Jacob Jordaens – A FESTA DO REI DOS FEIJÕES

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Ninguém é mais louco do que um embriagado. (inscrição)

O pintor flamengo Jacob Jordaens (1593 – 1678) foi um renomado artista do Barroco do século XVII. Foi aluno de Adam van Noort que também foi professor de Peter Paul Rubens, com quem chegou a trabalhar por um curto tempo. Fez parte da Guilda de Pintores, como pintor de aquarelas. Seu estilo assemelhava-se ao do italiano Caravaggio, mas foi também influenciado pelas tendências realistas da pintura holandesa. Ao lado de Rubens e Anthony van Dyck, Jordaens foi um dos grandes nomes da Escola de Antuérpia. As personagens de suas obras são figuras fortes, maciças e sensuais, típicas de seu estilo. Além de temas populares e de mitologia, o artista gostava de interpretar as fábulas de Esopo. Uma das características de sua obra é o uso do claro e escuro.

A composição A Festa do Rei dos Feijões é uma cena cotidiana, obra-prima do artista que, ao lado de Rubens e Van Dyck, forma o trio de brilhantes pintores brabantinos do século XVII. Apresenta um grupo animado de pessoas em torno de uma mesa farta numa alegre comemoração. Pela inscrição em latim, vista no alto, conclui-se que a festa peca pelo excesso. O pintor fez várias telas usando esta mesma temática popular que se refere à festa tradicional dos Países Baixos, relativa aos Três Reis Magos.

Algumas pessoas estão sentadas à mesa, enquanto outras, de pé, rodeiam-nas. Uma delas, já bem mais velha, traz uma coroa sobre a cabeça. Trata-se do rei do dia com a sua rainha, sentada de frente para o observador – e sua suposta corte. À época, no banquete de Vésperas de Reis, era hábito servir um bolo assado ou uma torta que continha um único grão de feijão, tradição que vinha da Idade Média. A pessoa, dona da fatia com o ambicionado grão, tornava-se o rei da festa.

O rei sortudo leva uma taça à boca e segura uma jarra na mão. A ele cabia levantar seu copo em intervalos regulares, ocasião em que os demais deveriam beber um gole e gritar: “O rei bebe!”. Copos de vinho são levantados sob “vivas”, conforme mostra a postura dos festeiros. Um homem, à esquerda, segura a cabeça e vomita. Uma criança, próxima a ele, também bebe, sendo observada por um cão. Um gato dorme alheio ao barulho. Tudo leva a uma atmosfera de desenfreada alegria, desencadeada pelo excesso de bebida e comida, como mostram os gestos individualizados dos presentes.

O uso da coloração é extraordinário. A luz no ambiente entra através das janelas à esquerda da tela.

Ficha técnica
Ano:1655
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 242 x 300 cm
Localização: Museu de História da Arte, Viena, Áustria

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.wga.hu/html_m/j/jordaens/1/bean_kin.html

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