Vermeer – O ASTRÔNOMO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada O Astrônomo é uma obra do conceituado pintor holandês Jan Vermeer. Antes dela, ele pintou “O Geógrafo” (figura menor). Os estudiosos supõem que ambas fazem par. O pintor nutria grande gosto por fazer retratos de cientistas. O Astrônomo faz parte dos três únicos quadros datados e assinados pelo artista. Os outros dois são “O Geógrafo” e “O Procurador”. Ao que consta, O Astrônomo e “O Geógrafo” são as duas únicas pinturas de Vermeer, conhecidas, que trazem somente uma figura masculina como protagonista. Ambas as pinturas receberam vários títulos no decorrer dos tempos.

O modelo, um homem de meia idade, com seus cabelos longos, nariz reto e pontudo e lábios grossos, parece ser o mesmo nas duas pinturas, assim como muitos dos elementos presentes nos dois ambientes de O Astrônomo e de “O Geógrafo”. Aqui, ele usa um robe japonês (quimono) de cor esverdeada, tipo de vestuário que pode ser visto em muitas pinturas holandesas da época. O cientista é visto de perfil, pelo observador, com a mão direita tocando o globo celeste, enquanto o observa fixamente, com o corpo reclinado para frente. Pode causar espanto ao leitor o tapete oriental sobre a mesa. Acontece que, naquela época, eles eram muito populares nos Países Baixos e muito representados na pintura holandesa de interior, em razão de sua beleza decorativa e exótica. Contudo, dificilmente eram retratados no chão, como hoje, mas como coberturas de mesas.

Embora o telescópio fosse o instrumento mais comum para identificar a astronomia, ela é representada na pintura por um globo celeste e pelo livro que se encontra aberto à mesa (Metiu’s Institutiones Astronomicae Geographicae), à frente do geógrafo. À época, os globos celestes eram sempre vendidos acompanhados de um terrestre, pois havia uma estreita relação entre a geografia e a astronomia. A janela fechada, com vidro colorido e decorado, joga luz no ambiente,  ainda que fraca, sobretudo sobre o astrônomo e seu globo celeste.

Na frente do armário de madeira está dependurado um gráfico. Pode se tratar de um planisfério, que traz dois discos rotativos que se ajustam, e, que tinha por finalidade indicar as estrelas a qualquer data e hora do dia. Na parede está um quadro envolto por uma moldura preta. Ele mostra Moisés, sendo encontrado em meio aos juncos. Esse personagem bíblico também foi tido como “o mais antigo dos geógrafos”, ao guiar os hebreus ao exílio. Sobre a mesa, próximo ao globo celeste, está um astrolábio. Também no armário, abaixo do suposto planisfério, encontra-se a assinatura do pintor e a data.

Na Segunda Guerra Mundial, após a invasão da França pela Alemanha, este quadro foi confiscado pelos nazistas. Nas suas costas foi pintada, com tinta preta, uma suástica nazista. Hitler, um pintor fracassado, pilhou diversas obras-primas europeias. Seu objetivo era construir um museu na sua cidade natal, Lins. O Astrônomo, de Vermeer, era uma das obras mais cobiçadas pelo louco ditador, assim como a “Arte da Pintura”, do mesmo artista. Terminada a guerra e com a vitória dos aliados, o quadro foi devolvido a seus verdadeiros donos e, posteriormente, adquirido pelo Estado francês, como pagamento de impostos.

Ficha técnica
Ano: c. 1668
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 51 x 45 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Vermeer/ Taschen
https://en.wikipedia.org/wiki/The_Astronomer_(Vermeer)
http://www.essentialvermeer.com/cat_about/astronomer.html
http://www.essentialvermeer.com/catalogue/astronomer.html

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