Autoria de Lu Dias Carvalho
O pintor francês Louis Le Nain (1593 – 1648), também conhecido por o Romano, ao chegar a Paris, vindo de Lyon, juntamente com dois irmãos, Antoine e Mathieu, abriu uma oficina de pintura em Paris. Anteriormente a isso, nada se sabe sobre sua formação artística, assim como é difícil, muitas vezes, saber qual foi a obra pintada por esse ou aquele irmão, pois os três costumavam trabalhar numa mesma tela. Mas não há dúvidas de que Louis foi o mais criativo dos três. Através do apelido recebido é provável que tenha ido a Roma. Fez parte da Academia Real de Pintura e Escultura, em Paris. Os irmãos deixaram uma pequena série de pinturas históricas, mas preferiram as cenas de vida no campo. Eles vieram de uma família rural.
A composição A Família de Camponeses, também conhecida como A Família de Camponeses num Interior, é tida como a obra-prima de Louis Le Nain. Nesta obra, em que estão presentes oito figuras humanas, um cachorrinho e um gato, predominam os tons de marrom, em suas gradações. Trata-se de uma de suas mais famosas cenas rústicas, também conhecida como pintura de gênero, que eram representações da vida cotidiana, especialidade a que o artista mais se dedicou e que se tornou muito popular no século XVII, principalmente nos Países Baixos, sendo Naim e seus irmãos os grandes representantes da França, no final desse mesmo século.
Numa ambiente escuro e humilde, com paredes sem qualquer tipo de ornamento e de chão batido, um camponês reúne-se com sua numerosa família em volta de uma mesa. Percebe-se que o jantar ainda não foi servido, pois o chefe da família parou de cortar o imenso pão que traz junto ao corpo, enquanto segura uma faca na mão direita. Naquela época, a comida dos camponeses limitava-se a uma sopa acompanhada de pão. Perto de um gatinho malhado, que parece posar para a pintura, no chão, está um caldeirão, provavelmente de barro, com uma concha de cabo de pau dentro, trazendo a tampa, de pé, recostada nele. Uma tosca frigideira e um cesto de vime, com um pano dentro, também jazem no chão.
A mesa está desarrumada, com uma parte coberta por uma toalha. Sobre ela se encontram uma tigela maior, provavelmente para colocar o pão, uma vasilha menor, para sal ou molho, e um castiçal sem vela. O velho camponês e sua filha (ou nora), provavelmente a mãe das crianças, encontra-se sentados à mesa. Mais distante, e sentada sobre uma cadeira, está sua esposa, uma senhora idosa que aparenta muita dignidade. Ela traz uma jarra de vinho apoiada no colo e um copo de vidro na mão esquerda, cuja base sustenta-se na jarra. O copo está quase cheio. Os três adultos e a criança menor, sentada no chão, estão voltados para o observador. Uma menina é vista atrás daquela que presumimos ser sua mãe. Um garotinho, de pé de e de costas para o velho camponês, toca algo numa flauta de pastor. Um cãozinho, na base esquerda da tela, mostra-se atento, à espera dos restos da refeição. Próximo a ele está o que parece ser um cajado, que deixa sua sombra no chão.
Ao fundo, à esquerda, crepita no chão o fogo que serve para cozinhar, aquecer e iluminar o ambiente com sua luz bruxuleante, delineando a silhueta dos personagens mais próximos. Ali são vistos um caldeirão, lenha e outros objetos. Dois personagens são vistos lá dentro: uma jovem com a cabeça coberta, próxima à parede, e um garoto, voltado para o fogo que alumia parte do ambiente. Através das roupas grosseiras e rasgadas dos personagens, dos pés descalços das crianças e dos precários objetos, ali contidos, é possível concluir que a família é muito pobre. (Os camponeses, até meados do século XX, andavam descalços). A pintura repassa a imagem de uma família unida, apesar da pobreza.
Ficha técnica
Ano: c. 1642
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 113 x 159 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França
Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.wga.hu/html_m/l/le_nain/p_family.html
http://www.louvre.fr/oeuvre-notices/famille-de-paysans-dans-un-interieur
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Lu
O quadro mostra 7 membros de uma família, você acha que podemos identificar esta pintura como uma representação da vida social na França do início do século XVIII?
Ariadne
Se você estiver se referindo à vida dos camponeses, poderá, sim, pois eram assim que eles viviam naquela época.
Agradeço sua visita e comentário. Volte mais vezes!
Abraços,
Lu