Bosch – O PARAÍSO TERRESTRE

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

paraisoSede fecundos e multiplicai-vos e enchei a terra; e dominai sobre os peixes do mar e as aves do céu. (Gênesis: 1,28)

O Jardim do Éden, também chamado de O Paraíso Terrestre, situa-se na janela esquerda do tríptico O Jardim das Delícias.  Representa o último dia da criação, quando Deus criou o primeiro homem e a primeira mulher. O artista mostra o momento em que o Criador apresenta Eva, ajoelhada, a Adão, desperto. A imagem de Deus é tradicional. Com a mão esquerda ele segura Eva pelo pulso, para apresentá-la a Adão. E com a direita, ele abençoa o casal.

No Paraíso, encontram-se flores, frutos, animais e os primeiros seres humanos. Uma dracena, postada logo atrás de Adão, representa a Árvore da Vida. Ao lado dela estendem-se outras espécies frutíferas e plantas exóticas.

No centro do lago, que fica no meio da composição, está uma fonte rosa, misto de caranguejo, concha e planta, que simboliza a Fonte da Vida, da qual nascem os rios do Paraíso. Ela se encontra sobre pedras preciosas. Na parte oval da fonte, ocupando o centro de gravidade da composição, está uma coruja, cujo significado ainda é incerto, já que a ave tanto tem significado positivo como negativo. Para alguns, ela representa a sabedoria e para outros a feitiçaria. O animal observa a criação de Adão e Eva.

À direita da composição, a meia altura, está a Árvore do Conhecimento, do bem e do mal, a única a conter o fruto proibido. Uma serpente está enrolada em seu tronco. Esquisitos animais, saídos da água, guiam-se em direção a ela.

Bizarras criaturas, terrestres e marinhas, aparecem em primeiro plano, em volta do espelho d’água. Ali, alguns animais comem outros. Um gato carrega um rato na boca e aves alimentam-se de rãs e sapos. Mais ao longe, no alto da composição, um leão devora um cervo, e um estranho bípede é perseguido por um javali. Existem muitos animais no jardim, como elefante,  girafa e outras criaturas imaginárias, como o unicórnio, símbolo da pureza, e o pássaro de três cabeças. Dois coelhinhos encontram-se logo atrás de Eva, simbolizando a multiplicação da espécie humana.

Os animais exóticos e criaturas assustadoras e rastejantes, que aparecem na frente de Adão e Eva, são uma menção ao futuro que aguarda o casal.

  • Curiosidades:
    O pecado feminino é personificado pelos bichinhos que se arrastam pela terra (insetos e, répteis) ou nadam pela água (anfíbios e peixes).
  • O pecado masculino é representado pelas alimárias que voam (insetos voadores, aves, morcegos…).
  • O demônio está escondido nos tanques e nas rochas que são, para Bosch, a guarida dos espíritos malignos.
  • Aparecem na obra animais reais, mas extremamente exóticos, à época de Bosch, como girafas, elefantes, leões, leopardos, quando a África era praticamente desconhecida na Europa.

Ficha técnica
Data: 1480 – 1490
Tipo: óleo sobre madeira
Dimensões: 220 x 97 cm
Localização: Museu do Prado, Madri

Fontes de Pesquisa:
Gênios da pintura/ Abril Cultural
A história da arte/ E.H. Gombrich
Arte em detalhes/ Publifolha
Tudo sobre arte/ Sextante
Grandes pinturas/ Publifolha
Grandes Mestres/ Abril Coleções
Os pintores mais influentes do mundo/ Girassol

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