de crueldades com crianças e animais deveriam receber o castigo na hora. Assine também pela Sandrinha. Precisamos arrumar o maior número de assinaturas possível.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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