O pintor francês Jean-Auguste-Dominique Ingres era admirável na pintura de retratos, como podemos ver através da obra Madame Ines Moitessier, obra que levou quatro anos para ser concluída, pois Ingres estava sempre a introduzir modificações. E foi justamente neste gênero, o qual muitas vezes usou, como necessário para satisfazer suas necessidades financeiras mais prementes, que ele se imortalizou.
A composição Madame Ines Moitessier demonstra a habilidade quase fotográfica de Ingres como retratista. Como vimos em outro texto, o artista incluía-se no estilo neoclássico, como podemos observar através dos contornos acentuados e o modelado delicado do rosto e dos braços da modelo. Contudo, seu vestido floreado e colorido, não está de acordo com a tradição neoclássica, pois caminha em direção ao romantismo.
Observe o leitor que, para compensar o espaço pequeno, onde se encontra a modelo, o pintor usou mão do espelho, atrás dela, mais à sua esquerda, para trazer a ideia de amplitude. Ele pinta nele o reflexo da mulher, mostrando suas costas rechonchudas, o rosto de perfil e o enorme complemento dos cabelos.
A mulher encontra-se elegantemente vestida, com toda a suntuosidade do Segundo Império francês, usando um amplo e decorado vestido, todo ornado com estampas florais, com um grande laço, que desce do busto até a saia. Nos ombros, o vestido é amarrado por grossas tiras, enquanto franjas contornam sua parte superior. Também é possível notar que o ambiente, ornado de quadros e porcelana oriental, é luxuoso.
Braços e pescoço da retratada estão adornados com ricas joias em pedrarias. Um anel enfeita o dedo anular da mão esquerda, que traz um belo leque, também de estampas. Enquanto a mão direita eleva-se até à cabeça, a esquerda descansa no colo. A modelo olha diretamente para o observador, mas não é possível captar seu estado de espírito.
Ficha técnica
Ano: 1856 (ano de conclusão)
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 120 x 92 cm
Localização: National Gallery, Londres, Grã-Bretanha
Fonte de pesquisa:
Os pintores mais influentes do mundo/ Editora Girassol
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Lu Dias
Impressionante a iluminação de frente e no reflexo do espelho, um pouquinho escuro, nesta pintura. Parece uma foto.
Abração
Mário Mendonça
Mário
O Ingres era um grande pintor de retratos.
E que perfeição.
O que mais chama a minha atenção são as flores do vestido.
Haja paciência!
Abraços,
Lu