FRANZ KAFKA – O MENININHO TRISTONHO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Ao observarmos fotos bem antigas, chegamos à conclusão de que a maioria das crianças apresentam-se tristonhas, principalmente as mais taludas, que possuem consciência do que estão fazendo. Aposto que muitos de vocês não sabem o porquê, mas eu vou contar.

O corpo infantil é ativo por natureza. Mais parece o brinquedo joão-teimoso (ou joão-paulino) que nunca quer se deitar. Ação é o lema! Mesmo os momentos dedicados ao ato de comer ou rezar parecem uma eternidade. E dormir é uma perda de tempo, o que leva muitas mães a se descabelarem.

Feita a introdução, imagine o leitor, nos tempos idos do século XIX, uma criança de seis anos sendo submetida à tortura de ter que tirar uma foto, quando a tecnologia usada nas câmeras de estúdio exigia do retratado, para uma única foto, o mesmo tempo de uma sessão de fotos nos dias de hoje. A palavra chave era “imobilidade”. O “instantâneo” estava mais para “demorado”, aliado ao “enfadonho”, muitas vezes descambando para o “doloroso”.

E foi exatamente isso que aconteceu com o nosso fotografado acima, que não era ninguém mais e ninguém menos do que  Franz Kafka, escritor tcheco, aquele mesmo que escreveu A Metamorfose, que conta a história de um caixeiro-viajante que, ao se acordar, percebe que se transformou num inseto, com inúmeras patas…

O meninho da foto também tinha outros motivos para se sentir triste, pois, além da demora enfadonha e dolorosa do “instantâneo”, suas roupas eram muito apertadas, um chapéu agigantado cansava-lhe a mão esquerda, e se encontrava em meio a um emaranhado de plantas. Assim, não há sorriso que perdure. Haja martírio!

Fonte de pesquisa
Aventuras na História/ Edição 135/ Editora Abril

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