Autoria de Lu Dias Carvalho
Eu estava trabalhando numa escultura de uma mulher reclinada e não conseguia encontrar a solução da composição como queria. De repente, ocorreu-me que se colocasse uma figura masculina acima, como se fizessem amor, poderia conseguir uma melhor composição. Eu nunca tinha feito nada parecido com isso. Pensei ter encontrado uma adição muito importante para determinada solução ousada da plástica. Terminei esta escultura, fiz uma segunda, depois uma terceira e eu estava entrando no assunto de forma gradual. Então comecei a desenhar e ler o Kama Sutra, curioso. Pensei que fosse um tratado que mostrasse muitas posições amorosas, mas a verdade é que há muito pouco sobre isso, pois é um tratado de amor. (Fernando Botero /2013)
Há um grande potencial em dois corpos que se entrelaçam em diferentes posições. Posso explorar elementos do corpo humano de forma livre, em composições inesperadas. (Fernando Botero)
Botero conseguiu tratar do assunto com elegância e sensualidade. (Fernando Padilha, diretor da Galeria El Museio, em Bogotá)
Depois da explicação acima, dada por Fernando Botero, ele passou a criar o seu “Boterosutra”, tomando como inspiração o antiquíssimo texto indiano “Kama Sutra”, que descreve certo número de posições sexuais. Em 2013, o artista já contava com 70 imagens e tencionava fazer mais. E, como não poderia deixar de ser, trata-se do trabalho mais sensual de Botero, que em hipótese alguma tem algo a ver com pornografia. Tanto é que as figuras retratadas não mostram o sexo, mas apenas as posições, o que torna sua obra incomparavelmente menos erótica do que a original. O próprio Botero explica: “As imagens têm um tratamento muito leve, inocente, potencializam mais o lado poético do que o significado.”.
As técnicas usadas pelo artista são variadas, como carvão, aquarela, lápis, pastel e giz vermelho, etc.
Fonte de pesquisa:
Folha de São Paulo/ 18 novembro de 2013
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