Autoria de Lu Dias Carvalho
Na Idade Média, sob o ponto de vista moral da religião cristã, depois do pecado original cometido por Adão e Eva, o corpo humano passou a ser visto como depravado, responsável pela perdição da alma. Não passava de uma casca imunda, (de certo modo tinham razão, pois a higiene era para lá de precária naquela época) usada pelo espírito (que só fazia rezar), e, que logo seria descartada. A Igreja arvorava-se nessa sua visão para condenar os prazeres do corpo, fazendo disso uma das noções mais importantes de sua crença, responsável por muitas injustiças.
O corpo físico, embora fosse o responsável por aguentar os reveses da vida (doenças, fome, locomoção, trabalhos, perpetuação da vida humana…) era condenado por enclausurar a alma, impedindo-a de galgar os céus. A carne humana, segundo a Igreja, era debilitada pelos perversos sentidos, condutores das emoções, cuja função era a de empurrar o pecador para o inferno. No prazer carnal estava a destruição do homem, levando-o a se afastar do verdadeiro sentido da vida: a união com Deus. Portanto, o coito só tinha um objetivo: a procriação. Devia-se, portanto, mortificar o corpo, de modo a assassinar o desejo sexual e os desejos mundanos, governados pelos sentidos.
Os santos, tidos como aqueles que conseguiram matar os desejos da carne, quando mártires eram descrito nas lendas como tendo sido executados por espada e não por enforcamento, que era um tipo de morte desonrante, reservado aos que viviam em pecado. Também podiam ser descritos como mortos por apedrejamento, fogueira ou desmembramento do corpo, menos por enforcamento. A morte pela espada significava que a vítima era de classe superior e obedecia a um ritual específico. Limpava-se o pescoço da pessoa, deixando os ombros à vista. Não era permitido ao carrasco tocar no corpo, se essa estivesse socialmente acima dele. Mesmo passando pelo estertor da morte, a pobre vítima era obrigada a manter a circunspeção, conforme exigia a educação antiga aristocrática, de modo que o carrasco pudesse acertá-la entre o pescoço e os ombros, decapitando-a com um único golpe.
Até mesmo as roupas de listras entravam no rol dos pecados mundanos. Para os teólogos cristãos da época, elas eram condenáveis. Talvez seja por isso que muitos presos usam uniforme com roupas listradas até os dias de hoje.
Nota: pormenor de A Criação do Homem, de Michelangelo.
Fonte de pesquisa
Los secretos de las obras de arte/ Taschen
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Lu, por que as pessoas se guiam tanto pelas religiões, e não guiam pelo seu íntimo? Os que rezavam na Segunda Guerra Mundial, pensavam que tinham poder de purificar os judeus, e todos sabemos os terrores que faziam.
A nossa matéria, o corpo é belo assim como mostra Michelangelo, mas somos almas vivas, não tratem só do corpo mas tratem da alma, pois tudo ficará mais belo na nossa vida..
Nós somos belos, mas imperfeitos.
Abraços
Rui Pedro
Rui
Se somos feitos à imagem do Criador, não resta dúvida de que somos belos. O corpo e a alma devem ser tratados com muito carinho. Cuidar de um e esquecer-se do outro é uma grande judiação com o que ganhamos de Deus, que nos fez carne e espírito. Nós somos um Todo. E por isso só temos a agradecer. Toda religião que prega contra o corpo não respeita a criação divina. Somos imperfeitos no corpo e no espírito. Quando cuidamos dos dois, realmente ficamos mais belos.
Abraços,
Lu